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Equilibrada e dócil, Honda CBR 500R é esportiva para iniciantes

19/02/2014 - 15:53 - Roberto Brandão Filho / Agência INFOMOTO - FOTOS: Divulgação
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Há dois anos, a Honda apresentou uma nova família mundial de 500cc, em três versões: a naked CB 500 F; a esportiva CBR 500R; e a crossover CB 500X. Segundo a marca, a missão dessa linhagem – que compartilha chassi e motor – é criar novas categorias de entrada para o mercado de alta cilindrada. 
De acordo com a Moto Honda da Amazônia, hoje a empresa tem 29,6% do share do mercado brasileiro de alta cilindrada, mas espera ter um volume – até 2016 – superior a 30.000 unidades por ano com as três novas versões. Tornando-se assim a líder absoluta do segmento, com aproximadamente 50% de marketshare.

E a família 500cc, apresentada ao público brasileiro durante o Salão Duas Rodas 2013, tem grande papel nessa estratégia. A primeira a desembarcar nas concessionárias foi a naked CB 500F, em outubro passado. A esportiva CBR 500R chegou às lojas no fim do ano passado, mas só agora foi lançada oficialmente para a imprensa. A última integrante, a crossover CB 500X, tem seu lançamento marcado ainda para este primeiro semestre. 

A missão da CBR 500R é ampliar a participação da Honda no segmento Sport acima de 450cc, cuja fatia atual da empresa é de 49%. O público alvo da 500R são usuários vindos de motocicletas naked e esportivas de baixa cilindrada (até 300cc), e donos de esportivas usadas de alta cilindrada que querem uma opção atual e em conta dentro deste segmento, de acordo com pesquisas feitas pela marca da asa. E o preço público sugerido, R$ 23.000 (STD) e R$ 24.500 (ABS), coloca a CBR 500R como uma escolha muito racional na categoria, já que fica entre as esportivas de menor capacidade cúbica, como a Kawasaki Ninja 300, e modelos maiores, como a Honda CBR 600F. Acessível e fácil de pilotar. Assim podemos classificar a CBR 500R.

Dessa forma, o local escolhido para o lançamento não poderia ser melhor: o autódromo Velo Cittá, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo, para ressaltar as qualidades esportivas do novo modelo. 

DNA de superesportiva

O visual da CBR 500R foi inspirado na atual versão da mais famosa superesportiva da marca, a CBR 1000RR Fireblade. O DNA da família CBR está presente desde o duplo farol dianteiro em formato angular, até a opção de esquema de pintura tricolor – branco com detalhes em azul e vermelho – e ao design da carenagem. Além de deixá-la com uma aparência de moto maior, a carenagem contribui para diminuir o arrasto aerodinâmico. 

O farol duplo conta com lâmpadas halógenas de 55W e o painel, integrado e completo, é totalmente digital. A luz de fundo no modelo “R” é branca, diferente da naked “F”, cuja luz é azul, e todas as informações necessárias estão presentes na instrumentação, como hodômetros total e parcial, velocímetro, conta-giros, além de marcador de combustível, medidores de consumo instantâneo e médio.

Motor e chassi compartilhados

A família 500cc, da qual a CBR 500R faz parte, compartilha 55% dos itens entre as três versões. “Isso dá uma eficiência de produção, que se traduz num custo mais acessível”, revelou o engenheiro da Honda, Alfredo Guedes. Portanto, as três versões (“F”, “R” e “X”) têm o mesmo motor e estrutura do chassi, com pequenas alterações na ciclística devido às propostas de cada uma. 

O coração da CBR 500R é um propulsor de dois cilindros paralelos, DOHC (duplo comando de válvulas) com 471 cm³ de capacidade e arrefecimento líquido. De acordo com a ficha técnica, o motor gera 50,4 cavalos de potência máxima a 8.500 rpm e torque máximo de 4,55 kgf.m aos 7.000 giros. Os pistões são forjados em liga de alumínio e sua construção é diferenciada, semelhantes aos utilizados na CBR 600RR. A rigidez e resistência também foram melhoradas e seus pesos reduzidos. Com isso, o funcionamento do motor ficou suave e eficiente. O câmbio de seis velocidades possui embreagem multidisco e oferece engates precisos.

Assim como as outras 500cc, o projeto da CBR 500R tem como foco ser leve e compacto. Para isso, a Honda apostou na centralização de massa e num chassi do tipo “diamond” construído em aço, que distribui o peso entre a dianteira e a traseira da moto, além de dar agilidade e rigidez nas curvas. O bloco do motor é parte estrutural do chassi, o que aumenta ainda mais a distribuição de peso e equilibra flexibilidade e rigidez. 

Com a proposta de ser acessível, a 500R emprega um conjunto espartano de suspensões. Garfo telescópico convencional com 120 mm de curso, na dianteira, diferente das esportivas de alta cilindrada que investem no garfo invertido (upside-down). Já na traseira, ela utiliza monoamortecdor fixado por links, com ajuste de pré-carga em nove níveis A única diferença entre o conjunto dianteiro da CBR 500R com o de sua irmã CB 500F, é o tubo interno da suspensão mais comprido para permitir a instalação dos semiguidões.

Comum em todas as versões, os freios são a disco do tipo margarida em ambas as rodas, com 320 mm de diâmetro e pinça de dois pistões, na dianteira; e disco simples traseiro de 240 mm acionado por pinça de pistão único. Além da versão standard, que pesa 181 kg a seco, há a opção com freios ABS de série, com dois quilos extras em seu peso – mas não com o C-ABS, que combina a atuação do freio dianteiro com o traseiro. O tanque de combustível tem capacidade para 15,7 litros de gasolina. 

