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Com estilos diferentes, mas preços parecidos, Ninja 300 e Falcon NX400i partem para o duelo

22/02/2013 - 11:12 - Arthur Caldeira/Agência INFOMOTO - FOTOS: Doni Castilho/Agência INFOMOTO
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Apesar de terem propostas distintas, visuais completamente diferentes e até mesmo motores com capacidade cúbica diversa, a nova Kawasaki Ninja 300 e a Honda Falcon NX 400i acabam disputando a preferência do motociclista que busca uma moto com mais potência do que as 250 e 300cc, mas não quer gastar além de R$ 20.000. Ambas estão em uma faixa de preço e capacidade cúbica em que são as únicas opções. Com preço sugerido de R$ 17.990 (sem frete e seguro), a Ninja 300 “briga” diretamente com a Falcon, cotada a R$ 18.900.

A nova “Ninjinha” foi lançada no final do ano passado. Ganhou um visual mais moderno e o motor bicilíndrico aumentou: passou dos antigos 249 cm³ para os atuais 296 cm³. Da nova capacidade cúbica vieram o codinome 300 e mais torque em uma ampla faixa de giros, tornando a Ninja 300 uma moto mais gostosa de pilotar, principalmente na cidade. Além disso, o modelo ganhou novo painel, embreagem deslizante e até mesmo uma opção com freios ABS.

Já a Falcon está mais para um “revival” do que uma novidade propriamente dita. Aposentada em 2008, por conta do seu carburador que não atendia às leis de emissão de poluentes, a trail voltou com injeção eletrônica no ano passado. Entretanto, sua base mecânica continua a mesma e o design foi pouco alterado. Trata-se de uma veterana que ganhou uma “injeção” de ânimo para ser a única 400cc do mercado.

Rodamos com os dois modelos durante uma semana no trânsito urbano da cidade de São Paulo. Também fizemos uma viagem de 300 km pelo interior do Estado para avaliar cada um dos modelos para poder ajudá-lo a escolher qual a melhor opção para cada tipo de motociclista.

Estilo e design

O principal argumento a favor da Kawasaki Ninja 300 é seu design moderno baseado na família Ninja. O novo conjunto óptico com dois faróis e a carenagem redesenhada a fazem parecer uma Ninja ZX-10R, a poderosa superesportiva de 1.000cc, em miniatura. Assim, a moto é facilmente, confundida com uma esportiva de maior capacidade. Além de carregar o status de novidade.

Tem rodas de 17 polegadas em liga-leve, pneus de desenho mais esportivo, e um conjunto de suspensões que mesclam bem o conforto (para ao asfalto) e uma pilotagem mais esportiva. Dotada de quadro do tipo berço semiduplo, a Ninja é bastante esguia. O piloto vai com os joelhos flexionados e as pernas bem juntas ao tanque. Porém o piloto segue com o tronco ereto, proporcionando conforto maior do que nas esportivas puro sangue. Mas atenção, se você tiver mais de 1,80 m pode se sentir um pouco desconfortável na pequena Ninja 300 com as pernas dobradas demais e as costas arqueada.

Por outro lado, a principal crítica contra a Falcon é exatamente em relação ao seu desenho. Lançada em 1999, ela pouco mudou (ou nada mudou) desde então. Os fãs do modelo até notam os novos vincos na carenagem do farol e as tampas laterais do tanque adotados no relançamento da Falcon “injetada” em 2012. Porém o que se percebe de novo mesmo é a traseira redesenhada, que lembra muito a da XRE 300, com uma única peça que integra as alças da garupa e um útil bagageiro.

Sua ciclística é típica de um moto de uso misto: suspensões de longo curso, rodas raiadas de 21 polegadas na frente e 17 atrás, ambas calçadas com pneus de uso misto, um conjunto adequado para enfrentar ruas esburacadas e estradas de terra. O guidão é largo e o piloto senta-se bem ereto e com as pernas pouco flexionadas, na posição de pilotagem típica das trails. Ponto positivo para seu largo e confortável banco.

