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Quem abriu os trabalhos foi Sérgio de Oliveira, gerente comercial da Abraciclo (associação dos fabricantes de motocicletas), que fez um balanço da evolução do setor no universo automotivo. Segundo dados da entidade, a frota de duas rodas já tem mais de 13 milhões de unidades e apenas 1% dessa massa tem seguro.
Oliveira deu várias sugestões para a melhoria da vida do motociclista, entre elas, seguros mais acessíveis, novas políticas de segurança viária, melhor capacitação das oficinas de reparação e a adoção de novas tecnologias contra roubo e furto.
Na seqüência, Maurício Fernandes, instrutor do BMW Rider Training, falou sobre as tecnologias embarcadas nas motocicletas da marca e apresentou os modelos BMW comercializados no Brasil. Com relação aos cursos de pilotagem desenvolvidos pela montadora alemã, Fernandes é enfático: “não queremos formar super pilotos, mas sim motociclistas conscientes, que queiram pilotar com segurança. O curso é para novatos e experientes que desejam corrigir erros, aprender como conduzir corretamente uma motocicleta e saber o que o equipamento é capaz de oferecer”, conta o piloto-instrutor.
DPVAT, direito de todos
A palestra “Características dos seguros de motocicletas e a sinistralidade da carteira na visão do DPVAT”, ministrada por Márcio Norton, diretor institucional da Seguradora Líder, que administra o DPVAT, esquentou o debate. Segundo o especialista, a cada dois dias 200 pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito. “É uma guerra que deve ser encarada como um problema social”, explica Norton.
"Das indenizações de DPVAT, as motos representaram 57%, enquanto sua participação na frota nacional é de 25%.” Questionado sobre o alto valor do seguro obrigatório pago pelo motociclista – R$ 259,04 contra R$ 93,87 para carros de passeio -, Norton não hesitou em sua resposta: “o problema é que o seguro é proporcional ao risco, porém dividido por categoria. E a motocicleta representa um alto índice de sinistralidade”. Detalhe: só no primeiro semestre de 2008,o DPVAT pagou R$ 686,6 milhões em 134.517 indenizações.
“As regras do DPVAT estão sendo gradativamente modernizadas. Outro avanço do seguro seria a atualização dos valores das indenizações e a cobertura das custas com funeral. Além disso, temos a intenção de incluir questões sobre o DPVAT na prova de habilitação, para as pessoas saberem que têm esse direito", explica o diretor do DPVAT.
Tecnologia e proteção
Já o tema da palestra de Gustavo Travassos, da empresa mineira Maxtrack, foi “Sistemas de rastreamento e bloqueio para Motocicletas”. Dinâmica e altamente ilustrativa, o executivo deixou claro que o país já detém tecnologia para construir dispositivos para serem inseridos em motos, já que a resolução 245 do Denatran obriga a instalação de equipamento antifurto nos novos veículos, como item de série, a partir de 1º de fevereiro de 2010.
Na visão de Gustavo Travassos os produtos terão baixo consumo de energia, oferecerão integração com rede wirelles e serão intercambiáveis, além de servirem de ferramenta para o auxílio à recuperação do bem. “A moto poderá se comunicar com outros veículos para retransmitir sua mensagem/localização até a central de monitoramento”, conta o executivo, dizendo que a motocicleta terá maior proteção, com preços – do equipamento e monitoramento – mais acessíveis. Além disso, a parceria com a seguradora será fundamental.
Para encerrar, um assunto que deixa muitos pilotos com dor de cabeça: “Capacetes de motociclistas e certificação”. A palestra foi comanda por Maurindo Giovatto Neto, auditor do Instituto da Qualidade automotiva (IQA), que apresentou passo-a-passo cada etapa de certificação de um capacete, além dos testes dinâmicos para averiguar se determinado produto está de acordo com as normas brasileiras.
A sugestão do auditor do IQA é usar sempre um capacete certificado pelo Inmetro, na medida correta, afivelado e com os adesivos retro-refletivos. “Quando o capacete sofrer um impacto, por mais leve que seja tem o item de segurança deve ser trocado”, recomenda.
Segundo Giovatto Neto as normas que regulamentam os padrões de qualidade e o uso do capacete deverá sofrer mais uma atualização ainda este ano. “Assim, estaremos mais alinhados às regras internacionais de segurança”, finalizou Giovatto Neto.
Repercussão
Para Pedro Calil, gerente de atendimento a sinistro da SulAmérica, o mercado segurador tem muito a aprender sobre o mercado de motocicleta. “Acredito numa expansão do seguro para motocicleta, mas deve ser tênue, por conta do receio que temos de épocas anteriores, com a sinistralidade muito alta. O poder público teria que ajudar um pouco mais quanto ao roubo e furto”, observa Calil.
Segundo Leandro Kiss, gerente de produto automóvel da Itaú Seguros, o objetivo do encontro foi acabar com alguns preconceitos que existem sobre esse mercado, para que possa ser explorado. “O que precisamos é diminuir o risco associado, para que possamos fazer mais seguro de moto” finalizou o representante do Itaú.
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