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A Next 250 é mais um produto da parceria entre a Dafra e a taiwanesa SYM – o outro é o scooter Citycom 300i. Lançada pela SYM no final de 2011, o modelo recebeu mudanças para o mercado brasileiro. Além dos necessários ajustes no conjunto de suspensões e na injeção eletrônica, a Dafra reforçou a proposta urbana e alterou a posição de pilotagem. O guidão foi reposicionado e as pedaleiras modificadas – tudo para garantir maior conforto para o motociclista rodar diariamente. O modelo produzido pela SYM e também comercializado na Europa tem pedaleiras mais recuadas e guidão mais baixo, portanto uma vocação mais “esportiva”, entre aspas mesmo.
Apesar da clara proposta urbana, o lançamento da Next 250 para a imprensa brasileira aconteceu em pista fechada: no novo circuito de Pen Bay, no sul da ilha de Taiwan. Pode parecer contraditório, mas há um forte motivo. Com um mercado formado praticamente por scooters de baixa cilindrada, o país asiático não permite a circulação de veículos de duas rodas nas estradas e vias de trânsito rápido – portanto a única saída foi avaliar a Next na pista.
Acabamento e desenho
Ao colocar os olhos na Next já se pode identificar um produto novo que segue as tendências atuais: farol poligonal, uma pequena carenagem sobre o painel, linhas angulosas, escapamento curto, setas transparentes e lanterna traseira com LEDs. Completam o desenho uma bela roda de liga-leve e um spoiler sob o motor.
Olhando com mais atenção, vale ressaltar o bom nível de acabamento. Peças plásticas bem encaixadas e sem rebarbas, escapamento em aço inox, motor pintado de preto e sem fios aparentes. O banco bipartido ainda conta com tecido antiderrapante. O modelo traz até ajuste do freio dianteiro no manete – item muitas vezes presente apenas em motos maiores. As mangueiras de freio ainda são revestidas em malha de aço (aeroquip) completando o cuidado com detalhes da fábrica taiwanesa.
Motor
As duas aletas laterais de plástico fixadas ao tanque escondem a principal novidade da Next perante suas concorrentes: o radiador. O monocilíndrico de 249,4 cm³, comando simples no cabeçote (SOHC) e quatro válvulas conta com sistema de refrigeração líquida que, na teoria, permite giros mais altos e um melhor desempenho. Além disso, conta com cilindro revestido em cerâmica, como a Yamaha Fazer.
Alimentado por injeção eletrônica Keihin, o propulsor produz 25 cavalos de potência máxima a 7.500 rpm – mais do que a Fazer (21 cv) e próximo da CB 300R (26,5 cv). O torque máximo de 2,75 kgf.m chega aos 6.500 giros - valor também superior ao modelo Yamaha e próximo do oferecido pela Honda.
Equipado com partida elétrica, o propulsor acorda facilmente e demonstra um funcionamento bastante suave. A aceleração é condizente com uma moto da categoria. A Dafra declara que a nova Next 250 faz de 0 a 100 km/h em 11,92 segundos.
Já a velocidade máxima real (declarada) é de 128 km/h. O número é bastante plausível e, inclusive, na principal reta do circuito de Pen Bay com pouco mais de 500 metros cheguei a atingir 132 km/h no velocímetro. O desempenho do motor em geral é semelhante ao de suas concorrentes.
Exceto pelo seu câmbio. Outra grande diferença da Next 250 fica por conta do câmbio de seis marchas, uma a mais que as concorrentes. A sexta marcha funciona como uma espécie de “over drive”, mantendo a mesma velocidade, porém em uma rotação mais baixa. Na teoria, isso funciona e torna a moto mais econômica. Mas na prática, em uso urbano, a relação de todas as marchas fica alterada fazendo com que o motociclista precise cambiar demais.
Na pista, o que se nota é que a Next 250 consegue manter a velocidade na última marcha. Mas em um trecho levemente inclinado era preciso reduzir para a quinta, caso contrário o motor perdia giro.
Ciclística e pilotagem
Se o motor inova por ter refrigeração líquida, na ciclística a Dafra Next 250 apela para receitas tradicionais do segmento. O quadro tipo diamante abraça o motor e traz garfo telescópico convencional, na dianteira, e balança traseira monoamortecida. Claramente ajustado para garantir conforto o conjunto apresentou maciez na medida e, mesmo em uma pilotagem esportiva na pista, não demonstrou oscilações demais.