Uso urbano

Se nas especificações, as diferenças entre a Ninja 300 e a Falcon NX 400i são grandes, na prática, ficam ainda mais evidentes e aparecem logo ao subir. O assento da trail da Honda fica a 85 cm do solo – e como seu banco é largo – essa altura parece ser ainda maior. Os mais baixos, que não estão acostumados com motos trail, certamente irão estranhar. Já na Ninjinha, o banco fica a 78 cm do chão, além do banco ser mais estreito. Com isso pilotos de menor estatura – e muitas mulheres – irão se sentir mais seguros com os dois pés no chão, principalmente para manobras em baixa velocidade.

Mas quando se enfrenta o trânsito pesado da capital paulista, a Falcon mostra mais desenvoltura, já que têm maior ângulo de esterço e mais torque em baixas rotações – mesmo que o câmbio de cinco marchas não tenha mudado, a nova injeção eletrônica melhorou o funcionamento do monocilíndrico refrigerado a ar com 397,2 cm³.

A nova Ninjinha, entretanto, também conta com mais “força” em baixos giros, mas sente alguma dificuldade para rodar entre os carros: exige mais trocas de marchas e seu esterço é reduzido. Em resumo, cansa mais pilotar a Ninja 300 no trânsito engarrafado. Como trânsito pesado é quase sinônimo da cidade de São Paulo, esse é um ponto a ser levado em consideração se você é um motociclista paulistano. Mas se trânsito não é rotina onde você reside, a nova Ninja 300 é uma ótima companheira para a cidade também.

Na estrada

Bastou entrar na estrada para a vantagem passar a ser da Ninja 300. Os 39 cavalos de potência máxima aos 11.000 giros de seu bicilíndrico de 296 cm³ e refrigeração líquida entram em ação e a pequena esportiva da Kawasaki mostra um desempenho bem superior aos 28,7 cavalos da Falcon. A Ninjinha larga na frente, acelera mais e tem maior velocidade final: em pista fechada atingiu 172 km/h contra 154 km/h da Falcon.

Outro detalhe é que a carenagem da Ninja 300 proporciona uma boa proteção aerodinâmica e mais conforto, enquanto que na trail da Honda o piloto vai de peito aberto. No início do trajeto, o piloto da Kawasaki segue mais tranqüilo sem ter que acelerar muito para rodar a 120 km/h. Nessa velocidade, na Falcon o motor já vibra e o vento atrapalha.

Porém com o passar dos quilômetros, o banco mais macio da Falcon ganha pontos, enquanto a pouca espuma da Ninjinha começa a incomodar. Além disso, a posição de pilotagem mais esportiva começa a cansar os joelhos.

Se a viagem for longa, portanto, mais vantagens para a trail da Honda: o consumo da Falcon na estrada foi surpreendente: 26,8 km/litro. Já a Ninja 300 rodou 23,8 km/l. O que dá poucos pontos a mais para Falcon no quesito autonomia, já que a Ninja 300 tem tanque com maior capacidade 17,0 litros contra 15,3 litros da Honda. Na cidade, a Falcon também foi mais econômica fez 24,2 km/l contra 21,9 km/l da Ninja.

Razão ou emoção

Com preços semelhantes, mas propostas completamente distintas é impossível concluir qual a melhor motocicleta. Neste comparativo, mais do que em tantos outros, vale a máxima de qual a melhor opção para cada motociclista, levando-se em conta o uso que se fará do modelo.

Por exemplo, um jovem de 1,65 m que use a motocicleta apenas para ir e voltar do trabalho e da faculdade talvez opte pela nova Kawasaki Ninja 300. Primeiro, por que seu assento é mais baixo. Segundo, porque seu desenho é mais atual e faz sucesso por onde passa. Ou ainda pelo seu desempenho superior.

Mas suponha que outro motociclista, mais alto e pesado, rode cerca de 100 km em estradas para ir e voltar do trabalho. Nesse caso, a Falcon talvez seja mais indicada: afinal é mais confortável e econômica. Além de já vir de fábrica com um bagageiro pronta para receber um baú para levar bagagem.

