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CRF 250L, uma moto de trilha para rodar no asfalto

29/05/2013 - 17:24 - Roberto Brandão Filho / Agência INFOMOTO - FOTOS: Doni Castilho / Agência INFOMOTO
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Comprar uma legítima motocicleta off-road envolve muito mais que apenas adquirir uma máquina para o lazer ou para competições nos ambientes fora da estrada. Aquele que optar por este tipo de veículo, precisará, obrigatoriamente, de uma caminhonete, furgão, ou de uma carreta para poder transportá-lo até o local da prática do esporte. O fato da legislação de trânsito do Brasil não permitir rodar com este tipo de veículo dentro da cidade ou em qualquer via pública é um dos grandes obstáculos para o possível consumidor. Então, como chegar até a trilha (ou pista) se não houver transporte?

Pensando em solucionar este problema e atrair novos consumidores, a Honda resolveu trazer ao país a CRF 250L, importada da Tailândia. Uma motocicleta com alma, corpo e espírito off-road, porém homologada para transitar pelas ruas e avenidas das grandes cidades por ter piscas, farol, lanterna traseira, velocímetro, espelhos retrovisores e suporte para placa. Além disso, a moto vem de fábrica equipada com suspensão dianteira invertida, rodas e balança traseira em alumínio, pneus de cravo IRC e outros predicados a mais que a transformam numa verdadeira off-road, que pode circular em vias públicas.

Disponível nas concessionárias da Honda por um preço público sugerido de R$ 18.490,00 apenas na cor vermelha, carrega um motor de 249,6 cm³, derivado da “mini esportiva” CBR 250R, monocilíndrico com arrefecimento líquido e quatro válvulas acionadas por balancins roletados, capaz de gerar 23 cv a 8.500 rpm e torque de 2,2 kgf.m a 7.000 rpm.

DNA off-road

A sigla “CRF” não está estampada nas carenagens da nova motocicleta à toa. O design da versão dual purpose (dois propósitos) da marca nipônica segue as linhas agressivas e angulares da família de modelos especiais para o off-road. Porém, apesar das semelhanças estéticas, elas estão muito distantes no quesito desempenho.

O “L” em seu nome vem do inglês “leisure” (lazer, em português) e resume sua proposta: unir uma moto capaz de se aventurar em trilhas fechadas com a utilidade de uma moto para rodar na cidade.

Como podemos ver pelos números fornecidos pela fabricante, o torque e potência máxima são atingidos a médias rotações, diferente de uma off-road nata. Os engenheiros configuraram o motor para oferecer ao usuário um bom desempenho tanto na cidade, quanto nos trajetos fora da estrada.

Entretanto, sua aparência agressiva pode enganar um pouco. Na cidade, para superar os aclives mais acentuados, o condutor sentirá a necessidade de engatar a primeira marcha e enrolar o cabo. Ao invés de ser arisca e agressiva, é uma motocicleta suave e muito amigável. O sistema de escapamento libera um ronco manso, tímido, tudo em função das leis de emissão de ruídos e poluentes.

Desempenho

Por sua configuração voltada mais para o off do que para o on road, a altura do assento de 875 mm dificulta um pouco o embarque e desembarque de pilotos mais baixos. Mas, tanto no caótico trânsito das grandes metrópoles, quanto nas trilhas mais fechadas, a CRF 250L é muito ágil devido a seu baixo peso – 144 kg em ordem de marcha – e seu grande ângulo de esterço.

O conforto também foi deixado um pouco de lado para aumentar o desempenho terra: o assento estreito, plano e de espuma mais fina facilita a movimentação do piloto em terrenos acidentados, mas deixa o traseiro do condutor “quadrado” depois de horas em cima da CRF 250L. Seu consumo na estrada também foi um pouco elevado: variou entre 22,6 km/l e 24,1 km/l. Com seu tanque de apenas 7,7 litros, a autonomia não deve chegar aos 200 km. Bom para o off-road, mas baixo se você pretende viajar com a CRF 250L.

