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Fomos até Manaus conhecer a linha de testes da Honda

11/06/2010 - 12:21 - Aldo Tizzani / Agência INFOMOTO* - FOTOS: Caio Mattos/ Divulgação - * O jornalista viajou a Manaus (AM) a convite da Honda
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Milhões de motos com a marca Honda circulam pelas ruas e estradas de todo o Brasil nos mais diversos usos. São profissionais que rodam exaustivamente com suas CGs fazendo entregas e rodando centenas de quilômetros diariamente, usuários comuns que têm na sua Biz 125 seu único meio de transporte e mesmo motociclistas que usam a moto para o lazer no final de semana. As motos da marca nipônica rodam pelos mais variados pisos, são utilizadas nas mais diversas condições e atendem uma vasta gama de consumidores. Para atender esse alto nível de exigência, a fábrica de origem japonesa investe em exaustivos testes antes mesmo de começar a produzir um novo modelo. Para conhecer de perto os avaliações e simulações a que as motos são submetidas, fomos até Manaus (AM) acompanhar a dura rotina de uma moto antes mesmo de ser produzida. Para entender um pouco mais sobre os testes e avaliações realizados nos desenvolvimento de novos modelos, visitamos os laboratórios de análises e pista de testes para verificar como a Honda oferece produtos alinhados com o desejo do consumidor e, que fazem dela a líder isolada no mercado brasileiro de motos.

A Honda, hoje, detém quase de 80% de market share, uma grande diferença sobre a segunda colocada, a Yamaha, com cerca de 12%. Instalada na capital amazonense desde 1976, um dos principais pilares de seu sucesso a obsessão pela qualidade de suas motocicletas. Atualmente a montadora tem cinco linhas de produção com capacidade para fabricar dois milhões de motos/ano. Por dia, são produzidas cerca de 7 mil motos. Em “pleno vapor”, a Honda tem condições de montar uma CG 150 Titan a cada 8 segundos.

Porém, há uma longa jornada antes mesmo da realização de testes para o desenvolvimento de um novo produto, que pode durar até três anos, caso da CG 150 Titan Mix. Tempo que uma idéia leva até se transformar em realidade. Pode parecer estranho, mas o primeiro sinal para um novo projeto vem do departamento comercial, que detecta um nicho de mercado a ser preenchido. Depois de analisar as características da nova motocicleta – categoria e cilindrada – entram em campo os profissionais do desenvolvimento de novos produtos que realizam pesquisas de mercado.

Já com todos dados em mãos é feita uma solicitação à matriz no Japão. A partir daí os departamentos de tecnologia e desenvolvimento entram em ação. Os engenheiros nipônicos estabelecem as características técnicas e os brasileiros apresentam uma solução de design. Ou seja, uma ação conjunta entre Brasil e Japão resulta em um mock-up, espécie de moto de mentirinha que já traz as principais características do produto final. Tudo aprovado, as peças deixam os programas de CAD/CAM e ganham “vida”. Só para se ter noção do grau de exigência da fábrica, até a matéria prima – aço e plástico, por exemplo - é analisada para verificar se estão dentro dos padrões de qualidade e de resistência exigidos pela montadora.

Testes de Laboratório

Neste passeio pelos laboratórios de Resistência e Elétrica da Honda, dois testes chamaram muito a atenção. O primeiro, o de fadiga, que verifica a resistência e o nível de torção de chassi, suspensão, garfo traseiro e outras peças metálicas.
No teste de partida a frio, uma moto, neste caso uma NX 150 Bros Mix, é colocada dentro de uma câmara frigorífica a 10ºC.
Abastecida apenas com etanol, a moto deve “pegar” na primeira tentativa. Nesta simulação é possível verificar as temperaturas do motor e do óleo, além de medir a resistência dos materiais em baixas temperaturas. O ambiente da câmara pode atingir 30ºC negativos. O investimento foi de R$ 150 mil na aquisição desta câmara.

Na fábrica, que emprega cerca de 10 mil colaboradores, são realizadas diversos outros testes como, por exemplo, de vibração (espelhos retrovisores, pedaleiras e piscas); de ciclagem, que avalia a resistência de cabos do acelerador, embreagem e freio; e também de impacto, que mede a resistência de peças móveis, entre elas, transmissão e motor.

