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SsangYong faz novo começo no Brasil

22/09/2017 - 10:51 - Redação - Fotos: Divulgação Ssangyong

Com apostas no fim da sobretaxação sobre veículos importados (a partir de 2018 com o encerramento do Inovar-Auto), câmbio estável, mercado em via de voltar a crescer e demanda em alta por modelos SUVs, a coreana SsangYong decidiu começar de novo no Brasil, após duas tentativas anteriores, em 1995-1998 e 2001-2015. Desta vez a marca será representada no País pela Venko Motors, do Grupo JBJ – mesma empresa que introduziu e representou a chinesa Chery no mercado brasileiro de 2009 a 2012, quando a operação foi assumida pela própria fabricante. A Venko firmou com a SsangYong um contrato de representação válido por 10 anos, renovável por períodos subsequentes de cinco anos. 

A missão inicial será reconstruir a imagem entre os clientes brasileiros da SsangYong, que ficaram desassistidos depois que a Districar abandonou o negócio, em 2015, após ter vendido 16,5 mil veículos no País. “Agora esses clientes são nossa responsabilidade. Assumimos o compromisso público de retomar as operações e oferecer todo o atendimento de pós-venda”, promete Gerson Pittorri, presidente da agora chamada SsangYong Brasil. “Também vamos atender todos que eventualmente ficaram sem garantia de fábrica (de três anos), assumindo o tempo que ficou faltando”, afirma o diretor de operações Marcelo Fevereiro. “Nossa intenção é dar segurança aos consumidores para retomar a confiança deles na marca”, completa. (Para mais informações o novo site da marca no País pode ser acessado no endereço www.ssangyongbrasil.com.br/.) 

“Pedimos sinceras desculpas aos clientes que ficaram sem assistência. Isso aconteceu porque o distribuidor anterior teve problemas financeiros. Os altos impostos do Inovar alto e a alta da taxa de câmbio tornaram o negócio inviável naquela época”, disse Jong Dae Lee, diretor geral de exportação da SsangYong, que veio ao País para o relançamento da marca. “São os consumidores antigos da marca que agora formarão a base para conquistar novos. Acredito que podemos recuperar nossa imagem com bom atendimento e os produtos de qualidade que vamos oferecer”, completou. “Negociamos preços competitivos para essa reentrada, quase no mesmo nível de competidores nacionais, para revitalizar a rede, restaurar a confiança e reparar os erros do passado.” 

Fevereiro informou que para garantir as promessas a Venko já fez quatro ciclos de importação de peças e preparou um centro de distribuição de 10 mil metros quadrados em Salto (SP), sede da empresa importadora, e credenciou 16 pontos de atendimento remanescentes das duas fases anteriores no Brasil. Até janeiro o objetivo é ter 30 concessionárias de serviço completo credenciadas e chegar a 50 no fim de 2018. 

No primeiro trimestre de 2018, quando cessa a sobretaxação do Inovar-Auto, a SsangYong vai começar a vender quatro modelos por aqui, a picape média Actyon Sports e o SUV Korando, de tamanho similar e com a mesma motorização 2.2 diesel Euro 6 de 185 cavalos, transmissão automática Aisin de seis marchas e tração 4x4. Na sequência devem chegar dois modelos a gasolina para brigar no aquecido e concorrido mercado brasileiro de SUVs pequenos, o Tivoli e seu derivado estendido XLV, construídos sobre nova plataforma global da SsangYong, ambos equipados com motor 1.6 de 128 cavalos e câmbio automático de seis velocidades. Todos passam desde o início de 2017 por processo de homologação no Denatran, que dever ser concluído até o fim do ano. 

No primeiro ano, a projeção é vender 3 mil unidades, mas os coreanos esperam por retomada maior. “Queremos expandir constantemente nossa presença aqui porque o Brasil segue sendo um mercado importante, por isso sempre quisemos voltar. Somos especialistas em SUVs e picapes e esperamos aproveitar a demanda aquecida desse segmento no País com vários lançamentos”, afirma Lee. 

O executivo afirmou que no momento não há planos de produção local, mas que “no futuro isso poderá acontecer se existir demanda”. Ao menos nos próximos anos a operação da SsangYong na Coreia parece ter condições de atender o mundo todo. As fábricas próprias de motores e de montagem final no país asiático na deverão produzir perto de 170 mil unidades este ano, mas com ajustes e adoção de mais turnos de trabalho a capacidade pode chegar ao máximo de 300 mil/ano. Boa parte da produção é exportada: em 2016, de 156 mil veículos vendidos, a SsangYong embarcou 53 mil para outros países, 24 mil (44%) deles para a Europa. 

Para a América do Sul, no ano passado a SsangYong exportou 11 mil veículos e os maiores compradores foram os chilenos (7 mil). “Com o Brasil temos expectativa que nossos volumes podem crescer bem mais na região”, avalia Lee. Ele recorda que em 2011, no melhor ano no mercado brasileiro, foram emplacados 7 mil carros da marca. 

Nos últimos anos em que esteve fora do Brasil a SsangYong renovou todo o seu portfólio de produtos. O design exótico de seus modelos parece ter ficado no passado. Aparência e acabamento melhoraram muito, hoje não ficam devendo em nada a marcas premium internacionais. A tecnologia de powertrain atualmente tem desenvolvimento próprio, mas conta com legado de 10 anos de parceria tecnológica com a Mercedes-Benz. Com os novos SUVs e “preços competitivos”, Marcelo Fevereiro avalia que os carros da coreana vão concorrer com Jeep Compass e Renegade, Honda HR-V, Nissan Kicks e compatriotas como Kia Sportage e Hyundai Creta e ix35.

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