Rodas de 21 polegadas na dianteira e 18 na traseira ajudam a transposição de obstáculos e a suspensão invertida Showa na dianteira faz um excelente trabalho de absorção de impactos. Já a traseira monoamortecida com o sistema Pro-Link, deixa um pouco a desejar. O desempenho do trem dianteiro se sobressai muito ao do conjunto traseiro, o que pode fazer com que a rabeta da moto “passe” a frente ao transpor obstáculos mais altos e saltar.

O chassi é convencional, do tipo berço semi-duplo de aço e o trabalho de freios é feito por um único disco de 256 mm na dianteira e disco simples de 220 mm na traseira, mordidos por pinças Nissin.

Preparada para a trilha

Apesar de já vir pronta para o uso fora da estrada, pequenas alterações na CRF 250L podem aumentar ainda mais seu desempenho no off-road. Durante uma avaliação feita na pista de motocross da Honda em Indaiatuba (SP), os engenheiros da marca trocaram a coroa da transmissão final (40 dentes) por uma maior, de 50 dentes – “encurtando” sua relação. Essa modificação aumentou a resposta em arrancadas, porém diminuiu a velocidade máxima da motocicleta, chegando a 110 km/h, segundo os mecânicos da Honda.

Além disso, foram feitas outras adaptações para tornar a CRF (ainda mais) apta para o fora-de-estrada. Foi instalado um guidão mais alto e largo da marca IMS (próprio para o motocross), pedaleiras maiores e mais reforçadas também da IMS e um escapamento de competição da Pro Circuit.

Com tais mudanças, a motocicleta ficou mais agressiva nas arrancadas, liberando seu torque disponível mais cedo, em baixos giros. Somando tudo, a preparação da moto ficou em torno dos R$ 2.000,00, passando a custar mais de R$ 20,000.00 para seu comprador.

Conclusão

Por seu alto preço, a CRF 250L deveria ter um desempenho bem melhor, agressivo, mais parecido com o de suas irmãs da família CRF. Da maneira como sai de fábrica, é uma motocicleta amigável, silenciosa e que não inspira tanta esportividade quanto seu nome.

Dentro da cidade, ela é perfeita. Faz tudo aquilo que promete. Esguia e ágil, é fácil enfrentar o trânsito urbano a bordo da CRF 250 L. No off-road, só não é perfeita pela suspensão traseira e pelo motor com pouco torque em baixa. Com alterações, fica uma boa opção para os que desejam uma motocicleta para se aventurar nas trilhas e para utilizar no dia a dia da cidade. Se a extinta XR 250 Tornado era uma motocicleta urbana que poderia ser usada nas trilhas, a CRF 250L pode ser classificada como uma moto de trilha que pode rodar na cidade.

Ficha Técnica HONDA CRF 250L

Motor Arrefecimento líquido, 4 válvulas, DOHC, monocilíndrico
Capacidade cúbica 249,6 cm³
Potência máxima (declarada) 23,1 cv a 8.500 rpm
Torque máximo (declarado) 2,24 kgf.m a 7.000 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Berço semi duplo
Suspensão dianteira Garfos Showa invertidos com 250 mm de curso
Suspensão traseira Amortecedor Monoamortecedor com sistema Pro-Link de 220 mm
Freio dianteiro Disco simples Nissin de 256 mm de diâmetro
Freio traseiro Disco simples de 220 mm de diâmetro
Pneus 3.00 - 21 (diant.)/ 120/80-18 (tras.)
Comprimento 2.195 mm
Largura 815 mm
Altura 1.195 mm
Distância entre-eixos 1.445 mm
Distância do solo 255 mm
Altura do assento 875 mm
Peso em ordem de marcha 144 kg
Peso a seco 139 kg
Tanque de combustível 7,7 litros
Cores Vermelha
Preço sugerido R$ 18.490,00

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