Difícil fazer alguma análise mais profunda do funcionamento das suspensões no uso cotidiano, afinal o novíssimo asfalto do recém inaugurado circuito de Pen Bay em Taiwan é bastante diferente das ruas brasileiras. Porém, aparentemente, o conjunto funciona de acordo com sua proposta.
Pilotando no trecho sinuoso do circuito, a Next 250 apresentou um comportamento bastante esportivo para seu porte. Nas curvas, o limite era ditado pelas pedaleiras que começaram a raspar no asfalto conforme eu adquiria confiança com a moto e “decorava” o traçado da pista. Em curvas de alta ou baixa velocidade, a pequena Next 250 não se intimidava, deitava até o limite e seu chassi não demonstrava torções. Observei, entretanto, que o ângulo de esterço do modelo é bastante limitado.
Quando parava nos boxes era preciso fazer uma grande curva para manobrar o modelo – uma característica que pode prejudicar o uso urbano. Mas para afirmar com certeza precisaremos rodar com o modelo no trânsito brasileiro.
Ajudavam bastante na aderência em curvas os bons pneus Pirelli Sport Demon – nas medidas 110/70-17 na frente e 130/70-17 atrás, ambos montados em aros de 3,00 polegadas de largura. Vale ressaltar que o equipamento é o mesmo utilizado nos modelos Honda e Yamaha.
O único ponto a ser criticado fica por conta do funcionamento dos freios. Equipada com disco nas duas rodas (260 mm de diâmetro na frente e 220 mm atrás), a Next 250 tem freios razoáveis. Proporcionavam frenagens seguras e controladas de acordo com a categoria. Porém em algumas frenagens mais exigentes era preciso força extra no manete. Mas novamente, temos de levar em consideração que as unidades avaliadas eram praticamente zero quilômetro e as pastilhas ainda precisavam assentar. Além disso, só é possível dar um veredicto final é preciso avaliar a Next em seu habitat natural, ou seja, na cidade, trafegando entre os carros, desviando do trânsito e freando para evitar as armadilhas do dia a dia.
Na posição de pilotagem, vale destacar o bom espaço para o piloto e a baixa altura do assento – 790 mm do solo. O banco também conta com uma espuma de alta densidade e mesmo após três baterias de 20 minutos pilotando na pista não senti cansaço.
Próxima concorrente
Neste primeiro contato com a Dafra Next 250, o que se pode concluir é que a marca brasileira buscou um produto novo e com qualidade para ser mais um concorrente no segmento street de 250/300 cc. Além de um motor com bom desempenho e um conjunto ciclístico equilibrado, a Next tem um design atual e itens diferenciais para a categoria: painel digital bastante completo, sensor de cavalete lateral, banco bipartido, mangueiras de freio em malha de aço e regulagem do freio no manete.
Disponível em três opções de cores – vermelha, preta e pérola (branca) – a Dafra Next 250 chega às concessionárias da marca em 15 de abril com outra grande qualidade para abocanhar uma fatia de mercado, um preço competitivo. Cotada a R$ 10.190, a Next 250 custa menos do que Yamaha YS 250 Fazer (R$ 11.279) e Honda CB 300R (R$ 11.690).
Ficha Técnica Dafra/SYM Next 250
Motor monocilíndrico, SOHC, 4 válvulas, com refrigeração líquida
Capacidade cúbica 249,4 cm³
Potência máxima 25 cv a 7.500 rpm
Torque máximo 2,75 kgf.m a 6.500 rpm
Alimentação Injeção eletrônica
Capacidade do tanque 14 litros
Câmbio 6 velocidades
Suspensão dianteira Garfo telescópico com 110 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecedor com 129 mm de curso
Freio dianteiro Disco simples de 260 mm com pinça de dois pistões
Freio traseiro Disco simples de 220 mm com pinça de um pistão
Chassi tipo Diamante
Dimensões (C x L x A) 2.005 mm x 790 mm x 1.050 mm
Altura do assento 790 mm
Altura mínima do solo 170 mm
Entre-eixos 1.320 mm
Peso em ordem de marcha 170,6 kg
Cores Pérola, vermelha e preta
Preço público sugerido R$ 10.190
* O jornalista viajou a convite da Dafra Motos
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