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Dúvidas marcam início da MotoGP 2014

14/03/2014 - 09:52 - Roberto Brandão Filho/ Agência INFOMOTO - FOTOS: Divulgação
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A temporada 2014 do campeonato Mundial de Motovelocidade, a MotoGP, terá sua largada em 23 de março, no circuito de Losail, no Catar. Mas, antes da borracha queimar e das luzes se acenderem no deserto do Catar, os pilotos, as equipes e os apaixonados pela competição terão que entender as mudanças feitas no regulamento do campeonato. Mas, para isso, temos que voltar ao início de 2012, quando a Dorna – detentora dos direitos do Mundial – introduziu a classe CRT (Claiming Rule Teams) para “engordar” o grid de largada da categoria MotoGP, a principal da modalidade. 

Com o novo regulamento de baixo custo, a Dorna criou dois campeonatos inseridos em uma só categoria. Um com “status” das motos de fábrica (Honda, Yamaha e Ducati, além das equipes satélites) e outra competição com modelos de chassi artesanais e motores derivados de produção. Ou seja, apesar de não ter vencido nenhuma prova, o espanhol Aleix Espargaró foi o melhor entre os pilotos das motos CRT e levou o título da classe em 2012. 

Depois de dois anos fazendo parte do campeonato, os chefões da MotoGP resolveram substituir a classe CRT por outra categoria, tentando baixar ainda mais os custos. A partir de 2014, as motocicletas que não são “factory” (de fábrica) farão parte da classe Open (aberta).

Classe aberta

Talvez por ironia, a classe aberta terá menos “liberdade” que as motos de fábrica, tendo sua ECU e seu software padronizados (tecnologia da Magneti Marelli fornecida pela Dorna), mas, por outro lado, terão algumas “vantagens”. Uma quantidade maior de combustível e maior número de motores por temporada para utilizar são algumas das facilidades. A classe open também terá disponível um pneu traseiro mais macio e a possibilidade de desenvolver os motores durante a temporada, algo proibido às equipes de fábrica, que podem trabalhar nos propulsores apenas nos testes pré-temporada. 

As motos da classe aberta terão tanque de combustível com maior capacidade: quatro litros a mais (24 litros) do que as de fábrica (20 litros). Também poderão trocar os motores doze vezes por piloto/temporada – na categoria oficial são permitidas apenas cinco trocas na temporada. Apesar de ambas as classes utilizarem o mesmo ECU (hardware) da Magneti Marelli fornecido pela MotoGP, as equipes de fábrica poderão usar seu próprio software, projetado sob medida para a sua moto. Portanto, o que vai definir em qual classe a equipe irá competir será a escolha do software. 

Acreditava-se que todos os membros da MSMA (Motorcycle Sports Manufactors Association - Associação de fabricantes de motos esportivas), Honda, Yamaha e Ducati, escolheriam pela classe de fábrica. As japonesas confirmaram suas participações como equipes “factory”. Indo na contramão e fazendo uma aposta para tentar conquistar um lugar no pódio, a Ducati – que não teve nenhum resultado satisfatório em 2013 – abriu mão de seu próprio software para se tornar a mais nova integrante da classe aberta da MotoGP. 

Ao comentar sobre o assunto, o novo gerente geral da Ducati Corse, Luigi Dall’Igna, afirmou acreditar que o melhor para a Ducati é correr na categoria aberta. “Estudamos cuidadosamente os novos regulamentos técnicos e concluímos que a opção da classe Open é a mais interessante para a Ducati na atual situação. Este ano vamos continuar desenvolvendo nossas motocicletas para melhorar nossa competitividade, e a opção fábrica, não consegue suprir as nossas necessidades. Estamos confiantes de que o pacote eletrônico (ECU) fornecido pela Magneti Marelli e pela Dorna é de boa qualidade e irá nos permitir a correta gestão de todas as principais funções de nossas motos”, disse.

Confusão e mais uma nova classe

Mas, o que isso significa? A Ducati, então, não competirá diretamente com a Honda e Yamaha no campeonato Mundial, já que fará parte de uma subcategoria? Para esclarecer todas as questões e tentar apaziguar a situação nos bastidores - as “vantagens” da Ducati na classe Open levaram a Honda a dizer que “não estava feliz” com as circunstâncias –, a Dorna resolveu tudo de maneira inusitada e em cima da hora. 

