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Conferimos do que é capaz o Renault Fluence pelas ruas e autódromo da Capital - vídeo

25/04/2011 - 14:41 - Mário Salgado

O mercado de sedãs médios está totalmente aquecido em 2011. Essa onda de novidades é vista agora pelo público, mas já tem agitado os bastidores desde o ano passado, quando, por exemplo, a Volkswagen mostrou o novo Jetta no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo e a Renault o Fluence, que substituiria o Mègane.

Essa substituição ocorreu no final de 2010, mas somente no mês de março as concessionárias começaram a receber o Fluence para venda. E com o modelo de teste de imprensa foi a mesma coisa. No final do mês de março, ficamos 15 dias com o veicula na versão topo de linha, Privilège, para uma avaliação completa.

O Fluence, como dissemos, chega ao Brasil para aposentar o Mégane e tentar desbancar o Chevrolet Vectra do terceiro lugar nas vendas de sedãs médios, e ao menos incomodar a dupla japonesa de líderes no segmento, Toyota Corolla (atual campeão) e Honda Civic (o vice).

O modelo francês sai na frente das atuais versões de seus concorrentes por ter um ar mais moderno e envolvente. Olhando de frente o carro chega a ter um ar de coupê. Seu design é o de um produto a ser vendido em mais de 80 países: não é ousado, nem é banal. Devido ao posicionamento dos faróis (olhos), ao diamante da Renault no centro (nariz) e à diminuta grade frontal superior (boca), a dianteira ganha uma "cara" quase amistosa.

A depressão ao centro do capô, delimitada por ressaltos que acompanham a altura dos paralamas, destaca a área envidraçada. A linha de cintura ascende suavemente, desembocando numa traseira alta e volumosa, não muito curta (o Fluence não é um "sedã acupezado") e arrematada por lanternas horizontalizadas -- tendência de estilo verificada nos sedãs mais modernos.

De acordo com a Renault, o Fluence pretende agradar quem já se cansou da esportividade do Civic, o bom-mocismo do Corolla e a sobriedade do Vectra. E o carro realmente agrade muito aos olhos e críticas. Em um simples parada no semáforo, fomos questionados por muitas vezes se o carro era realmente bom e sobre o preço.

Apenas 2 versões e muito recheio

Por falar em preços, a Renault pretende com o Fluence não dar muita opção ao cliente com relação a opções, mas sem causar muitas críticas. Isso foi resolvido oferecendo apenas duas versões: Dynamique e Privilège (testada por nossa equipe).

Já na “básica” o carro dispõe de computador de bordo, navegador GPS integrado, direção elétrica progressiva, ajuste de altura do banco do motorista, chave cartão hands free, ar condicionado de duas zonas, rodas de liga leve de 16’’, regulagem de altura e profundidade do volante, vidros elétricos nas quatro portas, retrovisores elétricos e retrateis eletricamente, ABS nas quatro rodas e 6 air bags. De opcional para essa versão somente o câmbio automático de 6 velocidades CVT, que custa algo em torno de R$ 5 mil.

Para a versão topo de linha, Privilége, ficaram como diferenciais apenas teto solar elétrico, bancos com revestimento em couro, faróis de xenon com regulagem automática e lavadores e rodas 17”. O câmbio CVT aqui é de série.

Preços

Dynamique
Câmbio mecânico – R$ 59.990
Câmbio automático CVT – R$ 64.990

Privilège
Somente automático – R$ 79.990
Com opcionais de farol e teto – R$ 79.990


Por dentro

Ao entrar na versão topo de linha é possível perceber que o carro evoluiu muito do Mègane. Com materiais e acabamento compatíveis com o segmento, o modelo é dotado de revestimento de couro em tom de cinza -- bom de olhar, mas fácil de sujar. O painel de instrumentos é ligeiramente inclinado para trás, "fugindo" do motorista, mas isso não chega a atrapalhar sua leitura. Os comandos do bom ar-condicionado digital dual zone são de fácil manuseio, mas os do sistema de som e do navegador GPS (de série nessa versão) ficam misturados ao centro, acima da alavanca do câmbio, e nos pareceram um tanto confusos. Não conseguimos desligar o GPS sem desligar também o rádio, por exemplo. E o navegador vem com um controle-remoto separado.

O bom acabamento interno chama muita atenção. Não é possível encontrar rebarbas ou frestas entre as peças. Mas alguns itens pintados imitando metal deixam a desejar.

