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Brough Superior SS100 é o futuro com cara de passado

21/11/2013 - 11:46 - Carlos Bazela / Agência INFOMOTO - FOTOS: Divulgação
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O nome Brough Superior ocupa lugar de honra na história do motociclismo. Com seu primeiro protótipo finalizado em 1919, a marca inglesa era sinônimo de alto desempenho e exclusividade sobre duas rodas. Características que lhe renderam o apelido de “Rolls-Royce das motos”. Neste ano, a quase centenária fabricante mostrou que está de volta à ativa ao revelar durante a última edição do Salão de Milão, na Itália, a SS100, releitura de um dos mais notórios modelos da marca, que aposta no design retrô para agradar saudosistas e novos fãs. 

No design, que ficou a cargo do estúdio Boxer, alguns elementos das SS original foram mantidos e atualizados. Destes, destacam-se os dois canos de escape do lado direito separados por um vão e o tanque alongado com acabamento cromado. A proposta de modelo esportivo e monoposto também foi conservada. O farol arredondado ajuda a compor o tom retrô, mas as quatro lâmpadas agrupadas dentro dele garantem um toque de modernidade.

Da SS100 – cuja sigla significa Super Sport – lançada em 1924 ficaram apenas o nome e a proposta de um modelo exclusivo feito com materiais nobres. O chassi, em treliça, é fabricado em uma mescla de aço com titânio, sendo que esse último metal também compõe o subquadro. A suspensão dianteira, também em titânio, é do tipo double wishbone, sistema semelhante ao “Telelever” da BMW, no qual um monoamortecedor central na ponta do quadro absorve os choques. Já a balança é feita em liga de alumínio e magnésio e traz um monoamortecedor com link. Ambos os conjuntos contam com amortecedores ajustáveis da marca Öhlins. 

Mecânica moderna e retrô

No entanto, o desempenho também era uma preocupação importante ao recriar o modelo da Brough Superior. Para equipar a nova SS100 foi escolhido um motor de dois cilindros em “V” a 88º de 997 cm³ com refrigeração mista de água e óleo. De acordo com a marca inglesa, o propulsor pode gerar algo entre 100 e 140 cv de potência máxima a 10.000 rpm de acordo com a regulagem. O torque máximo, por sua vez, fica na casa dos 12,7 kgf.m a 8.000 rpm.

Outra boa sacada da Brough para manter a aparência de clássica está nos freios, uma vez que os conjuntos desenvolvidos pela Beringer criam um visual semelhante ao do tambor, utilizado nos modelos do passado. No entanto, o sistema utiliza tecnologia de ponta, começando pelo material do qual são feitos: um composto de cerâmica com alumínio.

Na roda dianteira, a SS100 utiliza dois discos duplos flutuantes de 230 mm de diâmetro. Isso mesmo. É um disco duplo de cada lado da roda, sendo que cada conjunto é mordido por uma pinça de fixação radial com quatro pistões. Segundo a marca, as peças têm peso menor e reduzem o efeito giroscópico, enquanto aumentam o poder de frenagem. Já na traseira, foi empregado um disco simples de 230 mm e pinça de pistão duplo.

Passado ilustre

A SS100 original foi lançada em 1924 e o número significava sua velocidade máxima. A preocupação da Brough Superior com desempenho era tanta, que a partir do ano seguinte, cada exemplar era entregue com uma garantia por escrito de que a moto havia atingido 100 milhas por hora (cerca de 160 km/h) na distância de um quarto de milha. O modelo foi carro-chefe da marca durante boa parte de seus 20 anos de produção.

A Brough Superior foi reerguida por Mark Upham, que a adquiriu em 2008 e hoje ocupa o cargo de CEO. De acordo com ele, a ideia desde o início era retomar as atividades do ponto no qual o fundador George Brough havia deixado: as competições no deserto de sal de Bonneville. Hoje, a marca é detentora de sete recordes de velocidade no local, sendo que um deles foi batido em uma moto pilotada por Henry Cole, apresentador do canal Travel Channel e produtor de diversos documentários sobre bandas de rock. 

Outra personalidade que ajudou a consolidar o nome da marca inglesa foi o escritor e aventureiro T.E. Lawrence, mais conhecido como Lawrence da Arábia e imortalizado no filme de 1962 que levava este nome e contou com Peter O’Toole no papel principal. Omar Sharif e Anthony Quinn também integravam o elenco. Lawrence costumava sair de moto nas sextas à noite e voltava para casa apenas na segunda-feira de manhã com mais 1000 milhas extras no marcador.

Dono de sete modelos da Brough Superior, T.E. Lawrence faleceu aos 46 anos em um acidente com uma SS100 em 1935. Alguns relatos dizem ainda que o aventureiro teria encomendado uma oitava motocicleta da marca e esta chegou a ser entregue, porém, uma semana após sua morte.

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