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A nova motocicleta, que vai se chamar AME GA, além de permitir escolher entre gasolina, álcool ou ambos, e ter uma menor geração de gases do efeito estufa, trará uma economia ao bolso do motociclista de 25% - considerando o preço de venda médio dos combustíveis para o Estado de São Paulo de fevereiro a março de 2008, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Segundo a AME, integrante da GHF Trading, o produto deve impulsionar o mercado de bicombustíveis em duas rodas, assim como aconteceu com a venda de automóveis flexíveis - que atingiu em 2008 a marca de cinco milhões de veículos fabricados com essa tecnologia.
Para Stefano Dehó, diretor de Marketing da AME (foto), a tecnologia usada no projeto oferecerá uma maior economia ao motociclista, já que a motocicleta poderá utilizar um combustível brasileiro auto-sustentável. “O que podemos adiantar é que será um novo modelo de média cilindrada. Esperamos que o veículo seja apresentado até o final do ano”, adianta Dehó.
Sistema Multifuel
O projeto da Delphi do sistema Multifuel para motocicletas começou há três anos com o desenvolvimento do sistema bicombustível no Centro Tecnológico de Piracicaba (SP). O novo sistema para motocicletas já estará adequado aos níveis de emissão do Promot 3 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares), lei de emissões de gases que entrará em vigor em 2009, que equivale às normas da EURO III, já em vigor na Europa. “Com a utilização do álcool esses índices de emissão podem ser ainda menores", explica o diretor de Engenharia e Vendas da Delphi para a América do Sul, Roberto Stein.
Além dos sistemas de gerenciamento de motor e bombas de combustível Multifuel, a Delphi fornecerá chicotes elétricos, conectores e sensores de temperatura para esta nova motocicleta, seguindo a filosofia da Delphi em prover soluções completas, agora também para o mercado de duas rodas na América do Sul.
Como funciona
À época do lançamento do sistema Multifuel em 2007, o diretor de Engenharia e Vendas da Delphi para a América do Sul, Roberto Stein, afirmou não haver grandes diferenças entre o sistema bicombustível para carros e motos. Para que a motocicleta possa utilizar os dois combustíveis em qualquer proporção a taxa de compressão do motor tem de ser adequada. É preciso instalar uma bomba de combustível especial para trabalhar também com álcool. Além disso, são usados sensores inteligentes de ar e combustível, que em conjunto com o sensor de oxigênio "aprendem" qual a mistura de gasolina/álcool que está no tanque. Tudo isso é controlado por um Módulo Eletrônico de Controle da injeção (ECM) - software de calibração para controle da mistura de combustível - que envia as informações a bicos injetores de última geração com maior vazão. Diversas peças, como o tanque e pistões, entre outras, também devem receber um tratamento especial para resistir à corrosão causada pelo álcool.
Uma grande dificuldade para a adoção de sistemas multicombustíveis em motos era onde se alojar o sistema de partida a frio, que consiste em um pequeno tanque apenas para gasolina utilizada ao se ligar a moto em dias de baixas temperaturas. A solução da Delphi foi eliminar esse sistema de "cold start" (partida a frio). "Conseguimos criar o Multifuel sem a necessidade do "tanquinho" de gasolina. Para isso temos duas opções: em motos maiores pode ser utilizado um sistema de aquecimento da mistura; já em motos menores existe apenas a necessidade de se colocar meio litro de gasolina no tanque em cidades que as temperaturas atinjam menos de 10º C", explica Stein.
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