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1- Não exagere nos buracos e na carga
A primeira dica para manter o bom estado da suspensão da moto é não exagerar na velocidade ao encarar pisos ruins, assim como buracos, lombadas ou obstáculos. Especialmente se for um sistema mais esportivo, de curso reduzido e firme.
Ao consultar o manual da moto, se pode observar o limite de carga ao levar garupa e bagagens. Inclusive, ao levar mais peso ou ao pegar a estrada, deve-se calibrar os pneus com mais pressão que o normal. Rodar com a calibragem inadequada, tanto maior, como menor, pode influenciar diretamente na condução e na durabilidade da suspensão.
Quando se carrega mais carga, é importante ajustar a pré-carga da mola traseira: ao deixá-lo mais comprimido, a ação da suspensão fica mais firme, evitando que a dianteira fique leve.
2- Transporte e limpeza
Outro cuidado importante, segundo o mecânico Alex Bongiovanni, da Officine Moto, é relativo ao transporte de motos em picapes, carretas ou guinchos. “Nestas situações é comum ver as motos amarradas com as suspensões totalmente comprimidas, no fim do seu curso. Esta prática pode causar vazamentos nos retentores, e com o passar do tempo, o arreamento das molas”, relata o mecânico paulistano.
Expert no assunto, Bongiovanni explica que o ideal é deixar a moto presa nos esticadores com sua suspensão em torno da metade do curso total de trabalho. Outra dica é em relação à limpeza da moto, que influencia na durabilidade dos componentes da suspensão, seja ela dianteira ou traseira. Isso por que o acumulo de sujeira costuma se depositar entre a haste e vedadores, formando uma “massa abrasiva” que pode gerar vazamentos.
3 - Manutenção periódica
Segundo o mecânico Leandro Panades, a troca do fluido hidráulico da suspensão dianteira deve ser realizada uma vez ao ano. Ou, entre 10 e 15 mil km – o que varia de acordo com o fabricante.
Panades relata que “é raro os clientes realizarem esta troca no intervalo sugerido. Porém, não se deve deixar passar de um ano e meio da última troca, sob pena da suspensão ficar muito “mole”, o que prejudica a condução da moto”, completa o mecânico, dono da oficina paulistana que leva seu nome.
Já Bongiovanni atenta a um sintoma de óleo “velho” que, ao perder parte de suas propriedades originais, faz com que a suspensão dianteira “mergulhe” demais em frenagens. Um perigo em uma situação de risco.
Na oficina, a avaliação do estado da suspensão é feita da seguinte forma: com a moto parada e ao seu lado, aperta-se firme o freio dianteiro e se puxa a moto para trás (como se fosse manobrar). Tal teste permite checar o quanto de curso é liberado, e se a ação da suspensão está dentro do esperado.
Outro indício de manutenção vistos a olho nu são pequenos “suados” nas bengalas, o que indica óleo vazando e necessidade de troca dos retentores e verificação das buchas.
Ao realizar a troca do óleo (junto da checagem dos componentes internos), é possível optar por fluidos hidráulicos mais (ou menos) densos, que tornam a ação do sistema mais firme ou macio.
4- Check-up também na traseira
Já na suspensão traseira, a verificação se faz pressionando a parte traseira da moto para baixo. Desta maneira se verifica o retorno da suspensão e se a parte hidráulica está atuando de maneira correta. Nos casos em que a suspensão está muito “mole”, é possível perceber um retorno muito rápido do sistema.
Bongiovanni relata que o sistema traseiro costuma ser mais “esquecido”, e normalmente se procura ajuda mecânica apenas quando ocorrem ruídos na parte traseira.
“O ideal nas revisões completas é lubrificar a suspensão com uma engraxadeira (nos sistemas que tem bicos específicos para tanto), ou desmontar o conjunto, verificar eventuais desgastes das buchas, retentores que fazem o papel de proteção nos “links”, e lubrificá-los com graxa à base de bissulfeto de molibdênio. Este tipo de graxa cria um “filme” nas peças e oferece grande poder de lubrificação.
Caso o sistema traseiro monoamortecido apresente ação fora do normal, normalmente se pode efetuar o seu reparo – e até mesmo trocar a mola e escolher um modelo mais ou menos firme, no caso de motos cross ou esportivas.
Em motos de baixa cilindrada (bichoque) vale mais a pena trocar o par de amortecedores, acessíveis e que já acompanham as molas.
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