Ciclística 

Assim como sua irmã urbana, um dos pontos altos da CBR 500R é sua condução fácil e prazerosa. Os semiguidões do modelo, somados à posição das pedaleiras, proporcionam uma posição no estilo “sport-touring”. Ou seja, um meio termo entre as superesportivas e as motocicletas urbanas. Perfeito para sua proposta. Não cansa e é confortável para o piloto. 

O banco, apesar de bipartido como nas superesportivas, conta com uma espuma mais macia e aconchegante, tanto para o piloto quanto para a garupa. O banco de dois níveis permite que o piloto se encaixe adequadamente à motocicleta. Isto colabora para execução de manobras mais rápidas e que exigem maior firmeza, principalmente em velocidades mais altas.

A altura do assento é de 785 mm e as medidas da CBR 500R são as mais compactas da linha 500: 2.075 mm de comprimento; 740 mm de largura; 1.145 mm de altura; e distância entre os eixos de 1.410 mm. As rodas que equipam a 500R são em alumínio fundido e calçam pneus sem câmara nas medidas 120/70 ZR-17 na frente e 160/60 ZR-17 na traseira. Com todos esses atributos, a Honda CBR 500R se torna uma motocicleta ágil, com boa dirigibilidade e capacidade esportiva.

Na pista

Depois de um dia inteiro na pista, tivemos as primeiras impressões de como a CBR 500R se comporta num circuito fechado. Por mais que ela seja homologada para andar na rua e seu possível consumidor vá passar mais de 90% do tempo nas rodovias, ela é capaz de arrancar sorrisos e divertir até mesmo pilotos mais experientes. E o circuito escolhido também acentuou seu lado esportivo. Pudemos utilizar tudo o que a 500R tem a oferecer na pista. 

O motor, cuja aceleração é rápida, progressiva e bem suave, tem bastante torque em rotações mais baixas e não requer tantas trocas de marcha. Em muitas curvas, que seriam feitas em segunda com outras motocicletas, foi possível entrar em terceira marcha e ter força o suficiente para acelerar na saída da tangente, sem sustos e nem “buracos” na aceleração. 

As suspensões não são excepcionais na pista, mas fazem muito bem o seu trabalho. Por ser equipada com links na traseira, e não apenas um monoamortecedor comum, ela tem três pontos de articulação, o que aumenta a modularidade e a capacidade de ação do amortecedor. Ou seja, garante maior contato do pneu com o solo. Apesar de aceitar bem uma pilotagem “racing”, as suspensões sofrem um pouco quando levadas ao limite. Vale lembrar que não são pensadas essencialmente para a esportividade. Ficam no meio termo, entre conforto e rigidez.

O chassi do tipo diamond, com o motor acoplado, oferece um ótimo desempenho nas mudanças rápidas de direção, mostrando-se ágil, flexível e ao mesmo tempo rígido. Foi muito fácil e intuitivo jogar a 500R de um lado para o outro ao concluir um dos “esses” do circuito (quase uma cópia da famosa curva saca-rolhas do circuito de Laguna Seca). O poder de frenagem foi suficiente para parar ambas as versões, mesmo no final da reta principal, onde a velocidade máxima atingida foi de 170 km/h. 

Mercado

A nova esportiva de meio litro da Honda não é somente um degrau para quem pensa em subir de categoria. Ela é a porta de entrada para o mundo das motocicletas esportivas. Dessa forma, a CBR 500R preenche uma lacuna do mercado brasileiro e não encontra uma concorrente direta no segmento. Fica entre as motos de 250cc/300cc e as máquinas de 600cc/650cc. Até no preço a 500R fica no meio termo: R$ 23.000 (STD) nas cores vermelha e branca (tricolor), e R$ 24.500 (ABS) somente na cor branca (tricolor). Para comparação, a Kawasaki Ninja 300 ABS tem preço público sugerido de R$ 20.990 e 39 cv de potência. A 500R cumpre muito mais um papel de evolução natural do motociclista. Ou seja, ela é a “ponte” de ligação entre as motos esportivas de 250cc a 650cc. A produção da CBR 500R é feita em Manaus (AM) e o volume de vendas estimado em 12 meses é em torno de 6.000 unidades por ano.

Ficha técnica Honda CBR 500R

Motor    Arrefecimento líquido, DOHC, dois cilindros, quatro tempos, 8 válvulas
Capacidade cúbica    471 cm³
Potência máxima (declarada)    50,4 cv a 8.500 rpm
Torque máximo (declarado)    4,55 kgf.m a 7.000 rpm
Câmbio    Seis marchas
Transmissão final    corrente
Alimentação    Injeção eletrônica
Partida    Elétrica
Quadro    Tipo Diamond em aço
Suspensão dianteira    Garfos telescópicos de 120 mm de curso
Suspensão traseira    Braço oscilante Pro Link de 119 mm de curso
Freio dianteiro    Disco simples de 320 mm de diâmetro com pinça de dois pistões
Freio traseiro    Disco simples de 240 mm de diâmetro com pinça de um pistão
Pneus 120/70-17 (diant.) / 160/60-17 (tras.) 
Comprimento    2.075 mm
Largura    740 mm
Altura    1.145 mm
Distância entre-eixos    1.410 mm
Distância do solo    140 mm
Altura do assento    785 mm
Peso em ordem de marcha    Não disponível
Peso a seco 181 kg / 183 kg (ABS)
Tanque de combustível    15,7 litros
Cores    Branco, azul e vermelho (tricolor); Vermelho
Preço sugerido    R$ 23.000,00 (STD) / R$ 24.500,00 (ABS)

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