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Piloto goiana supera bullying e preconceito para competir de moto

08/03/2019 - 11:10 - Arthur Caldeira / INFOMOTO - FOTOS: Divulgação

Apaixonado por motos, Rildo Neves sempre sonhou em presentear o primeiro filho com a esposa Cleudiva com uma moto de trilha. Ele nem se importou que a primogênita era uma menina, Bárbara. Manteve a promessa e, aos quatro anos, a goiana ganhou sua primeira moto. “Aquelas cinquentinhas de motocross, não tinha nem câmbio. Era só acelerar”, lembra Bárbara que, desde cedo, acompanhava o pai nas trilhas de Goiás. 

A paixão pelo off-road, que começou cedo, continua até hoje. Bárbara, agora com 18 anos, acelera sua moto nas provas de enduro e motocross e já conquistou alguns títulos nacionais e até internacionais, como o de campeã latino-americana de Enduro FIM. Sua dedicação aos treinos fora das pistas e seu talento dentro delas renderam frutos: neste ano Bárbara é a primeira mulher a integrar a equipe oficial de Enduro FIM da Honda Racing Brasil.

Bullying na escola

Mas para chegar até onde está hoje, Bárbara enfrentou bullying e preconceito. Ela se lembra quando os pais contaram para todos na escola a paixão da filha pelo motociclismo fora-de-estrada. 

“Todos os meninos começaram a fazer piada e tirar sarro de mim. Diziam que não era coisa de menina”, lamenta Bárbara. O bullying a afastou das motos por algum tempo, mas aos 12 anos, ao ver uma corrida de motocross na qual havia uma menina competindo, decidiu que queria voltar a andar de moto. 

Nessa época, ganhou uma moto maior, já com marchas e toda personalizada com seu nome e o numeral 116, que carrega até hoje. “Aí os tempos mudaram e todos na escola achavam legal”, relembra. 

Desde 2014, disputa provas de Enduro. “Eu gosto de trilha, de superar obstáculos. Não sou muito fã de motocross, de velocidade”, conta Babi, como é conhecida. Hiperativa, como ela mesmo se descreve, treina quase que diariamente a parte física e, nos finais de semana, anda com a moto. “Não sou de sair de balada, dormir tarde. Prefiro ir para trilha com meu pai e meus amigos. Isso é diversão”, diz a jovem.

Equipe oficial

A chegada da primeira mulher à equipe de fábrica mais tradicional do esporte sobre duas rodas no país também é sinal de que os tempos mudaram. “A mulher ocupa o espaço que tem direito na sociedade, e no esporte não é diferente. A chegada da Bárbara Neves é um caminho natural para o motociclismo feminino, que a cada ano ganha mais força e representatividade”, comemorou Marcos Monteiro, Gerente Geral Comercial da Moto Honda da Amazônia.

A goiana Bárbara Neves vai acelerar a novíssima Honda CRF 250F nas provas de Enduro FIM. A jovem piloto promete se empenhar ao máximo na equipe Honda Racing de Enduro FIM. “É uma grande honra, para mim, integrar a equipe mais importante do motociclismo e ainda ser a primeira mulher a vestir essa camisa. Vou me dedicar ao máximo para retribuir a oportunidade com muitas vitórias. Quero representar a Honda Racing e o esporte feminino da melhor maneira possível”, afirmou Bárbara Neves.

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