Na tarde da última terça feira, dia 11 de março, menos de duas semanas antes do início da temporada 2014, o CEO da Dorna, Carmelo Ezpeleta, confirmou o acréscimo de mais uma classe na MotoGP, chamada de “Factory 2”. Em entrevista ao site oficial da competição, o “chefão” explicou um pouco mais sobre essa nova categoria. “A classe Factory 2 (fábrica 2), na qual será acolhida a Ducati, tem as mesmas condições que as motos da classe aberta, mas, a partir do momento que as equipes ‘Open’ conquistarem três terceiros lugares, ou dois segundos, ou um primeiro lugar, passam a ter um tanque de 22,5 litros em vez de 24 litros, e nove motores em vez de doze”. Dessa forma, a criação dessa nova classe foi feita para assegurar que os privilégios das equipes Open diminuam se essas forem capazes de completar as provas regularmente entre os melhores. 

No entanto, a Ducati não ficou muito feliz com a decisão tomada pela Comissão de Grande Prêmio, depois da reclamação da Honda. Falando ao site oficial da MotoGP, o gerente geral da Ducati Corse, Luigi Dall’Igna, disse que o principal problema da Factory 2 é o limite do combustível. “Embora a redução do número de motores por temporada não seja ideal, é o limite de combustível que pode causar maior impacto sobre nossos pilotos, Cal Crutchlow e Andrea Dovizioso. Temos que lembrar que o software da classe Open, disponibilizado pelo organizador e que nós ajudamos a desenvolver, não tem todas as estratégias para reduzir o consumo de combustível. Assim, 22,5 litros de gasolina não é muito. Com certeza teremos que cortar a potência, não em todas as corridas, mas em algumas. Portanto, para nós da Ducati, é uma redução de desempenho importante”, completou.

Embora a competição esteja para começar, há ainda muitas dúvidas e incógnitas, principalmente se, e quando, outras equipes passarem para a classe Factory 2 no decorrer da temporada. No entanto, uma coisa é certa. Apesar das diferenças de limites de combustível, pneus traseiros, mudanças de motor e sistemas eletrônicos, os concorrentes de todas as classes vão disputar os mesmos títulos e campeonatos mundiais (piloto e construtor).

Brasil na pista

Apesar da etapa brasileira da temporada 2014 da MotoGP ter sido cancelada, as cores verde, amarelo e azul estarão representadas em todos os circuitos mundiais pelo piloto Eric Granado. O jovem paulista de 17 anos irá novamente alinhar no grid da categoria Moto3, desta vez pela equipe Calvo, tendo Jakub Kornfeil e Isaac Viñales como seus companheiros de equipe. No ano passado, em 2013, a equipe foi campeã com Maverick Viñales e o time dirigido por Pablo Nieto tem como meta brigar pelo título novamente. Neste ano, o Team Calvo continuará utilizando motocicletas da KTM, dessa vez nas cores azul metálico e branco.

“Estou muito feliz por fazer parte dessa equipe, campeã de 2013. Após os primeiros testes, percebi que a moto tem muito potencial e a equipe é muito profissional. Agora só nos restam mais três dias de testes e no Catar nós veremos realmente até onde podemos chegar. Meu objetivo é estar o mais para cima possível e, com a ajuda da equipe, vou conseguir”, disse Granado ao site oficial da competição.

A abertura do campeonato Mundial de Motovelocidade acontecerá no dia 23 de março, com a corrida noturna do circuito de Losail, no deserto do Catar.

Calendário MotoGP 2014

23 de março    Catar, Circuito de Losail (corrida noturna)
13 de abril    Estados Unidos, Circuito das Américas
27 de abril    Argentina, Termas de Rio Hondo
04 de maio    Espanha, circuito de Jerez de la Frontera
18 de maio    França, Le Mans
01 de junho    Itália, Mugello
15 de junho    Catalunha, circuito da Catalunha
28 de junho    Holanda, circuito TT Assen (corrida no sábado)
13 de julho    Alemanha, circuito de Sachsenring
10 de agosto    Estados Unidos, circuito de Indianápolis
17 de agosto    República Checa, circuito de Brno
31 de agosto    Reino Unido, circuito de Silverstone
14 de setembro    San Marino & Riviera di Rimini, circuito Marco Simoncelli Misano
28 de setembro    Espanha, Motorland Áragon
12 de outubro    Japão, circuito de Motegi
19 de outubro    Austrália, circuito de Phillip Island
26 de outubro    Malásia, circuito de Sepang
09 de novembro    Espanha, circuito Ricardo Tormo-Valencia 

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