Outro ponto a levar em consideração é o transporte de passageiro. Na Falcon a garupa conta com mais conforto por conta do banco largo, alças de apoio e as pernas ficam mais esticadas por conta da posição das pedaleiras. Já na Kawasaki a garupa tem que ter disposição, já que a posição Racing com pernas mais dobradas e poucos pontos de apoio obriga a abraçar o piloto para se segurar (cá entre nós isso pode ser uma vantagem no início do namoro).

Os mais arrojados vão preferir a pequena Ninja 300, afinal com a reformulação seu desenho ficou realmente atraente. O novo motor também deixou a pilotagem mais divertida e prazerosa, além do que seu desempenho em curvas merece elogios. Levado pela emoção a Ninja 300 seria minha opção.

Por outro lado, mesmo que a nova Falcon não seja assim tão “nova”, exceto pela injeção, a razão me influenciaria a comprar a trail de 400cc. Primeiramente, por ser mais confortável para viajar – é indiscutível que a posição de pilotagem das trails é mais agradável e permite rodar mais quilômetros. Além disso, a Honda é mais versátil: pode-se arriscar até mesmo uma aventura em estradas de terra, terreno impraticável para a Ninja 300.

Ficha Técnica Honda NX 400i Falcon

Motor  um cilindro, OHC, quatro válvulas (RFVC) e refrigeração a ar
Diâmetro x Curso 85,0 X 70,0 mm
Taxa de compressão 8,8:1
Capacidade  397,2 cm³
Potência Máxima 28,7 cv a 6.500 rpm
Torque Máximo 3,27 kgf.m a 6.000 rpm
Sistema de Alimentação Injeção Eletrônica
Partida  Elétrica
Câmbio 5 velocidades
Embreagem  Multidisco em banho de óleo
Transmissão final por corrente
Suspensão
Dianteira Garfo telescópico convencional com 215 mm de curso
Traseira Balança monoamortecida com amortecedor fixado por links e 180 mm de curso
Freios 
Dianteiro Disco de 256 mm de diâmetro e pinça de duplo pistão
Traseiro Disco de 220 mm de diâmetro e cáliper de pistão simples
Pneus
Dianteiro 90/90-21 (54S)
Traseiro 120/90-17 (64S)
Quadro Tipo berço semiduplo em aço
Altura do Assento  850 mm
Distância Mínima do Solo 242 mm
Dimensões (C x L x A) 2.157 mm x 789 mm x 1.222 mm
Distância entre-eixos  1.434 mm
Tanque de Combustível 15,3 litros
Peso a seco 158 kg
Cores  Vermelha metálica, prata e preta
Preço  R$ 18.900 (sugerido)

Kawasaki Ninja 300

Motor: Dois cilindros paralelos, 12 válvulas, DOHC, com refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 296 cm³
Potência máxima: 39 cv a 11.000 rpm
Torque máximo: 2,8 kgf.m a 10.000 rpm
Câmbio: Seis marchas
Partida: Elétrica
Transmissão final: Corrente
Alimentação: Injeção eletrônica
Quadro: Berço semi-duplo em aço de alta elasticidade
Suspensão dianteira: Garfo telescópico convencional com 37 mm de diâmetro sem ajustes com 120 mm de curso
Suspensão traseira: Monobraço com um conjunto de mola e amortecedor a gás ajustável na pré carga com 132 mm de curso
Freio dianteiro: Disco de 290 mm em formato margarida e pinça de pistão duplo
Freio traseiro: Disco de 220 mm em formato margarida e pinça com pistão duplo
Pneu dianteiro: 110/70-17
Pneu traseiro: 140/70-17
Comprimento total: 2.015 mm
Largura total: 715 mm
Altura total: 1.110 mm
Distância entre eixos: 1.405 mm
Altura do assento: 785 mm
Tanque de combustível: 17,0 litros
Peso em ordem de marcha: 172 Kg
Cores: Branco, Preto e Verde
Preço: R$ 17.990 (sem frete e seguro)

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