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Embora exija cuidado e tenha suas particularidades, conduzir uma moto nessas condições não precisa ser assim tão apavorante. Afinal, grande parte da malha viária de nosso país não é asfaltada e você pode se deparar com um caminho de terra em suas viagens por aí.
Para ajudá-lo da próxima vez em que tiver que pilotar no fora-de-estrada pedimos dicas a dois especialistas no assunto: o piloto de rali Jean Azevedo, 41 anos, e a piloto de motocross Stefany SerrãoAzevedo coleciona nove títulos brasileiros de rali e parte para sua 18ª participação no Rally Dakar em 2016. A jovem Serrão , de 20 anos, pratica motocross desde pequena e já foi campeã latino-americana e é a atual bicampeã brasileira de motocross na categoria MXF (feminina). Confira as dicas dessas duas feras!
Aderência
Tanto Jean Azevedo como Stefany Serrão respondem sem hesitar qual a primeira diferença entre pilotar no asfalto e na terra: a aderência. “Na terra, o pneu não tem o mesmo grip, a mesma aderência do que no asfalto”, explica Jean.
Portanto, a primeira dica é reduzir a velocidade, ainda mais se você não estiver acostumado a andar na terra. A diferença de aderência entre os dois pisos é ainda maior do que entre asfalto seco e molhado, por exemplo. Faça tudo com muita suavidade, explica Stefany. “Nunca frear bruscamente, nunca acelerar bruscamente”, ensina a jovem piloto.
Posicionamento
Você já reparou que os pilotos off-road sempre estão de pé? Essa também é uma dica importante: entrou na terra fique de pé, mesmo que sua moto não seja trail. Dessa forma você terá mais controle da moto e também sua visão será melhor: olhe lá na frente e antecipe as situações. Por exemplo, se você vir uma curva, um buraco ou um obstáculo, já vá reduzindo a velocidade – sempre com suavidade! “Aperte o tanque da moto com os seus joelhos, enrijeça o abdômen e olhe para frente”, explica Stefany. Dessa forma moto e piloto vão parecer um só e você poderá controlar melhor o conjunto.
Frenagem
Acostumado a pilotar em alta velocidade na terra, o piloto de rali Jean Azevedo afirma que é preciso ter muita atenção para frear na terra. “Tem que usar os dois freios – nem só o dianteiro e nem só o traseiro. Mas com mais sensibilidade, porque a chance de a roda travar é maior na terra”, explica. É quase a mesma situação de frear no piso molhado, na chuva: freie com suavidade, com os dois freios, mas sem movimentos bruscos. Imagine que há um ovo entre o manete e a manopla. Aperte o freio com suavidade.
Curvas
A dica aqui é procurar a aderência que a terra não oferece, utilizando-se do seu peso sobre a moto. Primeiro de tudo é preciso reduzir a velocidade para contornar uma curva – ainda mais em uma estrada de terra. E como fazemos isso? “No caso de uma curva para a direita, por exemplo, a gente inclina a moto para a direita e joga o peso do corpo sobre a pedaleira esquerda, do lado de fora da curva”, exemplifica Jean.
Subida
Para enfrentar uma subida mais íngreme, Jean Azevedo afirma que a primeira dica é acertar a velocidade de chegar nela: nem muito lento, nem muito rápido. “Dependendo da inclinação da subida, se você deixar para acelerar no meio, o pneu não vai dar tração e a moto vai patinar”, ensina. O ideal é engatar uma marcha mais baixa com o giro um pouco mais alto, buscando o torque do motor. Na hora de encarar a subida, coloque o corpo mais a frente da moto – sempre de pé. “A tendência é a frente levantar e a moto empinar”, ensina o piloto. Mas cuidado para não acelerar muito, porque nunca se sabe o que há no final da subida: pode ter um buraco, uma ponte ou os temidos mata-burros.
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