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Novo Ford Ka chega pra valer

08/08/2014 - 10:47 - Automotive Business - Foto: Divulgação Ford
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Foi quase igual a uma gravidez: nove meses depois de ser apresentado ainda como conceito do que seria o segundo carro global da Ford concebido e desenvolvido no Brasil, nasce o novo Ka, hatch que chega em setembro às concessionárias, e um mês depois será acompanhado de seu irmão gêmeo não-idêntico, com a mesma cara e corpo diferente, em formato sedã, batizadoKa+. Com algumas qualidades de carros de castas superiores e preços bastante competitivos(veja mais abaixo), os dois novos rebentos colocam a Ford para disputar com vantagens e grandes ambições o maiorsegmento do mercado brasileiro, onde acontecem quase 60% das vendas de veículos, somando modelos hatches e sedãs compactos.

“O novo Ka traz tecnologias que até agora estavam reservadas a carros mais caros, por isso ele eleva os conceitos de seu segmento”, afirma Steven Armstrong, presidente da Ford América do Sul. Ele se refere ao bom pacote de sistemas de segurança e conectividade introduzido no Ka a preços mais baixos do que os da concorrência. Em grande parte, isso se deve à estratégia de globalizar os produtos e tirar vantagens dos ganhos de escala obtidos no desenvolvimento global de engenharia e fornecedores. 

“O Ka fecha o ciclo de globalização de nosso portfólio no Brasil. Hoje todos os nossos produtos vendidos aqui são globais e três deles (EcoSport, Ka e o caminhão Cargo extrapesado) foram desenvolvidos pelo centro brasileiro de engenharia do grupo”, disse Rogelio Golfarb, vice-presidente de relações institucionais da Ford América do Sul. 

“Todos os outros carros globais que já lançamos até agora (no Brasil) tiveram grande aceitação, mas começamos pelos segmentos superiores e nossa participação de mercado ficou estacionada porque ainda não tínhamos um produto de entrada. Agora temos”, avalia Oswaldo Ramos, gerente de marketing da Ford. “Esperamos agora repetir esse sucesso com o novo Ka, por isso sem dúvida vamos crescer”, diz, sem no entanto divulgar expectativas de vendas, que seguramente ficarão “dentro da casa dos cinco dígitos”. Ou seja, não se espera menos de 10 mil unidades/mês.

Mas a ambição é bem maior: “Queremos liderar as vendas de modelos 1.0 hatch no varejo (concessionárias)”, resume Ramos, destacando que a Ford já é lider no segmento de compactos com motorização superior a 1 litro com o New Fiesta. “E nossa expectativa para o Ka+ é que ele seja o sedã de maior volume da história da Ford no Brasil”, completa. Portanto, a missão da nova família é fazer a participação da marca crescer para além dos 10%, chegando a 11% ou 12%, embora a Ford não admita esse objetivo publicamente.“Não temos intenção de ser líder de mercado, mas claro que o novo produto deverá trazer ganho de market share”, reconhece Golfarb.

Qualidades

“Nosso foco maior é o cliente de varejo, que responde pela média de 70% do segmento, já que outros 30% são vendas diretas a frotistas. Por isso equipamos melhor o carro desde a versão mais barata, acreditando que esse consumidor quer e merece isso”, afirma Ramos. “O consumidor pode ser de um modelo de entrada, mas ele não quer carro antigo, de duas portas, de marca chinesa desconhecida ou um subcompacto. Ele quer espaço, design atraente e conectividade”, afirma o gerente de marketing, citando pesquisas feitas pela companhia.

Nesse sentido, o novo Ka de fato oferece o melhor pacote do segmento. A versão mais básica, a SE, já vem com direção assistida elétrica (pode representar 3% de economia de combustível), ar-condicionado, acionamento elétrico dos vidros e travas com controle remoto na chave, sistema de som com rádio e entrada USB e, ainda, doca para o smartphone no painel com conexão Bluetooth. 

Na versão imediatamente acima, SE Plus, já se inclui vidros elétricos traseiros e o sistema de infoentretenimento Sync, que permite o controle por comando de voz de funções como navegador GPS, som com CD/MP3 player e conexão com o celular. Além disso, a função Applink permite rodar no Sync programas instalados no Smartphone, como rádio ou navegador, em quantidade crescente conforme esses aplicativos forem sendo habilitados pela Ford. 

Outra função já habilitada no Sync é a chamada de emergência, que em caso de acidente com deflagração dos airbags ou corte da bomba de combustível faz automaticamente uma chamada telefônica, pelo celular pareado do motorista, para o Samu, o serviço móvel de emergência. 

Na versão topo de linha, a SEL, o novo Ka vem com um interessante pacote de segurança ativa, o Advance Trac, que além dos já incluídos em todas as versões ABS (antitravamentos dos freios) com EBD (distribuição eletrônica de frenagem) e CBC (controle de tração nas curvas), também tem o controle eletrônico de estabilidade (ESC), que monitora o comportamento do carro e aciona os freios para corrigir o rumo e evitar derrapagens e capotamentos. O ESC usado pela Ford é comprado da Continental e por enquanto é importado, mas há planos de fazer o sistema aqui caso a demanda justifique. 