Para esta simulação de impacto, um modelo Honda é literalmente amarrado em uma coluna de ferro. O motor é acionado e trabalha em altos giros quando o piloto engata a primeira marcha, sem o auxílio da embreagem. Mesmo com a roda traseira travada, o tranco é violento.

Na seqüência mais dois testes, o de frenagem feito em um mini circuito dentro da área da fábrica e o de choque térmico, no qual é jogado um jato de água fria no motor quente para verificar empenamento, trincas ou desplacamento de tinta. Depois de vários ciclos, a moto é totalmente desmontada para uma análise mais completa dos componentes.
Emissão e desempenho

Em outra área da fábrica da Honda em Manaus (AM) estão instalados vários dinamômetros. A principal função é verificar se a moto está produzindo a potência e torque pré-estabelecidos e se o motor está produzindo resíduos dentro dos padrões de emissão de gases, conforme legislação vigente (Promot 3). Recentemente, a montadora fez um investimento de cerca de R$ 300 mil para adquirir uma novidade, o cromatógrafo, equipamento para analisar os resíduos do álcool. Há outros avaliações que são feitas nas salas onde estão instalados os dinamômetros: nível de vibração em peças plásticas, chassi e da durabilidade dos componentes do moto.

Ricardo Grotto, supervisor do departamento de engenharia de produtos, conta que os testes de novos produtos são feitos para determinar quanto vai durar o motor. “Por exemplo, os motores de 125 cm³ de capacidade, em condições normais de uso, têm uma vida útil de mais de 100 mil quilômetros”, revela Grotto, dizendo que na prova de resistência, o propulsor fica funcionando em rotação elevada (12 mil rpm), em tempo integral e a temperatura do óleo supera os 100ºC.
Testes Dinâmicos

A Honda conta ainda com um campo de testes, que fica no município de Rio Preto da Eva (AM), a 70 quilômetros de Manaus. No local são simuladas situações reais de uso em pisos de asfalto, areia, pedra e terra para aperfeiçoar o desempenho e a durabilidade das motocicletas. Lá, as principais avaliações são: aceleração e retomada, velocidade máxima, ruído em aceleração, consumo urbano, resistência de motor e câmbio, além da medição da tensão do chassi com a motocicleta em movimento (extensometria). Nesta avaliação, vários pontos da moto recebem sensores que podem indicar se há micro deformações no quadro. Foi dessa forma que a Honda identificou um problema no quadro da Biz 125, que gerou até um recall recentemente.

Na pista de 1600 metros há também uma estação meteorológica para que os testes sejam feitos de acordo com a legislação vigente. Tempo, temperatura, umidade relativa do ar e até o vento influenciam no resultado final das avaliações das motos.

Já o teste de retomada tem como objetivo verificar as características do motor. “Ou seja, a saúde com que o propulsor retoma a velocidade, sem baixar uma marcha”, conta Alfredo Guedes Jr, engenheiro e supervisor de Relações Públicas da Honda.

Para o teste de ruído são utilizados dois microfones (decibelímetros), um de cada lado da pista, que captam os ruídos emitidos pela motocicleta em movimento. O som propagado pela moto não pode passar de 81 dB( decibéis). Estas distorções sonoras podem ser provenientes do conjunto de transmissão, escape, peças plásticas e até do pneu. Muitas vezes um simples ajuste ou lubrificação da correta minimizam o problema.

Com o projeto aprovado e a produção em escala, antes de serem embaladas as motos Honda, a nova moto passa ainda por um “pente fino”, para verificar se todos os componentes estão em perfeitas condições de uso.

Para Mário Okubo, gerente de Relações Públicas da Honda, além de produtos resistentes e de qualidade, a montadora também tem sua responsabilidade perante a sociedade. “Hoje, o foco está no aumento da segurança do motociclista e isso se dá com a realização de exaustivos testes, além da incorporação de novas tecnologias aos nossos produtos”, finaliza Okubo.

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