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Freios de cerâmica são caros, mas eficientes

22/03/2009 - 16:00 -
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Para quem achava que depois dos caríssimos discos de freio de carbono usados em carros de competição não havia mais novidade, atenção. Muito mais eficientes que os tradicionais discos fabricados em ferro fundido, os discos de cerâmica já equipam carros de séries especiais da Porsche e Mercedes.

O emprego da cerâmica na missão de frear veículos não chega a ser uma novidade. Quem segura um avião-caça que toca o convés de um porta-aviões a 240 km/h e tem que parar em menos de cem metros, ainda que com a ajuda de um gancho? São eles, os freios com discos de cerâmica.

O princípio continua o mesmo: os discos são "agarrados" por pastilhas e freiam o veículo. O que muda é o material de fabricação dos discos e pastilhas. Como o coeficiente de atrito da cerâmica é maior do que o de ferro fundido, a distância necessária para parar é menor. Veja o exemplo do Porsche 911 Turbo: de 240 km/h a zero, o carro equipado com freios de cerâmica ganha 11 metros em cada segundo de freada. Um ganho de eficiência de 25% em relação a outro equipado com discos de ferro. O material cerâmico consegue atuar de forma contínua, suportando o calor gerado durante o processo de frenagem. Assim, ele é mais resistente ao fading, fenômeno que ocorre quando os freios são exigidos durante um tempo prolongado. Com o uso contínuo do pedal, o sistema superaquece e a distância para imobilizar o carro fica cada vez maior. Isso não é problema para os discos cerâmicos, que podem atingir cerca de 1400 graus. E, na chuva, as pastilhas, também de um composto cerâmico, mantêm a eficiência, pois não absorvem água.

Mas as vantagens não terminam aí. Os discos cerâmicos são bem mais leves que os de ferro fundido o peso do Porsche Turbo, por exemplo, é aliviado em vinte quilos quando equipado com eles. Sua durabilidade também é muito maior: em testes, eles chegaram aos 300000 quilômetros de vida útil, enquanto as pastilhas resistem a 60000 quilômetros.

Cerâmica? Mais resistente que o ferro fundido? Convém não confundir o material de que são feitos os novos freios com a cerâmica que você vê no dia-a-dia, nos azulejos, nos pisos e nas louças. Estamos falando de um material de altíssima tecnologia, cuja base é feita de oxigênio, nitrogênio, carbono, boro e silicone, além de metais como alumínio, zircônio e titânio. Durante o processo de fabricação, os metais são transformados em um pó finíssimo e queimados à temperatura de 1700 graus, transformando-se em cerâmica "técnica", muito mais estável e resistente do que a que é obtida a partir da argila ou do barro, queimado em fornos de alta temperatura.

Comparado aos discos de fibra de carbono empregados em carros de competição, o material cerâmico leva vantagem em dois aspectos. Apesar do preço alto (o conjunto dianteiro da Mercedes custa 6000 dólares), o material cerâmico é ainda bem mais acessível que o de carbono. E apresenta um comportamento eficiente mesmo quando frio, enquanto o de carbono só atua plenamente quando atinge altas temperaturas.

O alto custo da peça, devido à tecnologia necessária para sua fabricação, impede, pelo menos por enquanto, que o equipamento seja "democratizado". Submetidos a temperaturas altíssimas durante a produção, esses discos podem se deformar no "nascimento". É natural que a novidade seja utilizada em modelos em que o emprego desse sistema não pesa tanto no preço final do carro. Como o Porsche Turbo, que é oferecido com os discos de cerâmica opcionais (denominado pela empresa de Porsche Ceramic Composite Brakes), e o Mercedes CL 55 AMG F1 Limited Series, equipado com os C-Brakes.

Mercedes e Porsche: os pioneiros

O Mercedes CL 55 AMG é o cupê top de linha da Mercedes e é o carro madrinha da F1. Seu motor é um V8 de 360 cavalos e 5,5 litros de capacidade cúbica (5439 cc exatos), preparado pela AMG, a divisão responsável pela preparação esportiva da fábrica alemã. Chega aos 250 km/h (limitada eletronicamente) e acelera de 0 a 100 km/h em escassos 6 segundos. Com esse desempenho, não chega a ser um exagero a opção pelo sistema de cerâmica. Mas não são somente os discos que fazem a diferença da frenagem nesse modelo: as duas pinças, de quatro pistões cada, desenvolvidas pela italiana Brembo, completam o conjunto. No caso do Porsche 911 Turbo, com sua vocação puramente esportiva, a escolha é plenamente justificada. Tem motor de 3,6 litros, com seis cilindros contrapostos, que rende nada menos que 420 cv. Essa cavalaria é conseguida por meio de dois turbos e dois intercoolers, que empurram o carro aos 250 km/h (também limitados eletronicamente) e fazem com que o carro atinja os 100 km/h, partindo da imobilidade, em 4,9 segundos. Os freios desse modelo foram desenvolvidos pela Porsche em parceria com a SGL Carbon, também alemã. A Porsche espera que 15% dos compradores optem pelos discos de cerâmica.

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