O Ka SEL tem ainda o assistente de partida em rampa, que nas ladeiras segura o freio acionado por 3 segundos para dar tempo ao motorista de pisar no acelerador e partir sem deixar o carro deslizar. Também sai calçado de fábrica com pneus verdes (Pirelli ou Continental), com baixa resistência ao rolamento, capazes de reduzir o consumo em até 3%. 

Além de todo o aparato eletrônico de segurança e conectividade, o espaço para os ocupantes está entre os melhores da categoria. Hatch e sedã são bastante confortáveis. O acabamento interno é adequado e fica um ponto acima da média – nada de luxo, mas também não namora com a extrema pobreza de materiais, comum nesse segmento na concepção de painéis e revestimentos. Os bancos não maltratam quem senta neles e o longo curso dos trilhos dianteiros, bem mais amplo do que é normalmente visto, ajeita melhor quem é menor, deixando bom espaço para as pernas dos que vão atrás. 

Ainda dentro da cabine, 21 porta-objetos completam a conveniência dos passageiros – incluindo um compartimento na lateral do painel, do lado do motorista, só acessado com a porta aberta, para esconder algum pertence de maior apreço. No porta-malas do hatch, nada de mais, são comuns 257 litros de espaço para acomodar apenas uma mala grande ou duas pequenas. O sedã Ka+ é bem mais generoso nesse quesito, com 445 litros e espaço para duas malas grandes ou até quatro pequenas.

Powertrain esperto

Embaixo do capô o novo Ka também larga na frente da concorrência com o novo motor de três cilindros e duplo comando de válvulas, que começou a ser produzido este ano na nova fábrica baiana de motores em Camaçari (leia aqui). Ele é o 1.0 mais potente da categoria, com 80 cavalos (gasolina) ou 85 (etanol), e também o mais econômico, com selo A do programa de etiquetagem do Inmetro. Na prática, o desempenho do mais novo três-cilindros do mercado é bastante esperto, com acelerações e retomadas rápidas e precisas. O câmbio manual de cinco velocidades é adequado, foi calibrado para esticar mais as marchas e pedir menos trocas.

O sentimento não-científico de um motorista comum, contudo, é de que o Ka 1.0, por ser mais pesado, perde em desempenho para o Volkswagen Up!, que também usa um esperto três-cilindros de 1 litro e 80 cavalos, mas com bloco e cabeçote de alumínio, mais leve do que o bloco de ferro-grafite da Ford, portanto. 

Para quem quiser mais esperteza, a Ford também vai oferecer no Ka hatch e sedã, a partir de outubro, a opção de motorização 1.5 Sigma, com bloco e cabeçote de alumínio, feito na fábrica de motores de Taubaté (SP). Com 110 cavalos, o propulsor está entre os mais potentes da categoria e também tem nota A de eficiência energética do Inmetro.

Análise de competitividade

Segundo Alexandre Machado, diretor de engenharia da Ford América do Sul, o projeto do novo Ka foi traçado levando em conta uma análise de competitividade diante dos principais concorrentes hatchbacks e sedãs da categoria – a saber, Volkswagen Gol e Voyage, Fiat Palio e Siena, Chevrolet Onix e Prisma, e Hyundai HB20 e HB20S. Em critérios que vão desde conforto térmico, passam por dimensões e vão até economia de combustível, conectividade e design, Machado assegura que Ka e Ka+ levam vantagem na maioria dos quesitos. “Oferecemos no Ka o melhor conjunto de atributos e tecnologias entre os compactos”, garante.

Já o gerente de marketing Oswaldo Ramos avalia que as qualidades do novo Ka dão à Ford “todas as condições de liderar o segmento” de compactos de entrada. Ele confia que a estratégia de oferecer um carro mais completo desde a versão mais básica renderá frutos à marca. “Colocar na tabela um modelo sem ar-condiconado nem direção assistida é mera estratégia para gerar movimento nas concessionárias e tentar empurrar a versão mais cara, pois o barato nunca está lá. Mas isso não funciona mais, pois o consumidor se informa antes e quando chega na loja já sabe o que quer”, pondera.

Nas comparações mostradas por Ramos, Ka e Ka+ só são mais caros do que as versões peladas (e difíceis de se encontrar) dos concorrentes. Quando se coloca o mesmo nível de equipamentos, como sistema de som, ar-condicionado e direção assistida, o Ka se torna mais barato.

Ramos avalia que o mix de vendas do novo Ka vai seguir o padrão do mercado: no caso do Hatch, 75% serão 1.0 e 25% com o motor 1.5; e no caso do sedã a equação se inverte, com apenas 30% de 1.0 e 70% de 1.5.

Veja abaixo os preços dos novos Ka e Ka+:

HATCH
• Ka SE 1.0: R$ 35.390
• Ka SE 1.5: R$ 40.390
• Ka SE Plus 1.0: R$ 37.390
• Ka SE Plus 1.5: R$ 42.390
• KaSEL 1.0: R$ 39.990
• KaSEL 1.5: R$ 44.990

SEDÃ
• Ka+ SE 1.0: R$ 37.890
• Ka+ SE 1.5: R$ 42.890
• Ka+ SE Plus 1.0: R$ 39.890
• Ka+ SE Plus 1.5: R$ 44.890
• Ka+SEL 1.0: R$ 42.490
• Ka+SEL 1.5: R$ 47.490

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