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Com visual de moto customizada, a Forty-Eight tem preço sugerido de R$ 50.700. Já a Scout com linhas mais “modernas” está avaliada em R$ 54.990 e é o modelo mais acessível da marca recém-chegada ao Brasil. As duas motos são destinadas ao público jovem e, por um lado, “individualista”, pois elas não têm banco, nem pedaleiras ou alça de apoio para transportar garupa.
Estilos parecidos, propostas diferentes
Os preços bem próximos e o estilo custom dessas motos americanas (mas vale lembrar que ambas são montadas no Brasil) colocam a Scout e Forty-Eight em um comparativo que, a princípio, parece óbvio. Mas ao analisar cuidadosamente as características de cada modelo, notam-se propostas distintas.
A começar pelo visual. A Forty-Eight inspira-se nos veículos hot-rods e traz rodas e pneus largos, que conferem um visual robusto ao modelo. Tem pintura escura, poucos cromados e um visual minimalista.
Já a Indian Scout segue a linha das custom “long and low”, ou seja, longa e baixa, porém com ângulos retos que lhe conferem um ar moderno, jovial. A Scout ainda ostenta duas grandes saídas de escapamento cromadas.
Os tanques de combustível demonstram essas propostas diferentes. A Harley traz um pequeno reservatório no estilo peanut (amendoim), que fez sucesso na década de 1950. Com capacidade para parcos 7,9 litros, oferece autonomia de apenas 150 km, exagerando! Despojado, usa uma tampa cromada que é fácil de abrir, mas pouco segura, por ser apenas rosqueada, sem nenhuma trava.
Já o tanque da Indian tem visual mais moderno com ângulos retos e maior capacidade: 12,5 litros, que resulta em uma autonomia de 250 km. O bocal no estilo aeronáutico é basculante e mais prático na hora de abastecer.
Ergonomia
A Indian permite ao piloto esticar as pernas enquanto os braços alcançam o largo guidão com tranquilidade. As pedaleiras ficam lá na frente, o que dificulta a vida dos pilotos mais baixos, mas oferece conforto na estrada. Seu painel é bem elegante, com velocímetro analógico e boa visualização noturna. Há ainda um mostrador digital com hodômetro, conta-giros, indicador da temperatura do motor, relógio e até mesmo indicador de marchas.
Na Harley, a posição de pilotagem é mais agressiva e urbana. As pedaleiras recuadas obrigam o piloto a manter as pernas dobradas e o tronco projetado a frente. O painel com fundo preto tem como destaque o velocímetro enquanto uma pequena tela display digital mostra várias informações como giros do motor, hodômetros, marcha engatada entre outras. Para isso basta o piloto acionar um botão e mudar a tela.
Desempenho
Embora potência e altas velocidades não seja o forte desses modelos, seus motores oferecem desempenho à altura da proposta de cada uma. A Harley usa o clássico propulsor Evolution de 1.200 cc que oferece excelente torque (8,97 kgf.m a 3.500 rpm), mas infelizmente o fabricante não declara a potência máxima – estimada em torno de 60 cv. Com refrigeração a ar e comando de válvulas por vareta apresenta a costumeira vibração e o som característico que fez a fama da marca. O propulsor consegue manter velocidade de cruzeiro na casa dos 120 km/h enquanto o V2 praticamente “ronrona” a pouco mais de 3.300 giros em quinta (e última) marcha.
Já a Indian Scout tem um conjunto mais moderno. Seu V2 de 1.133 cc usa duplo comando de válvulas e refrigeração líquida. Segundo o fabricante, a potência máxima é de 100 cv enquanto o torque (o fator mais importante nesse tipo de moto) é de 9,96 gkf.m a 5.900 giros. Para manter os mesmos 120 km/h o V2 está a 4.000 giros, mas seu câmbio possui seis marchas.
Comportamento dinâmico
Essas duas americanas são verdadeiros pesos-pesados: mesmo com quadro e balança em alumínio a Indian pesa 248 kg (a seco), enquanto a Harley e todo aquele aço marca 245 kg na balança. Ou seja, não são motos fáceis de manobrar e exigem certa experiência, mas com a força desses V2 todo esse peso desaparece ao rodar. Os dois modelos usam sistemas de suspensão tradicionais: garfos telescópicos na dianteira, e duplo amortecimento na traseira.
O conjunto da Harley evoluiu bastante no modelo 2016. A fábrica investiu em um novo sistema de cartucho das bengalas dianteiras e amortecedores com regulagem, um sistema mais progressivo e eficiente na traseira. O conjunto absorve melhor as imperfeições do piso do que os anteriores.
