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Para alguns desses pilotos – muitos fãs de carteirinha –, rodar em três rodas é sinônimo de status, prazer, mas também superação. Luiz Dallari é um exemplo, por conta de um câncer teve sua perna direita amputada. “No Natal de 2011 ganhei um capacete da minha esposa. Esse foi o aval para eu comprar um Spyder”, conta o dentista de 54 anos, morador de Serra Negra (SP).
“A limitação motora está na cabeça das pessoas. Por isso vivo procurando soluções”, conta Luiz, um praticante de corridas de rua, dizendo que a única adaptação que seu Spyder RSS recebeu foi o manete de freio no punho direito. Dallari já viajou cerca de 1.300 quilômetros com a “Brigitte”, apelido dado pela esposa Cristina à “amante” canadense.
Mulheres na pista
Outro exemplo de superação é Marilene Caixeta, de 61 anos. “Tive paralisia infantil e só voltei a andar com 15 anos. Meu sonho sempre foi ter uma moto. E o lançamento mundial do Spyder em 2007 no Canadá acendeu a vontade de rodar com liberdade, fazer amigos e conhecer novos lugares”, contou emocionada.
Marilene viaja acompanhada do “Caixetinha”, seu boneco de estimação que está sempre na garupa. Juntos já percorreram mais de 200 mil quilômetros a bordo do Spyder. Hoje Marilene pilota a versão RT, voltada para o turismo. É o quinto ao longo de quase uma década. “Cruzei cinco vezes pela Serra do Rio do Rastro (PR), conheci Salvador (BA), visitei Argentina, Uruguai e Paraguai. Sou feliz demais da conta”, conta emocionada a mineira de Sete Lagoas.
“Eu não piloto nem bicicleta”, afirma, bem-humorada, Graça Araújo. Viúva, a paraense pulou da garupa da moto diretamente para o comando do Spyder. Começou com o modelo STS e agora roda pelo interior de São Paulo com o RT, já que mora em Campinas. “Este veículo me libertou da depressão. Virei criança de novo. Muito melhor que remédio”, festeja Graça, falando de sua “cabritinha”, que lhe trouxe muita força e equilíbrio para o dia-a-dia.
Já família Tanaka, de Santo André, vive há sete sobre três rodas. Edson, a esposa Tânia e os filhos Gustavo e Luana, participaram do evento de dez anos do lançamento do Spyder a bordo dos modelos RS e RSS. “Fiz vários passeios de quadriciclo e resolvi diminuir uma roda”, conta com o médico do ABC Paulista. “O Spyder me oferece mais segurança, conforto e a liberdade para conhecer novos lugares, curtir a paisagem. É um privilégio viajar com a minha família”, conta Edson Tanaka.
Como é pilotar um Spyder?
Para quem pilota motos todos os dias (como é meu caso), estar sobre um Spyder não é uma tarefa das mais simples. Para este tour até Santo Antônio do Pinhal rodei com o modelo esportivo F3-S Daytona 500, equipado com motor três cilindros, 1.330 cm³, 116,6 cv potência máxima e que custa a partir de R$ 103.990.
A primeira pergunta é: onde estão os manetes de embreagem e freio? A transmissão é semi-automática (seis marchas) com seletor no punho esquerdo. Também não há manete de freio para a roda dianteira. O conjunto é acionado pelo pedal que fica no lado direito, como nas motos. Detalhe: neste modelo as pedaleiras são totalmente ajustáveis.
Na prática o F3-S Daytona 500 é um mix entre uma muscle bike com um modelo touring – tanto em termos de ergonomia, quanto em conforto – só que com um diferencial, têm duas rodas na dianteira. Em movimento, F3 oferece bom torque em baixos e médios regimes, o que ajuda bastante no deslocamento urbano. Porém na cidade o Spyder é um carro sem carroçaria, com 1,497mm de largura, o veículo fica travado no congestionamento.
Seu habitat é a estrada. Na rodovia, o roadster da Can-Am oferece uma suspensão que copia bem as imperfeições e freios eficientes (discos de 270mm de diâmetro). O motor sobe de giros de forma progressiva, sem sustos, mas permite acelerações rápidas e ultrapassagens precisas. O Spyder Daytona conta ainda com um completo pacote eletrônico, que contempla: controles de tração estabilidade e sistema de freios ABS, entre outros.
Na prática, o Spyder não é difícil de pilotar. Só requer prática. A maior dificuldade para um motociclista é contornar curvas. Não dá para fazer pêndulo, jogar o corpo para fora. A melhor opção é trabalhar com a alavanca (guidão) e, é claro, ficar relaxado.
Depois de alguns quilômetros sobre este gigante de 408 quilos (a seco), o passeio se tornou pura diversão. Assim, o irreverente e tecnológico triciclo da Can-Am é uma boa opção para quem quer estilo, segurança e conforto, sem abrir mão do vento no rosto.
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