No quesito isolamento termo-acústico o carro se sobre-sai. Em alguns momentos, em movimento, o único barulho que se ouve é o contato dos pneus com o asfalto. Parado, por várias vezes tive q conferir a rotação do motor para ver se o carro estava mesmo ligado.

O bom espaço entre-eixos, de 2,7 metros, e o teto arqueado, beneficiam o bom espaço para os passageiros e motorista. O passageiro dianteiro tem ampla área livre para as pernas, garantida pela concavidade do painel frontal; os dois passageiros traseiros (três é demais, lembre-se) também podem se acomodar com muito conforto

Para o motorista a situação não é diferente. Com regulagem de altura do banco e de altura e profundidade do volante, é fácil achar uma boa posição de dirigir. O volante tem boa empunhadura, com revestimento em couro -- mas deveria incorporar alguns comandos do rádio e do computador de bordo, os quais ficam numa alavanca específica e na do comando dos limpadores, respectivamente (ambas à direita).

Ao volante

A melhor forma de mostrar como anda o Fluence é no vídeo especial que fizemos com o carro (basta clicar no Vídeo acima da foto de destaque da reportagem). Nele mostramos como o carro se comporta e até o levamos para uma volta mais no Autódromo Internacional de Campo Grande. Lá foi possível ver do que o carro é capaz em velocidade, curvas e segurança.

O bloco bicombustível de 2 litros, 16 válvulas e 143 cavalos de potência (com etanol), herdado do Nissan Sentra, tem boas respostas, mas nada muito emocionante. Outra evolução está na transmissão. O Mégane automático oferecia quatro velocidades, com trocas sequenciais. O Fluence automático possui o câmbio CVT (continuamente variável, ou seja, de "marchas infinitas") XTronic, também desenvolvido pela Nissan. Ao contrário de outras opções CVT, essa transmissão permite que o motorista intervenha por meio de trocas sequenciais de até seis velocidades, feitas manualmente na alavanca (não há aletas atrás do volante nem como opcional).

Com o Fluence em movimento, a primeira boa impressão é causada pela direção de assistência elétrica: levíssima com o carro parado e em baixa velocidade, adequadamente
firme na rodagem mais rápida.

Nas curvas, o carro ficou firme ate o limite de 100 km/h, o que é mais comum nas estradas. Mas basta passar um pouco desse limite para se perder a traseira do carro e ser preciso tirar o pé do acelerador, mas sem freiar, e o carro já está na “mão” novamente.

Em momentos mais críticos, causados propositalmente, o freio ABS com EBD e o controle de tração foram muito eficazes. Mesmo simulando uma fechada em curva ou desviar de um obstáculo a 120 km/h em reta o carro foi eficaz.

Com certeza, o Renault Fluence tem armas de sobre para incomodar os rivais e tirar do consumidor a má impressão deixada pelo Mègane. Somente os meses seguintes e o volume de vendas poderão mostrar a aceitação do carro no Brasil.

Ficha técnica – Renault Fluence Privilège 2.0 16V

Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.997 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote e comando variável de válvulas na admissão. Injeção e acelerador eletrônicos.

Transmissão: Câmbio automático do tipo CVT com opções de trocas sequenciais de seis marchas na manopla. Tração dianteira. Controle eletrônico de tração somente na versão Privilège

Potência máxima: 140 cv com gasolina e 143 cv com etanol a 6 mil rpm.

Torque máximo: 19,9 kgfm com gasolina e 20,3 kgfm com etanol a 3.750 rpm.

Diâmetro e curso: 84 mm X 90,1 mm. Taxa de compressão: 10,2:1.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braço inferior triangular, barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos. Traseira por eixo rígido, molas helicoidais, barra estabilizadora integrada e amortecedores hidráulicos telescópicos. Oferece controle eletrônico de estabilidade somente na versão Privilège.

Freios: Discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. Oferece ABS, EBD e assistente à frenagem de emergência.

Pneus: 205/55 R17 em rodas de liga leve.

Carroceria: Sedã com quatro portas e cinco lugares. Com 4,62 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,47 m de altura e 2,70 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e do tipo cortina.

Peso: 1.372 kg em ordem de marcha, com 413 kg de carga útil.

Capacidade do porta-malas: 530 litros.

Capacidade do tanque de combustível: 60 litros.

Produção: Santa Isabel, Córdoba, Argentina.

Lançamento mundial: 2009 (como Samsung SM3).

Lançamento no Brasil: Fevereiro de 2011

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