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Ducati Streetfighter 848 é esportiva desnuda

14/11/2013 - 16:17 - Roberto Brandão Filho / Agência INFOMOTO - FOTOS: Mario Villaescusa / Agência INFOMOTO e Divulgação
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A cultura de motos do estilo “streetfighter” nasceu nas ruas do norte da Europa durante as décadas de 1970 e 1980. Basicamente, os entusiastas pegavam uma motocicleta superesportiva, retiravam as carenagens laterais e frontais, equipavam-na com guidão mais alto e customizavam os motores para alcançar um maior desempenho em comparação às motos naked. Depois de algumas décadas, a Ducati fez o mesmo, preparando motocicletas nesse estilo, direto da fábrica para o consumidor final.

Quando a primeira Ducati Streetfighter foi apresentada ao público em novembro de 2008 durante o Salão de Motos de Milão, na Itália, ela já se mostrou uma verdadeira “lutadora de rua” ao nocautear todas as outras motocicletas na primeira vez que entrou no ringue. Foi eleita naquele ano a máquina mais bonita do evento. Porém, a única versão disponível então era a de 1.098 cm³ e, depois de ouvir clientes e críticas da imprensa especializada, a Ducati resolveu lançar um modelo mais amigável aos motociclistas menos experientes.

No final de 2011 a marca italiana apresentou a Streetfighter 848, equipada com um propulsor de menor capacidade cúbica e de atitude um pouco menos agressiva, baseada na superbike 848 EVO da marca. Sim, segundo a Ducati, o público alvo da 848 é aquele piloto que está procurando uma motocicleta com atitude, porém utilizável no dia a dia. 

Despida para matar

Ao ficar cara a cara com a Ducati Streetfighter 848, sabendo que irá pilotá-la em seguida, dá um leve frio na barriga. Deve ser algo como entrar num ringue de luta do UFC com Roy Nelson, por exemplo. Dá pra encarar, mas uma pitadinha de medo sempre o acompanhará. A máquina da Ducati tem cara de mal, olha pra você como se fosse arrancar sua pele de tão agressiva, mas sem deixar de ser sexy e muito atraente. 

As linhas angulares e agressivas estão presentes desde o conjunto óptico dianteiro, passando pelos contornos do tanque de combustível, pelo spoiler do radiador, pela dupla ponteira de escapamento, até chegar à rabeta minimalista. Sua aparência é realmente brutal, mas sua beleza encanta qualquer um. O painel de instrumentos é totalmente digital e completo. Conta com todas as informações básicas, além dos modos de seleção de mapas de motor e controle de tração. O desenho do painel se une ao design do farol dianteiro.

As curvas da 848 não deixam dúvidas quanto sua característica streetfighter, mas é sua posição de pilotagem um tanto inclinada para a frente que mostra seu lado feroz, mais esportivo. Porém, mesmo apresentando esse perfil impetuoso, ela é confortável, controlável e muito divertida de pilotar. O chassi construído em treliça – bem ao estilo Ducati – fica aparente e ancora garfo dianteiro invertido Marzocchi e monoamortecedor traseiro da Sachs, ambos totalmente reguláveis. Na dianteira, os dois discos de 320 mm são acionados por pinças de quatro pistões fixadas radialmente; e na traseira, disco simples de 245 mm de diâmetro mordido por pinça de dois pistões. O peso total do conjunto é leve: são 169 kg a seco.

Motor e tecnologia

A Streetfighter 848 é equipada com o mesmo motor DOHC (duplo comando de válvula) Testatretta 11°, de dois cilindros em “L” e 849 cm³ da superbike 848 EVO. Porém, sofreu algumas alterações internas para oferecer mais torque em todas as faixas de rotação. O propulsor é capaz de gerar 132 cavalos de potência a 10.000 rpm e torque máximo de 9,5 kgf.m a 9.500 rpm. Apesar do pico do torque ser atingido somente a giros mais altos, basta girar um pouco o acelerador para o motor dessa máquina acordar. 

A resposta é rápida e agressiva, mas linear. Essa máquina apresenta força desde os 2.500 rpm até o limite do conta giros. Ao girar o cabo com vontade até a terceira marcha, parecia mais um soco no peito, quase como se a moto fosse arrancar os braços. Fora isso, frequentemente a roda dianteira perdia o contato com o solo. Diversão garantida.

Assim como todas as motos atuais da marca, a Streetfighter 848 traz de série o DTC (Ducati Traction Control – controle de tração da Ducati) com oito níveis de ajuste. O acesso ao DTC é feito via botão no punho esquerdo e pode ser visualizado no painel de instrumentos. Cada nível é pré-programado para diferentes estilos de pilotagem e de situações. 

