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Qualidade nos detalhes
Logo que chegamos a MV Agusta, a moto nas cores vermelho e prata já estava pronta para o teste: lavada, passada e “engomada”. De estilo único, a B3 chama a atenção pelas linhas modernas e pela alta qualidade no acabamento. Destaques para a curta distância entre-eixos, quadro de alumínio em treliça, ponteiras de escape com três saídas do lado direito e rodas de liga leve. Com este visual radical e ao mesmo tempo requintado, a MV Agusta Brutale 675 tem atraído muitos admiradores só pelo olhar, principalmente os motociclistas mais jovens, que querem um produto diferenciado.
Quando o piloto sobe na moto, dá o “start” e começa a rodar, a impressão que se tem é que a naked italiana foi feita para você. Em função do desenho da moto e posicionamento do guidão e das pedaleiras, a ergonomia beira a perfeição. Mas o ponto alto mesmo é de como o piloto “veste” a moto. As pernas encaixam-se bem no tanque de combustível – parece que os joelhos vão se encontrar sob o reservatório de gasolina – e os pés ficam confortavelmente posicionados nas pedaleiras. O banco é bem estreito, mais racing que street. Assim, o piloto se torna parte integrante da máquina, com o corpo levemente inclinado à frente.
Com 810 mm de altura do assento, qualquer motociclista com 1,70m de altura tem condições de colocar os pés no chão sem maiores problemas. Já pilotos com mais de 1,80 m sentirão certo desconforto ao se encaixarem na moto. Senti um pouco de dificuldade para manobrar a moto em baixa velocidade. O ângulo de esterço é reduzido e o motociclista sofre um pouco para estacionar a B3. Por outro lado, a moto tem apenas 167 kg a seco que, aliado ao entre-eixos curto, lhe conferem, muita maneabilidade em movimento.
Motor elástico
Em 12 anos no mercado de duas rodas, tive oportunidade de pilotar várias motos equipadas com motores três cilindros, como os modelos da Triumph e Benelli. A principal característica desses propulsores é oferecer torque desde as baixas rotações, como em um “V-Twin”; mas esbanjando potência como nos modelos de quatro cilindros em linha. Resumindo: o compacto e elástico motor de três cilindros em linha da Brutale 675 oferece o melhor dos dois mundos.
A moto traz curvas de potência e torque bastante amplas, o que lhe garante facilidade na condução diária, sem deixar de lado desempenho esportivo em uma estrada ou pista. Ideal para uma estrada travada, cheia de curvas de média e alta velocidade. Portanto, trata-se de uma moto gostosa e divertida para girar o acelerador com vontade em uma saída de curva e que também pode ser a companheira perfeita para um bate e volta de final de semana. Emoção, com certeza, não vai faltar.
O motor da “Brutalina” gera potência máxima de 110 cv a 12.500 rpm e torque máximo de 6,63 kgm.f a 12.000 rpm. Na prática, a brincadeira começa a 4.000 rpm. Entre 7.000 e 8.000 rpm o uso é bastante racional. A partir das 10.000 rpm a diversão está garantida, com um comportamento radical quase insano. Nessas altas faixas de giro, a naked italiana se transforma numa esportiva. É bastante potência para um motor de 675 cc. Porém, com pouca vibração.
Para auxiliar no bom rendimento do motor, as respostas são instantâneas em função do acelerador eletrônico (ride-by-wire). A B3 traz ainda acionamento da embreagem macio e o câmbio de seis velocidades oferece engates suaves e precisos. Outro diferencial da Brutale 675 é a adoção da tecnologia MVICS (Motor & Vehicle Integrated Control System), que confere quatro configurações de gerenciamento do motor - rain, sport, normal e personalizado - e oito níveis de acionamento do controle de tração.