Na Indian, o sistema também conta com ajustes na pré-carga da mola traseira e se mostrou adequado a proposta da moto, mesmo com todo aquele peso.
Na cidade, a Forty-Eight, por ter um guidão mais estreito e entre-eixos mais curto, sente-se mais à vontade. A posição dos retrovisores, abaixo do guidão, também ajuda a passar entre os carros.
Já a Scout que tem guidão mais largo e entre-eixos mais extenso fica mais a vontade na estrada e em avenidas largas. Ainda no quesito cidade, as pedaleiras projetadas à frente exigem um bom trabalho de pernas no anda e para dos congestionamentos. Além disso, é preciso se acostumar com o calor emanado pelo cilindro traseiro – o mesmo problema também acontece na Harley.
Os dois modelos são equipados com sistema de freios a disco nas duas rodas com o sistema ABS. Parrudas, trazem rodas em liga leve de 16 polegadas calçadas com pneus largos: 150/80 na dianteira e 130/90 na dianteira. As generosas medidas conferem bastante estilo, mas comprometem a agilidade nas mudanças de direção.
Conclusão
Quem busca uma moto para uso exclusivo na cidade poderá ser bem feliz com a Forty-Eight. Cheia de estilo e com o status de ser uma “Harley-Davidson”, ela custa menos, é empolgante e mais fácil de pilotar no trânsito. Porém, se o objetivo for fazer longas viagens, esqueça: para se ter uma ideia não dá para ir de São Paulo a Campinas sem parar para abastecer o diminuto tanque.
Já a Indian Scout chega com aura de novidade, mas peca em alguns detalhes de acabamento, como nos comandos do punho, por exemplo. Uma falta ainda mais grave se levarmos em conta que a Scout custa quase 10% a mais. Por outro lado, seu motor é mais potente e vibra menos, além de o modelo oferecer conforto e autonomia para ser usada também na estrada.
FICHA TÉCNICA - Indian Scout
Motor Dois cilindros em “V”, 1.133 cc, duplo comando no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida
Diâmetro x Curso 99mm x 73.6mm
Taxa de compressão 10.7:1
Capacidade 1.133 cm³
Potência Máxima 100 cv (rotação não divulgada)
Torque Máximo 9,96 kgf.m a 5.900 rpm
Sistema de Alimentação Injeção Eletrônica
Partida Elétrica
Câmbio 6 velocidades
Embreagem Multidisco banhada a óleo
Transmissão final Correia dentada
Suspensão
Dianteira Garfo telescópico com tubos de 41 mm e 120 mm de curso
Traseira Duplo amortecedor com 76 mm de curso e ajuste na pré-carga na mola
Freios
Dianteiro Disco simples de 298mm, com pinça de dois pistões e ABS
Traseiro Disco simples de 298mm com pinça de um pistão e ABS
Rodas Liga leve - 15 raios - 16" x 3.5" (D) e 16" x 5" (T)
Pneus
Dianteiro 130/90-16 72H
Traseiro 150/80-16 71H
Quadro Triangular em alumínio
Comprimento 2.311 mm
Altura do Assento 635 mm
Distância Mínima do Solo 135 mm
Distância entre-eixos 1.562 mm
Tanque de Combustível 12,5 litros
Peso (a seco) 248 Kg
Cores: Preta, prata e vermelha
Preço R$ 54.990
Harley-Davidson Forty-Eight 2016
Motor Dois cilindros em “V”, comando por varetas, quatro válvulas e arrefecimento a ar
Capacidade Cúbica 1.202 cm³
Diâmetro X Curso 88,9 mm x 96,8 mm
Taxa de Compressão 10,0:1
Potência Máxima n/d
Torque Máximo 8,97 kgf.m a 3.500 rpm
Sistema De Alimentação Injeção Eletrônica de Combustível Seqüencial (ESPFI)
Sistema De Partida Elétrica
Câmbio Cinco velocidades
Transmissão Final Correia dentada
Capacidade Do Tanque 7,9 litros
Chassi Tubular em aço de secção circular
Suspensão Dianteira Garfo telescópico de 49 mm de diâmetro do tipo cartucho com 92 mm de curso
Suspensão Traseira Sistema bichoque com ajuste na pré-carga da mola e 54 mm de curso
Freio Dianteiro Disco simples de 300 mm com pinça de pistão duplo
Freio Traseiro Disco simples de 200 mm com pinça de pistão duplo
Pneu Dianteiro 130/90-16
Pneu Traseiro 150/80-16
Comprimento 2.210 mm
Altura do Banco 707 mm
Distância entre-eixos 1.506 mm
Peso a Seco 245 kg
Preço A partir de R$ 50.700
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