Na pista

Mesmo tendo lançado a versão menor da Streetfighter com o intuito de agradar a maior parte dos pilotos, a 848 ainda assim é bem intimidante. A versão de menor capacidade cúbica é sim menos agressiva que sua irmã maior, porém, para tirar o máximo dessa motocicleta, além de estar em um circuito fechado, o piloto tem que ter experiência, mesmo. Uma característica da Ducati e das motos italianas. Mesmo contando com o avanço tecnológico e a eletrônica, aquela “pecinha” sobre o banco faz uma grande diferença nessas máquinas. Até Valentino Rossi, sendo o piloto que é, não conseguiu se adaptar à motocicleta em duas temporadas do campeonato Mundial de Motovelocidade.

Para ver do que ela e nosso piloto são capazes, levamos a Streetfighter 848 para a pista de testes da Pirelli, no interior do estado de São Paulo. Não é um circuito como Interlagos, mas há curvas de alta e de baixa, assim como retas que levam a motocicleta quase ao seu limite. Por estarmos em uma pista de testes, a configuração das suspensões estavam mais duras, voltadas para o uso mais esportivo. A resposta do garfo dianteiro Marzocchi e do monoamortecedor traseiro da Sachs são irrepreensíveis, copiando perfeitamente o contato do pneu no solo e transmitindo segurança na entrada e na saída das curvas. Nas mudanças rápidas de direção, a Street 848 é estável e ágil. 

Parte de sua agilidade e estabilidade nas curvas, tanto na entrada quanto na saída, vem dos pneus. Equipada com calçados desenvolvidos com tecnologias utilizadas no campeonato Mundial de Superbike, Pirelli Diablo Rosso Corsa. Com medidas 120/70 e aro 17, o pneu dianteiro garante ótima aderência sob forte frenagem e na entrada das curvas e o traseiro, 180/60, também de 17 polegadas, oferece aderência suficiente para sair acelerando das curvas, sem precisar do auxílio do controle de tração.

O guidão aberto, somado a firme suspensão e ao largo pneu traseiro – que oferece maior contato da borracha com o solo – passam todas as sensações da moto na pista para o piloto. O condutor sabe exatamente o que está acontecendo abaixo dele. No fim das contas, não importa o seu nível de pilotagem se você confia nas sensações passadas pela moto, o que transforma a pilotagem ainda mais divertida e segura. 

Diferente da superbike 848 EVO, os freios Brembo da Streetfighter 848 não são monobloco, mas são montados radialmente. Entretanto, isso não significa que não apresentem bom funcionamento. Pelo contrário. Eles não têm a “mordida” agressiva das pinças monobloco, mas a motocicleta não precisa de tudo isso. A frenagem é segura e estável, mesmo sem o auxílio do sistema ABS. 

Conclusão

Como a maioria das motocicletas Ducati, a Streetfighter 848 é uma máquina para entusiastas. Embora seja mais praticável que sua irmã maior, ela exige mais do piloto que outras motos, o típico DNA italiano: forte e expressiva. Ela não é a mais potente, mas com certeza é uma das mais brutais. A marca de Bolonha acertou ao lançar um modelo um pouco mais manso e voltado para um maior número de pilotos. É muito divertida em circuitos fechados e com certeza se sairia muito bem em um teste urbano. No Brasil, a máquina está disponível por um preço público sugerido de R$ 52.900, nas cores vermelho e preto fosco.

FICHA TÉCNICA Ducati Streetfighter 848

Motor    DOHC, bicilíndrico em L, 849 cm³ e arrefecimento líquido 
Compressão    13.2:1 
Alimentação    Injeção eletrônica 
Potência    132 cv a 10.00 rpm 
Torque    9,5 kgf.m de torque a 9.500 rpm 
Câmbio    Seis marchas
Transmissão final    corrente
Chassi    Treliça construído em aço
Suspensão dianteira    Garfo invertido Marzocchi de 127 mm de curso totalmente ajustável 
Suspensão traseira     Monoamortecedor Sachs de 127 mm de diâmetro totalmente ajustável
Freio dianteiro    Duplo disco de 320mm com pinça Brembo de quatro pistões 
Freio traseiro     Disco simples de 245mm com pinça de dois pistões 
Pneus    Dianteiro - 120/70 R17 Traseiro 180/60 R17 Pirelli Diablo Rosso Corsa
Peso a seco: 169 kg 
Peso em ordem de marcha    199 kg 
Comprimento    2.120 mm
Altura    1.131 mm
Altura do banco    840 mm 
Tanque    16,5 litros
Preço     R$ 52.900
Cores    Vermelho e Preto fosco

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