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Renault promete 3 SUVs para 2017: Kwid, Captur e Koleos

04/08/2016 - 16:13 - Automotive Business - Fotos: Divulgação Renault

Para tentar aproveitar todas as possíveis brechas de expansão abertas pelo crescente mercado de utilitários esportivos – reais e pretensos – no Brasil, a Renault promete lançar três SUVs em 2017. Kwid e Captur serão fabricados na planta brasileira e o Koleos importado vêm se juntar ao Duster, também produzido no País desde 2012. A estratégia focada em utilitários esportivos foi adiantada por Olivier Murguet, presidente da montadora para a América Latina, durante a apresentação da picape Alaskan (leia aqui). Carlos Ghosn, CEO da Aliança Renault-Nissan, confirmou a estratégia de produtos da marca francesa para o País em entrevista a jornalistas na fábrica da montadora em São José dos Pinhais na terça-feira, 2. “O segmento de SUVs dobrou de tamanho no Brasil nos últimos anos, mas ainda representa 15% do mercado total, enquanto na Europa, por exemplo, já chega a 25%. Por isso acreditamos que são produtos de grande importância para alcançar nosso objetivo de obter 10% de market share aqui”, justificou o executivo. Hoje a marca tem 7,4%.

Embora Ghosn afirme que os três são carros Renault, todos eles foram desenvolvidos em cima de bases de outras marcas do grupo. Assim como todos os automóveis em produção no Paraná (Sandero, Logan, Duster e Oroch) são frutos da romena Dacia, o Captur brasileiro também será adaptado sobre a mesma plataforma do Duster. O Koleos é na verdade um coreano Samsung, também pertencente ao grupo francês, e de lá será importado para cá. Já o Kwid foi desenvolvido para o mercado indiano e o Brasil será o segundo país a produzir o modelo, com muitas modificações para adaptar o veículo à legislação brasileira de segurança – mesmo que deficiente, muito à frente da Índia, onde o Kwid teve desempenho sofrível no crash test do Global NCAP. Aqui o novo carro de entrada deverá ser o primeiro no País a ter airbags laterais de série, além dos frontais obrigatórios por lei. 

O primeiro lançamento deverá ser o menor deles, o Kwid, que será o novo carro de entrada da Renault no Brasil em formato de miniSUV, aproveitando assim o crescimento do segmento a partir do andar de baixo, mais popular do mercado. “O carro vai ser muito competitivo em termos de powertrain, consumo, design e também no preço. Mas o objetivo não é ser o mais barato do mercado, mas sim oferecer o melhor valor”, explica Ghosn. O Kwid é forte candidato a ser o primeiro a usar o novo motor 1.0 de três cilindros que está em gestação e será feito também na unidade de motores de São José dos Pinhais. A Renault garante que é um novo propulsor e não é o mesmo já feito no País pela sócia Nissan e usado pelo March. Também está em desenvolvimento outro 1.6, mas este sim é semelhante ao da Nissan, com algumas adaptações. 

Em seguida deve chegar o Captur, um SUV pequeno do mesmo porte dos lançados nos últimos anos no Brasil, na faixa entre R$ 70 mil e R$ 80 mil, como o Honda HR-V, o Nissan Kicks e o próprio Duster. Contudo, Ghosn avalia que Duster e Captur podem conviver sem colisões ou canibalismos. “Os dois modelos já convivem na Europa sem problemas”, diz. Contudo, no mercado europeu são SUVs de duas marcas, o Duster é Dacia e o Captur é Renault. 

Já o Koleos pode ser classificado como SUV de porte médio para grande. Importado da Coreia, provavelmente chegará ao Brasil acima dos R$ 150 mil para competir com outro coreano como o Hyundai Santa Fe. Será, portanto, a oferta mais cara da Renault no País, que há tempos não vende nada com preço tão elevado por aqui. 

Investimento programado

A chegada de dois novos carros à linha de produção em São José dos Pinhais está, em princípio, dentro do programa de investimento de R$ 500 milhões de 2014 a 2019. “Claro que a fábrica vai crescer em produção com os novos produtos, mas o quanto ainda depende do desempenho do mercado brasileiro”, avisa Ghosn. A planta passou por ampliação importante em 2013, quando elevou sua capacidade para 380 mil unidades/ano. Este ano mal deverão ser produzidos 180 mil veículos. Portanto, Kwid e Captur têm espaço de sobra para reduzir a ociosidade da montadora no País. 

Ghosn garante que Sandero, Logan, Duster e Oroch vão continuar a ser produzidos na fábrica brasileira, mesmo após o anúncio de fabricar o Sandero também na Argentina. “Só fazemos isso para contornar possíveis problemas que sempre surgem no comércio dos dois países. O foco de investimento no Brasil é na linha de automóveis, enquanto na Argentina está mais voltado para a produção da nova picape Alaskan, com conjunto com a Nissan e Daimler (Mercedes-Benz)”, explica o executivo. 

Ele também avalia que o mercado brasileiro é maior do que o atual nível de 2 milhões de veículos/ano. “O potencial é muito maior, o País já consumiu 3,6 milhões recentemente e acredito que esse nível será retomado nos próximos anos”, projeta. “O Brasil continua a ser fonte de esperança de crescimento, no mundo não há muitos países assim”, finaliza.

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