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ano anterior. As concessionárias encerraram o ano com um estoque médio de veículos de 50 dias de vendas, índice considerado alto pelo setor.
Na comparação entre dezembro e novembro, ambos com 20 dias úteis, os emplacamentos apresentaram alta de 19,11%. Foram emplacadas 370.996 unidades em dezembro, contra 311.464 em novembro. Já em relação a dezembro de 2014 (512.577 unidades), houve retração de 27,62%.
Para o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, a queda foi acentuada em função das crises econômica e política que o Brasil atravessa e que vêm comprometendo a oferta de crédito, níveis de emprego e renda e, fundamentalmente, os índices de confiança por parte dos investidores e consumidores. “Tivemos uma recuperação notável em dezembro, fruto de inúmeras promoções realizadas pelas marcas instaladas no país. No entanto, nem mesmo as ações promocionais conseguiram atenuar os impactos negativos da crise, que afeta empregos e, principalmente, a confiança de quem vive, investe e consome no país. Assim, os reflexos sobre o setor automotivo são coerentes com esta situação”, avalia.
Conforme os dados consolidados pela entidade, os segmentos de automóveis e comerciais leves também apresentaram queda no acumulado do ano, com uma redução de 25,59% sobre o ano anterior. Foram emplacadas 2.476.904 unidades em 2015, contra 3.328.711 em 2014. Já no mês de dezembro (220.656) houve crescimento de 16,54% para os segmentos, se comparados ao mês novembro (189.343 unidades). Com relação a dezembro de 2014 (353.563 unidades), no entanto, o resultado aponta uma baixa de 37,59%.
“A baixa atividade econômica, com PIB negativo, inflação alta – provocada pelo aumento dos preços administrados, em especial energia elétrica –, taxas de juros e dólar elevados, e a retração dos níveis de emprego e renda resultaram numa bomba de fabricação caseira para a nossa economia. Somado a isso, temos enfrentado uma política com sérios entraves e notória necessidade de apoio para que os ajustes sejam praticados pelo governo. Estamos diante de uma equação difícil”, alerta o presidente da Fenabrave.
Previsões para 2016
Diante de um 2015 complicado, as projeções para 2016 são desafiadoras segundo a Fenabrave, que espera um ano difícil no primeiro semestre, mas com viés de recuperação a partir do terceiro trimestre, dependendo do encaminhamento político. Com base nos estudos realizados pela entidade, o setor como um todo deverá apresentar queda de 5,2%.
Para os segmentos de automóveis e comerciais leves, a expectativa é ter queda de 5,9%. Já para caminhões, ônibus e implementos rodoviários, a Fenabrave projeta retração de 2,7% para caminhões, 3,2% para ônibus e 1,8% para implementos rodoviários. O segmento de motocicletas, que vem sofrendo sucessivas quedas desde a crise de 2008, deverá permanecer com retração, estimada em 4,1%.
Para tratores e máquinas agrícolas, considerando a safra recorde de 209 milhões de toneladas, a previsão é de manter os índices de 2015 ou apresentar um leve crescimento de 2% em 2016.
Segundo o presidente da Fenabrave, as projeções são iniciais e dependerão do curso que o Brasil tomará ao longo do ano, tanto em relação às diretrizes econômicas como políticas. “Vale lembrar que temos alguns eventos que podem afetar as vendas de veículos, para o bem ou para o mal, como o feriado de Carnaval no início de fevereiro, a realização das Olimpíadas no Brasil, as Eleições Municipais e a realização do Salão Internacional do Automóvel”, declarou Assumpção Júnior.
A Fenabrave deverá revisar as projeções do setor a cada trimestre.
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