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“Com os novos produtos estou seguro que a Mercedes-Benz deve ganhar mercado”, confia Jürgen Ziegler, presidente da empresa no Brasil. “Isso será possível porque agora temos produção suficiente e portfólio completo para alimentar o mercado”, afirma Joachim Mayer, vice-presidente de vendas da Mercedes-Benz do Brasil. “Estamos prontos e a bola está com nosso departamento de vendas para retomarmos a liderança”, completou, avaliando que, com a chegada de novos concorrentes para dividir o mercado brasileiro, quem tiver em torno de 30% das vendas será o líder do segmento de caminhões no País.
“A nova linha de veículos fecha um grande ciclo de investimentos em ampliação da produção em todas as unidades na região”, explica Mayer. A antiga fábrica de São Bernardo do Campo (SP), onde é produzida a maior parte dos produtos, teve a capacidade aumentada de 65 mil para 75 mil unidades/ano. A planta de Juiz de Fora (MG), que deixou de fazer carros no ano passado, foi modificada para caminhões e começa a montar o pesado Actros e o leve Accelo a partir de janeiro, ao ritmo de 15 mil veículos no primeiro ano de operação. Na Argentina, a unidade de Gonzáles Catán, que este ano completa 60 anos de atividades, já opera em dois turnos, foi modernizada para fabricar a nova linha de vans e furgões Sprinter, além de ter também absorvido parte da fabricação de chassis de ônibus e produzir o caminhão semipesado 1618, só para o mercado local.
Recorde e queda anunciada
Com as ampliações, este ano somente a fábrica do ABC paulista deverá atingir o recorde de 45 mil a 46 mil caminhões produzidos. Será difícil repetir o número em 2012, pois o expressivo movimento de pré-compra de caminhões no Brasil, com aumentos de até 30% nas vendas de alguns modelos para fugir dos veículos Euro 5 mais caros – de 6% a 10% no caso da Mercedes-Benz –, prenuncia uma queda abrupta do mercado. “É algo que sempre acontece em todos os países onde a legislação de emissões fica mais rigorosa. Não há como fugir disso e é o preço a se pagar por fabricar veículos mais limpos”, diz Mayer.
Contudo, o executivo espera por uma rápida recuperação, sustentada pelo contínuo avanço da economia brasileira. “Esperamos por uma queda das vendas em torno de 20% no primeiro semestre, mas a economia está forte e as compras devem voltar a crescer na última metade do ano, para fechar o período no mesmo nível de 2011”, projeta.
Mayer também confia no trabalho de renovação feito na linha de produtos para ganhar mercado dos concorrentes. “Como os veículos Euro 5 iriam ficar mais caros de qualquer jeito para incorporar as novas tecnologias de redução de emissões, adotamos como meta compensar esse custo agregando maior valor aos produtos. Todos receberam melhorias e inovações tecnológicas”, assegura.
SCR BlueTec5 e EGR BlueEfficiency
O desenvolvimento das novas famílias de veículos comerciais P7 da Mercedes-Benz envolveu 400 engenheiros do centro de desenvolvimento da empresa em São Bernardo, consumiu 50 mil horas de testes e 3 milhões de quilômetros rodados para experimentações, segundo informa a empresa.
Os novos modelos Euro 5 da Mercedes-Benz usam dois tipos de tecnologia já testados pela empresa em outros países, principalmente na Europa. Aqui essas duas tecnologias usarão o mesmo nome fantasia adotado internacionalmente pela marca: BlueTec5 e BlueEfficiency.
Bluetec5 é o sistema de redução catalítica SCR, com injeção de solução de ureia (Arla 32) no catalisador, que será usada em todos os caminhões e ônibus Mercedes-Benz. Já o sistema BlueEfficiency de recirculação de gases EGR é empregado nas vans Sprinter, pois ocupa menos espaço. Em ambos os casos, para compensar o preço mais alto, a fabricante promete economia de até 6% em relação aos motores Euro 3, maior intervalo de trocas de óleo (até 125% maior em alguns modelos) e maior potência em todos os modelos Euro 5.
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