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Continental começa a montar ABS no Brasil

10/04/2013 - 15:38 - Automotive Business
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De olho no expressivo aumento da demanda esperado pelos dispositivos antitravamento para freios (ABS), que passam a ser obrigatórios por lei em todos os veículos vendidos no País a partir de 2014, a Continental inaugurou na terça-feira, 9, na antiga fábrica de Várzea Paulista, a 70 km de São Paulo, sua primeira unidade de produção na América do Sul de módulos de controle de ABS. Com investimento divulgado de R$ 30 milhões, toda a linha de máquinas veio da Alemanha, onde foi desativada com seis anos de uso para dar lugar a outra mais moderna. Aqui será fabricado o módulo MK 70, uma geração atrasado em relação ao que começa a ser fornecido na Europa e outros mercados desenvolvidos.

Na fábrica de Várzea Paulista, que desde 1969 produz sistemas de freios hidráulicos na mesma localidade (inaugurada como Teves), a linha de produção de módulos ABS tem 80 funcionários e capacidade inicial para 900 mil unidades por ano, mas pode alcançar o ritmo de 1,2 milhão/ano até o fim de 2013, segundo projeta a Continental. O terceiro turno está programado para entrar em operação já em julho ou agosto. Parte dos módulos poderá seguir para a Argentina, mas as exportações não são o foco principal, o objetivo prioritário é fornecer para os clientes instalados no Brasil – um dos maiores será a Volkswagen e seu compacto Up!, que começa a ser produzido no segundo semestre deste ano. “Nossa estratégia é estar onde os nossos clientes estão”, afirmou Sandro Beneduce, presidente da Continental Brasil e Argentina, que assumiu o cargo em fevereiro passado.

Considerando a fabricação estimada acima de 3,6 milhões de veículos no País em 2014, a Continental deverá abocanhar cerca de um terço do fornecimento de ABS – o restante fica dividido em partes quase iguais entre os dois demais concorrentes, TRW e Bosch. “Mas há espaço aqui para crescer mais se nossos clientes precisarem. Se tivéssemos 100% do mercado, poderíamos fazer”, afirma Frank Jourdan, vice-presidente executivo da unidade de negócios de sistemas eletrônicos de freios, que faturou € 7,1 bilhões no mundo todo em 2012 e forneceu 20 milhões de sistemas ABS – ou um quarto da produção mundial de veículos no período.

Quase tudo importado

A nova unidade ocupa 1,64 mil m2, onde ficam agregados 41 processos de montagem e cerca de 290 testes de funcionamento sobre o ABS – sistema fundamental para reduzir a distância de frenagem e assim elevar a segurança. Das 33 peças que formam cada módulo, só uma pequena parte é fornecida no Brasil, o bloco de alumínio usinado que reúne as válvulas do sistema. Todo o resto é importado, incluindo a unidade de controle eletrônico, que vem da Continental no México. Algumas pequenas válvulas vêm da Bélgica.

É um exemplo que comprova o elevado grau de defasagem tecnológica e de falta de competitividade de custos da cadeia de suprimentos da indústria automotiva brasileira, quando se olha do segundo nível de fornecimento (tier 2) para baixo.

Apesar do grande número de peças importadas, a Continental garante que o produto já tem 60% de seu valor agregado no Brasil, com grande oportunidade de aumentar esse índice. “Nos próximos anos a tendência é elevar o volume de componentes do sistema comprados aqui mesmo no País”, diz Beneduce.

O executivo avalia que a nova política industrial para o setor automotivo no País, o Inovar-Auto, abre novas oportunidades de introduzir a produção aqui de outros sistemas que a indústria vai precisar para atender as exigências da legislação. Segundo ele, as consultas dos clientes já começaram. “Temos sido procurados, especialmente para o fornecimento de componentes para motores que serão necessários para atingir as metas de eficiência energética”, conta. Com isso, também é esperado aumento do faturamento no Brasil (de R$ 2,75 bilhões em 2012) e consequente elevação para grupo Continental da importância da região, hoje uma pequena fração do faturamento global, que somou € 32 bilhões no ano passado.

Contudo, não há previsão de aumento de capacidade tecnológica a ser desenvolvida no País. Em sua sede na Alemanha, a Continental já trabalha no desenvolvimento de avançados sistemas de assistência ao motorista que, no futuro, poderão criar o carro a prova de acidentes (leia aqui). No Brasil o foco está na engenharia de aplicação, para adaptar produtos ao mercado local. Essa realidade deve seguir assim, com a fabricação local sempre que existir demanda, como é agora o caso do ABS e poderá ser com o ESC, controle eletrônico de estabilidade. “Na Europa, Japão e Estados Unidos o sistema já é standard. Se nossos clientes quiserem também podemos produzir aqui”, diz Jourdan.

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