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Economistas da consultoria Tendências projetam uma expansão (deflacionada) do estoque de crédito para pessoas físicas de 7,4% em 2011. Até maio, esse crescimento havia sido de 2,1%. Nossa expectativa é a mesma desde o início do ano, ressalta Alessandra Ribeiro. A estimativa de crescimento no segundo semestre, embora em ritmo superior ao da primeira metade do ano, apresenta uma ligeira desaceleração em relação a 2010, quando o saldo subiu 12,5% em relação a dezembro de 2009.
Historicamente, o segundo semestre costuma apresentar um ritmo mais forte de concessões de crédito do que o primeiro - à exceção de 2008, quando a relação foi invertida no rastro da crise financeira mundial. Se a tradição for confirmada neste ano, é provável que a expansão nominal do crédito em 2011 supere a estimativa do BC de uma alta de 15%. O recente aumento de inadimplência e a elevação da Selic poderiam conter um pouco o ritmo das concessões, mas as condições do mercado de trabalho e da economia de modo geral seguem positivas, diz Jayme Alves, economista da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A elevação de requerimento de capital para empréstimos de longo prazo a pessoas físicas e do recolhimento compulsório, medidas adotadas pelo BC em dezembro, teve efeito imediato no crédito. Segundo Roberta Veiga, economista da Tendências, o pico ocorreu em março, quando a média móvel de concessões para pessoas físicas (calculada com base nos meses de março, fevereiro e janeiro) sofreu queda de 1,7%.
Mas a força de tais medidas acaba sendo reduzida ao longo do tempo. A concorrência estimula novas concessões e os bancos também acabam se ajustando ao cenário de maior requerimento de capital, observa Alves, da Febraban. Para Cristiano Souza, economista do Santander, as modalidades de fato afetadas foram aquelas alvo da exigência extra de capital - veículos e consignado. A distorção foi que o consumidor migrou para linhas mais caras, como cheque especial e cartão.
Depois de um 2010 de expansão robusta, o freio até aqui teve mais relação com a inversão de um ciclo do que com as iniciativas de aperto do crédito, diz o vice-presidente de gerenciamento de risco do Citi, Victor Loyola. O consumidor está mais endividado e com a inadimplência despontando os bancos estão mais cautelosos.
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