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Em crescimento, mercado colombiano aposta em motos maiores e mais modernas

20/05/2019 - 09:44 - Arthur Caldeira / INFOMOTO de Medellín, Colômbia* - OTOS: Arthur Caldeira / INFOMOTO
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Dos 14.486.000 veículos registrados na Colômbia, 8.813.000 são motocicletas. Ou seja, 57% do parque automotor do país sul-americano é formado por veículos de duas rodas. As vendas de motocicletas cresceram 10,7% no ano passado, alcançando a marca de 547.296 unidades comercializadas. Números que colocam o mercado colombiano de motos na segunda colocação na América do Sul e demonstram a importância da indústria de duas rodas para a economia do país.

Com as vendas em alta na Colômbia, a Feria 2 Ruedas (Salão das Duas Rodas), realizada anualmente na cidade de Medellín, cresce não apenas na quantidade de visitantes e lançamentos, mas também na qualidade dos modelos apresentados. 

Até há poucos anos, não havia normas antipoluição para motocicletas e alguns modelos vendidos na Colômbia tinham motores dois tempos, mas isso tem mudado. O país está atualmente na fase Euro 2, mas a previsão é adotar a Euro 3 em 2021. A norma europeia regulamenta a emissão de poluentes por veículos de duas rodas e equivale ao Promot 3 brasileiro, que entrou em vigor em 2009. Embora tardia, a adoção de regras para reduzir a poluição do ar por motos e scooters dará tempo para as indústrias se adaptarem.

“94% das motos vendidas aqui são produzidas na Colômbia”, explica Maria Juliana Rico, diretor do comitê automotriz da Associação Nacional de Empresários da Colômbia. A executiva também explica que foram criadas primeiramente normas de iluminação para as motos e estuda-se a adoção de freios combinados (CBS) e ABS para o próximo ano. “Queremos melhorar a imagem das motocicletas na Colômbia e também diminuir os acidentes com os usuários”, completa Rico.

Lançamentos mais modernos

Os lançamentos da Feria 2 Ruedas 2019, realizada entre 2 e 5 de maio, em Medellín, refletiram o amadurecimento do mercado de motos na Colômbia. A Yamaha, por exemplo, segunda marca mais vendida no País com 19% de market share, só produz e comercializa motos menos poluentes. “Todas os nossos modelos vendidos aqui seguem a norma Euro 3 desde o ano passado”, afirmou Juan David Arango, presidente da Yamaha Colômbia. 

Segundo ele, a iniciativa partiu do próprio setor que criou sua associação há pouco mais de dois anos e trabalha no sentido de oferecer motos melhores e mais seguras. Os lançamentos da marca japonesa no Salão demonstraram essa filosofia. 

A miniesportiva R15, com motor de 150cc e injeção eletrônica, também tem sistema de iluminação por LEDs e freio a disco nas duas rodas. O preço é de 9.900.000 pesos colombianos, cerca de R$ 12.300.

Outra novidade, o XMax 300 também tem injeção eletrônica, luzes de LED, freios ABS e até controle de tração. O scooter, lançado há dois anos na Europa, não será um campeão de vendas na Colômbia, onde as motos de até 150cc dominam, mas já mostram a evolução do mercado.

A Suzuki, outra gigante japonesa também instalada no país, mostrou a DR 150. O modelo de uso misto ainda tem motor carburado, mas já vem com freio a disco na dianteira e painel digital. 

De olho no crescimento do segmento de scooter, a Suzuki também apresentou duas novidades para as motociclistas colombianas: o pequeno Address 110 e o moderno Burgman 125. “Não tínhamos scooters em nosso line-up, mas as vendas desse tipo de moto têm crescido, principalmente entre as mulheres”, explica Stiven Castañeda Rua, assessor comercial da concessionária Suzuki em Itaguí, cidade próxima a Medellín. Ambos os modelos são comercializados também na Europa, o que significa que poluem pouco e contam com sistemas de freios mais modernos.

Honda CB 650R chega primeiro à Colômbia

A Honda também apostou em motos mais modernas e até de maior cilindrada no seu estande. A grande estrela era a nova geração da CB 650. A naked, que agora se chama CB 650R, apresentada no ano passado no Salão de Milão, desembarcou no mercado colombiano antes mesmo de chegar ao Brasil. Com motor mais potente, freios ABS e controle de tração, o modelo é importado da Tailândia e segue as atuais normas europeias para motos. Seu preço na Colômbia é de e 36.990.000 pesos, cerca de R$ 45.000.

A nova Honda XRE 300 também foi apresentada ao mercado colombiano. Reformulada, a trail, produzida em Manaus, tem injeção eletrônica e seu motor atende às normas da segunda fase do Promot 4 brasileiro (equivalente às atuais normas da Euro 4) e ainda conta com iluminação full-LED e freios ABS de série. 

Mas até mesmo a pequena CB 125F foi modernizada recentemente. A moto street, embora carburada, também atende a Euro 3 e ganhou um sistema que acende as luzes automaticamente ao dar partida – uma exigência já antiga na legislação brasileira, mas que está sendo adotada agora na Colômbia. 
Com preço de 4.450.000 pesos colombianos (cerca de R$ 5.600), a CB 125F é um dos modelos de maior sucesso da Honda no país. A marca japonesa é a terceira mais vendida na Colômbia com 17% do mercado – ficando atrás da Yamaha e da líder, a indiana Bajaj, representada pela Auteco.

A Auteco também monta e revende marcas como Kawasaki e KTM na Colômbia. Entre as novidades apresentadas pela empresa, que voltou a participar da Feria 2 Ruedas na edição deste ano, estava a nova Ninja 400, já à venda por aqui. 

Mas chamou a atenção o lançamento da nova KTM 790 Adventure para o mercado colombiano. A bigtrail tem motor de dois cilindros com cerca de 100 cv, e uma proposta aventureira. Com rodas raiadas e aro 21 na dianteira, a 790 Aventure foi lançada no ano passado na Europa, mas ainda não tem previsão de ser vendida no Brasil. Importada, a aventureira da marca austríaca demonstra como o mercado de duas rodas está amadurecendo no país vizinho.

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