Conheça a história por trás do icônico Vw Vol GT

Até os dias de hoje, um Gol GT chama atenção por onde passa

O inicio dos anos 1980 foi espetacular para a indústria automotiva nacional. O mercado estava sedento por novidades a indústria automobilística nacional é notória pelo número de  modelos desenvolvidos especificamente para o mercado brasileiro.

A primeira versão esportiva do Gol se destacaria em 1984, ano de lançamento da icônica versão GT. Pode-se dizer que ele foi responsável pela popularização do hatch compacto da Volkswagen e que abriu as portas para as versões GTS e GTI em 1989.

O problema com a escolha da mecânica

Uma ala da Vw Brasil insistia em utilizar motor 1.3 refrigerado a ar herdado do Fusca. Alguns preferiam os motores EA111 e EA827 refrigerados a água. Em defesa de uma mecânica mais moderna, os engenheiros falavam que se fosse utilizado o motor mais antigo seria um carro bonito, moderno e estável sabotado por uma mecânica com mais de 40 anos.

Só para se ter uma ideia, o motor 1.3 refrigerado a ar tinha um desempenho sofrível: máxima de 124,67 km/h e 0 a 100 km/h em 30,27 segundos. Um automóvel fraco na cidade e perigoso nas rodovias.

Mas foi aí que veio a revolução do Gol GT. O esportivo era impulsionado por um inédito motor de 1,8 litro e potência declarada de 99 cv, bem acima dos 81 cv do Voyage e da Parati, que já utilizavam os motores 1.5 e 1.6 refrigerado a água.

Só para se ter um noção da evolução, o Gol GT tinha 934 kg e fazia de 0 a 100 km/h em menos de 11 segundos, com máxima beirando os 170 km/h. Boa parte desse desempenho vinha do comando de válvulas, o mesmo do Golf GTI alemão. Enfim, tínhamos um hot hatch entre nós.

O esportivo de Wolfsburg também serviu de inspiração para a decoração esportiva: faróis redondos de longo alcance, pneus 185/60 em rodas Avus aro 14, grade na cor da carroceria, defletor dianteiro e o adesivo GT em destaque no vidro.

O comportamento dinâmico estava à altura do novo motor: a suspensão dianteira recebeu molas mais rígidas e barra estabilizadora mais grossa e os amortecedores foram recalibrados. As pinças de freio foram redimensionadas e a direção adotou relação mais lenta em função dos pneus largos.

O câmbio de quatro marchas foi substituído no ano seguinte por outro de cinco, mas a relação final de transmissão permanecia inalterada, com velocidade máxima na última marcha.

Era mais ágil que o Ford Escort XR3, limitado pelo arcaico motor 1.6 e comando de válvulas no bloco. Logo ganhou a companhia do Passat GTS Pointer, que adequou a mesma receita a um perfil familiar.

O motor AP foi adotado em meados de 1985, com bielas mais longas para melhor rendimento e funcionamento mais suave.

Design marcante para a época

O conjunto ótico dianteiro era o usado no Voyage e na Parati, com enormes faróis retangulares ladeados por piscas verticais. Na traseira havia um aplique preto fosco entre as lanternas e na tampa, e o vidro recebeu um adesivo com a inscrição GT. A cilindrada era orgulhosamente exibida por adesivos na traseira e laterais.

O capricho se repetia no interior: bancos esportivos Recaro, volante de quatro raios do Passat TS, conta-giros e console com relógio digital.

Poucas alterações foram realizadas até o encerramento da produção, em 1986: foram adotados faróis de neblina, regulagem de altura para o banco do motorista e o belíssimo volante “quatro bolas”.

Ficha técnica: VW Gol GT 1986

Motor: longitudinal, 4 cilindros em linha, 1.781 cm3, comando de válvulas no cabeçote,
carburador de corpo duplo; 99 cv a 5.600 rpm; 14,9 mkgf a 3.600 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
Dimensões: c
Pneus: 185/60 R14

Desempenho (Teste janeiro de 1986 pela revista 4 Rodas)

Aceleração: 0 a 100 km/h: 10,61 s
Velocidade máxima: 167,83 km/h
Consumo: 6,88 km/l (urbano) e
Atualizado: R$ 117.600 (IPC-A/IBGE)