BMW S 1000 R chega para fisgar os amantes de nakeds

A BMW aproveitou a 71ª edição do Salão de Milão, em novembro passado, para ampliar a família S, que até então se resumia à superesportiva S 1000 RR. E, para não deixar nenhuma dúvida de quem deu origem ao novo modelo, a moto foi batizada de S 1000 R. No entanto, se a superbike alemã foi feita para que o piloto possa extrair o máximo desempenho em uma pista, a naked tem uma orientação mais racional. 

Nesta moto, a BMW focou no motociclista que aprecia o desempenho, mas não abre mão de uma ergonomia mais dócil na hora de conduzi-la por estradas ou mesmo trechos urbanos. De acordo com a assessoria da BMW, a moto chega ao Brasil ainda no primeiro semestre de 2014.

A S 1000 R tem estilo agressivo, com rabeta alta, “nariz” baixo e ainda conserva de propósito diversos elementos visuais da sua irmã mais velha, o que a faz ser “reconhecível”, por assim dizer, para quem a vê, mesmo pela primeira vez. Por exemplo, as aletas laterais do radiador trazem as mesmas entradas de ar que se assemelham a guelras de tubarão ao lado direito da moto, enquanto os dois faróis assimétricos foram compactados em uma pequena carenagem. 

Na rabeta, as alterações foram mais sutis. A S 1000 R, tem traseira estreita, quando comparada à superbike, e as alças de apoio da garupa agora ficam mais para o centro da moto. Em contrapartida, o assento para o passageiro ficou mais largo e o desenho da lanterna traseira em LED segue as mesmas linhas da peça que compõe a superesportiva. O painel é outro, mas a diferença fica apenas por conta do mostrador digital maior. Luzes espias e a shift light para auxiliar nas trocas de marcha se mantêm iguais aos da S 1000 RR. Rodas, escape e espelhos são comuns para ambas as motos.

Quatro cilindros retrabalhado

Assim como o modelo carenado, a nova naked da marca de Munique leva o mesmo propulsor de quatro cilindros em linha de 999 cm³ com duplo comando no cabeçote (DOHC) e arrefecido a líquido. A potência máxima, entretanto, é 30 cv menor, atingindo 160 cv a 11.000 rpm. De acordo com a BMW, a prioridade foi oferecer mais torque em baixos e médios regimes de rotação, o que resultou em 11,4 kgf.m obtidos às 9.250 rpm. Nos freios, uma combinação já conhecida: disco duplo dianteiro com 320 mm de diâmetro e pinça radial de quatro pistões e na traseira, disco único de 220 mm de diâmetro com pinça flutuante de um pistão. O sistema Race ABS é de série e pode ser desligado.

A S 1000 R é montada sobre um quadro de alumínio no qual o motor está ligeiramente inclinado para frente de modo a fazer parte da estrutura. No quesito ciclística, a moto não abre mão da configuração comum das esportivas: na dianteira garfo dianteiro invertido (upside-down) e balança convencional na traseira, ambos com 120 mm de curso, totalmente ajustáveis e com uma leve alteração na geometria para que a moto se comporte melhor como naked. 

Já na ergonomia é onde a moto se destaca. A BMW abriu mão de uma postura no estilo streetfighter e equipou a S 1000 R com um guidão alto, tornando a moto uma opção de pilotagem mais aprazível do que outras nakeds de um litro nas quais o motociclista permanece constantemente no ataque. Isso acaba se refletindo em um modelo ágil e que atende à demanda de viagens ou mesmo deslocamentos urbanos de maneira mais eficaz, inclusive, do que sua irmã carenada, ainda que seja um pouco mais pesada do que ela (207 kg em ordem de marcha).

Eletrônica opcional

A nova S 1000 R já sai de fábrica com os freios Race ABS, o Controle Eletrônico de Estabilidade (ASC) e dois modos de mapeamento do motor para regular a entrega de potência: “Rain” e “Road”. No entanto, o vasto cardápio eletrônico da BMW aparece disponível como opcional em dois pacotes, como já acontece em outros modelos da marca bávara. 

Assim, quem optar pela versão “Sport” leva para casa dois mapas extras (Dynamic e Dynamic Pro) e controle de tração (DTC). Já o pacote “Dynamic” acrescenta a esta lista a suspensão eletrônica semi-ativa DDC, manoplas aquecidas e outros mimos como piscas em LED e um spoiler protetor na parte de baixo do quadro pintado na cor da moto. Outros itens com a assinatura HP, focados no desempenho, também estão disponíveis para a naked, como escapamento Akrapovic e peças feitas em fibra de carbono.