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Aplicativo diminui risco de atropelamento de deficientes auditivos - vídeo

09/06/2018 - 11:10 - Cicero Lima / INFOMOTO, de Manaus (AM) - FOTOS: Divulgação e INFOMOTO
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O motociclista passa entre os carros e vê um pedestre que atravessa a rua sem perceber sua aproximação, mesmo com a buzina acionada. Após uma rápida manobra, para evitar o atropelamento, o piloto xinga a plenos pulmões: “Você é surdo? Não ouviu a buzina?”

A resposta pode ser afirmativa, pois há quase 10 milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva no Brasil, segundo dados do IBGE de 2010. Para evitar esse tipo de situação, a solução pode estar nos smartphones. Uma ferramenta inseparável da maioria dos brasileiros atualmente. 

Para isso o professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e CEO da Map Innovation de Manaus (AM), Manuel Cardoso, criou o aplicativo “Giulia” para smartphones. “Muitos nem imaginam as dificuldades de comunicação que essas pessoas enfrentam. Fazer uma transação bancária ou ir a uma consulta médica são grandes desafios”, afirma Cardoso. 

Criado em junho de 2017 pela Map Innovation, o aplicativo tem a função de auxiliar na comunicação dos deficientes auditivos por meio da linguagem de Libras, feita por sinais com as mãos. 

Com o smartphone preso ao pulso o usuário usa a linguagem de sinais com as mãos. O app interpreta os movimentos e traduz a mensagem por meio do som. Quando alguma pessoa conversa com o deficiente auditivo, o aplicativo também transforma a fala e o som das palavras em sinais de libras, por meio de um avatar na tela do smartphone.

Buzina vibratória

O simples ato de caminhar nas ruas também oferece outro perigo aos deficientes auditivos, principalmente aqueles com surdez total. Por não ouvirem absolutamente nada, nem mesmo uma buzina de moto, correm grande risco de serem atropelados. 

A mais recente atualização do Giulia também pode evitar esse tipo de ocorrência. O grande desafio da equipe foi desenvolver uma plataforma capaz de identificar as frequências do som das buzinas de motos para alertar o usuário. Para isso contaram com o apoio técnico e institucional da Moto Honda da Amazônia. 

Além de os funcionários da fábrica em Manaus, portadores de deficiência auditiva, utilizarem o aplicativo em atividades corriqueiras no seu dia-a-dia, a marca ajudou na calibração do Giulia para reconhecer a buzina das motos. “Nossa maior preocupação era que o aplicativo não emitisse falsos alertas, por conta de outros sons comuns no trânsito”, explica Ádria Brandão, analista de Pesquisa & Desenvolvimento da Map Innovation. 

Segundo os desenvolvedores, a nova funcionalidade tem eficácia até 15 metros de distância. É o tempo do aplicativo reconhecer o som da buzina e alertar, por meio de vibração, que uma moto se aproxima. O alerta pode evitar o atropelamento.

Disponível gratuitamente na loja virtual Google Play, apenas para celulares com sistema operacional Android, o aplicativo já teve mais de 5.000 downloads em quase um ano. A maioria deles feito por moradores de Manaus, uma cidade com elevado índice de acidentes de trânsito, inclusive atropelamentos. Mais informações no site www.projetogiulia.com.br.

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