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“O crescimento é esperado porque tínhamos limitação de importação, a planta dos Estados Unidos trabalha no limite, e aqui não teremos mais esse limite”, explica Helder Boavida, presidente do BMW Group Brasil. Por aqui o X4, um crossover de porte médio, tem concorrentes como Volvo XC60, Mercedes-Benz GLC, Porsche Macan e Land Rover Discovery. Só uma versão do SUV (ou SAC) a gasolina será montada em Araquari, a xDrive 28i, 2.0 de 245 cv, que atualmente responde por 80% das vendas do modelo no País, e a 35i M Sport de 306 cv segue sendo importada. Por enquanto, o X4 será produzido apenas para o mercado brasileiro, sem planos de exportação, e não há no horizonte projeto de motorização flex bicombustível gasolina-etanol – como já acontece com o Série 3 e X1.
Sobre o preço, Boavida esclarece: “Precisamos manter o mesmo valor para poder ter aqui a mesma margem que praticamos em outros países”. Ele admite, no entanto, que o X4 importado “não estava sendo vendido com prejuízo, mas a margem e rentabilidade estava muito longe da aplicada usualmente pela marca globalmente”.
Segundo o executivo, não houve investimento adicional para fazer o X4 no País, pois a montagem local do modelo já estaria prevista no programa anunciado em outubro de 2012, quando a BMW confirmou a construção da fábrica de Araquari. Em números exatos, a fabricante informa que o aporte na operação brasileira é de € 256 milhões de 2013 a 2017. De lá para cá, o valor divulgado cresceu € 56 milhões, já que na época o montante informado pela BMW era de € 200 milhões.
Mercado em declínio
“O mercado brasileiro agora está abaixo do que prevíamos quando planejamos a construção da fábrica, mas acreditamos que volta a crescer e por isso continuamos a investir. Fazer aqui mais um carro reforça a nossa confiança no País”, afirma Boavida. A projeção da BMW é que as vendas de automóveis no Brasil este ano devem ficar abaixo de 2 milhões de unidades, “algo como 1,9 milhão”, e que o segmento premium deve cair cerca de 20% em comparação com 2015, para perto de 47 mil carros. “A BMW deve acompanhar esse mesmo ritmo”, diz.
Com 6,4 mil emplacamentos de janeiro a julho, a participação da BMW no segmento é de 26,4%, praticamente igual à verificada ao fim do ano passado, ficando ainda atrás da Audi mas à frente da Mercedes-Benz. “Aumentar o market share não é nosso objetivo principal. Trabalhando em modo crise a prioridade é manter o cliente satisfeito e preservar a rentabilidade”, pondera Boavida.
Produção flexível e pequena
Trabalhando em um turno, previsão é que a fábrica brasileira alcance a produção de 16 mil unidades este ano, em boa medida ajudada pelo contrato de exportação de 10 mil X1 para os Estados Unidos – os embarques começaram em julho e prosseguem até o fim do primeiro trimestre de 2017. Com isso foram abertos 300 postos de trabalho temporários, que se somaram aos 700 empregados contratados na planta catarinense.
“A produção do BMW X4 demonstra a flexibilidade e adaptabilidade da fábrica de Araquari, possibilitando a produção de diferentes modelos em um mesmo local”, destacou Carsten Stöcker, vice-presidente sênior do BMW Group Brasil responsável pela planta. Dois anos após sua inauguração, todas as áreas de produção da unidade estão operacionais, incluindo soldagem de carroceria, pintura e montagem final. As partes estampadas, motores, transmissões e boa parte dos componentes seguem sendo importados.
O baixo volume de produção contribuiu para que o processo de nacionalização avançasse pouco desde a inauguração. Apenas bancos (Lear) e alguns componentes de carroceria (Magna Cosma) são comprados de fornecedores instalados no Brasil. “À medida que a economia avançar estamos com a antena ligada para aproveitar outras oportunidades para aumentar a nacionalização”, diz Gleide Souza, diretora de relações governamentais e corporativas da empresa. Ela lembra que uma dessas oportunidades é o início da produção no País anunciado pela Pirelli de pneus run flat, que continuam rodando mesmo furados e são equipamento standard de todos os BMW.
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