Para este teste, rodamos no modo Normal (a letra “N” é exibida no painel de cristal líquido) e utilizamos o controle de tração e três níveis: “0”, “5” e “8”, cujo acionamento é feito por meio de um pequeno seletor localizado no punho esquerdo. Fácil e intuitivo. Para os motociclistas mais “sensíveis”, as mudanças de comportamento do motor são perceptíveis. Mas, para um novato, saber que pode contar com uma ampla gama de ajustes, por si só transmite muita segurança na tocada. Até porque, em caso de derrapagem o sistema é capaz de intervir sobre a posição do acelerador, avanço de ignição e restaurar a aderência do pneu.
Ciclística refinada
Mesmo sendo o produto de entrada da família Brutale, a 675 conta com equipamentos de primeira linha. Na dianteira, garfo invertido de 43 mm de diâmetro e 125 mm de curso (sem regulagem). Na traseira, monoamortecedor progressivo de 119 mm de curso, da grife Sachs, regulável e com ajuste na pré-carga da mola. É muito difícil analisar o sistema de amortecimento da Brutale 675, já que as estradas italianas são quase um tapete. Todavia, sem ondulações ou buracos pela frente a moto desliza com propriedade e transmite muita segurança ao motociclista.
Falando em segurança, o sistema de freios da B3 é simplesmente “brutal”, com reações pra lá de instantâneas. Derivado da esportiva F3, o conjunto desta naked traz dois discos dianteiros de 320 milímetros de diâmetro, com pinça de fixação radial de quatro pistões. Na traseira, discos simples de 220 mm de diâmetro e pinça de dois pistões. Ambos da grife Brembo. Para frenagens eficientes, o piloto deve acionar o manete/pedal de forma muito suave, já que o freio funcionará de forma progressiva. Se apertar o manete com muito ímpeto, o motociclista corre o risco de executar um “RL”, manobra radical na qual a roda traseira sai do chão. Mas, involuntariamente. Apesar do modelo não adotar freios ABS, o sistema é eficiente, como o das suas irmãs mais velhas.
No resumo da ópera, a B3 é estável, fácil de pilotar e oferece uma extrema facilidade para mudança de direções. Na Europa, a Brutale 675 está disponível em três cores: vermelho/prata, branco / dourado e cinza / preto. Com preço a partir de 8.990 Euros. No Brasil, o modelo deve chegar em 2013, via Dafra Motos. Até lá, o produto passará por várias etapas para sua homologação final e liberação para ser comercializada em território nacional.
Por enquanto, só nos resta esperar para ter nas mãos as sensações oferecidas pela B3. E, principalmente, esperar que seu preço fique não exceda casa dos R$ 40 mil, levando-se em consideração o que é cobrado por ela no exterior e o valor de suas concorrentes no Brasil.
FICHA TÉCNICA MV Agusta Brutale 675
Motor Três cilindros, quatro tempos, 675 cm³ de capacidade cúbica, 12 válvulas, quatro por cilindro, duplo comando de válvulas no cabeçote e refrigeração líquida com radiador de óleo
Potência máxima 110 cv a 12.500 rpm
Torque máximo 6,63 kgf.m a 12.000 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final Corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Quadro Treliça em tubos de alumínio
Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido de 43 mm de diâmetro com 125 mm de curso
Suspensão traseira Balança monoamortecida regulável na pré carga e retorno com 119 mm de curso
Freio dianteiro Disco duplo de 320 mm de diâmetro, com pinça Brembo de fixação radial com quatro pistões
Freio traseiro Disco simples de 220 mm de diâmetro com pinça Brembo de dois pistões
Pneus 120/70-ZR17 (diant) / 180/55-ZR17 (tras)
Dimensões 2.085 mm x 725 mm (CxL)
Distância entre-eixos 1.380 mm
Distância do solo 160 mm
Altura do assento 810 mm
Peso em ordem de marcha 167 kg
Tanque de combustível 16,6 litros
Cores Vermelho/prata, branco / dourado e cinza / preto
Preço sugerido a partir de 8.900 Euros (No Brasil, não há previsão)
* Enviados especiais a Varese, Itália
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