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Honda CB 1000R mostra o que a eletrônica pode fazer por você

12/04/2019 - 11:07 - Arthur Caldeira/INFOMOTO - FOTOS: Divulgação
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A nova Honda CB 1000R chega às concessionárias da marca em abril com preço sugerido de R$ 58.690. Renovada dos pés à cabeça, a nova naked de 1.000 cc traz o design Neo Sports Cafe, que a marca japonesa descreve como uma reinterpretação moderna das antigas café racers. O modelo tem novidades no motor de quatro cilindros em linha, 998,3 cm³, que ficou mais potente: produz 141,4 cv a 10.500 rpm contra os 125 cv da geração anterior. 

Anunciada para nosso mercado em outubro do ano passado, a CB 1000R foi apresentada para a imprensa brasileira nesta semana. Para meu azar, os dois dias de test-ride pelas estradas do interior de São Paulo foram de muita chuva. Mas, para minha sorte, a nova naked da Honda traz bastante tecnologia embarcada. 

A CB 1000R vem de fábrica com modos de pilotagem, níveis de entrega de potência, controle de tração e até a atuação do freio motor. E freios com sistema ABS, o que é obrigatório por lei. 

Os controles eletrônicos nasceram nas pistas e chegaram primeiro às superesportivas. Depois foram para as motos grã-turismo e bigtrails, feitas para longas viagens. Recentemente, passaram a equipar as nakeds mais potentes, como a CB 1000R. 

Mas, afinal, como funcionam e para que servem os controles? Usando como exemplo uma viagem debaixo de chuva com a nova CB 1000R mostramos como a eletrônica pode tornar sua viagem mais segura e prazerosa, confira. 

Acelerador eletrônico (throttle by wire)

O primeiro passo para uma moto ter tecnologia embarcada é o tal acelerador eletrônico, também chamado de throttle by wire (ou ride by wire) que, em tradução direta significa acelerador por fios. Ou seja, ao invés de um cabo de aço controlando a abertura das borboletas de aceleração há um potenciômetro que transfere por meio de impulsos elétricos o quanto o motociclista gira o acelerador. E quais os benefícios disso? Muitos.

A começar pela maior precisão para transferir o giro da manopla para o motor, sem enroscos e atrasos na resposta, algo importante em uma moto potente como a CB 1000R. Para quem não se lembra, nas antigas esportivas podia haver um atraso na aceleração, sem falar do risco do cabo enroscar e depois abrir o acelerador de uma vez ou até mesmo de ele se romper. 

O throttle by wire também permite que o fabricante instale diferentes mapas de aceleração que alteram a velocidade e o ângulo de abertura das borboletas. Com isso, é possível controlar a entrega de potência, a atuação do freio motor e até mesmo o controle de tração. 

Nível de potência e freio motor

O funcionamento da entrega de potência e do freio motor são parecidos. Para entregar toda a potência, ou seja, no nível mais alto, o acelerador eletrônico tem uma resposta instantânea, abrindo as borboletas rapidamente e injetando combustível assim que o piloto gira a manopla. A diferença para o nível mais baixo fica claro na CB 1000R, basta girar o acelerador para que os giros do motor cresçam de forma mais vigorosa, ocorrendo até empinadas involuntárias nas primeiras marchas. 

Já o nível de freio motor atua quando você fecha o acelerador. Com mais intervenção, as borboletas se fecham rapidamente e o combustível é cortado. Os quatro cilindros então “ajudam” a frear a moto. Já com menos intervenção, a moto se comporta quase como uma “dois tempos”, fechando as borboletas de forma mais lenta e injetando um pouco de combustível para que a moto fique mais “solta”. 

Controle de tração

O controle de tração, no caso da CB 1000R, utiliza os mesmos sensores dos freios ABS, além de outros no virabrequim e no câmbio. Tudo para detectar a velocidade do motor e das rodas. Ao perceber que a roda traseira está girando mais rapidamente do que a dianteira, a central eletrônica nota que pode ocorrer uma derrapagem. Com isso, corta a aceleração, altera o ponto de ignição e até o fornecimento de combustível, evitando que a roda derrape e o motociclista perca o controle da moto. Tudo em milissegundos.

Na chuva, no nível mais alto, o controle de tração atua ao detectar qualquer diferença entre as velocidades das rodas. Já no menor nível, ele é menos intrusivo, deixando a roda traseira derrapar um pouco – ou a roda dianteira levantar – antes de entrar em ação. 

Modos de pilotagem (riding modes)

Para simplificar a vida dos motociclistas, as fábricas criaram os modos de pilotagem que oferecem diferentes combinações dos controles eletrônicos. A CB 1000R conta com três modos de pilotagem pré-definidos e um que pode ser personalizado. Os modos controlam a entrega de potência do motor, o nível de atuação do freio motor e o controle de tração. 

Como saímos de São Paulo (SP) debaixo de em temporal, optei pelo modo “Rain” (chuva), que emprega a entrega de potência mais baixa, nível médio de atuação do freio motor e controle de tração mais intrusivo. Com isso, ao girar o acelerador as borboletas se abrem mais lentamente e o motor despeja “força” de forma mais gradual, sem assustar o piloto ou causar derrapagens na roda traseira. 

Caso a roda derrape, o controle de tração entra em ação, evitando uma queda. O freio motor no nível médio também é comandado pelo acelerador eletrônico, que fecha as borboletas gradualmente sem interromper o fornecimento de combustível de uma vez. Assim, o freio motor ajuda a “segurar” a moto em reduzidas, evitando o uso excessivo dos freios.

Os outros modos de pilotagem – Standard e Sport – também ajustam esses controles. O Standard usa a configuração média para os três sistemas, permitindo uma pilotagem suave, sem susto, típica das motos Honda. Optei por ele quando a chuva cessou, mas o chão ainda estava molhado. 

Já o Sport, como o próprio nome diz, deixa a CB 1000R mais esportiva. A potência é entregue rapidamente, o nível de freio motor é o mais baixo, assim como o controle de tração. Dessa forma, o piloto vai sentir a moto mais solta e com acelerações mais vigorosas. O modo User, personalizável, permite que o piloto desligue o controle de tração e escolha os outros parâmetros de acordo com seu estilo de pilotagem.

Freios ABS

Mais conhecidos do que outros sistemas, mas não menos importante, são os freios com sistema ABS (Antilock Braking System). Obrigatórios em motos acima de 300cc a partir deste ano, o objetivo dos freios ABS, tanto nas motos como nos carros, é frear com mais segurança e controle do veículo – sem travar as rodas. 

O sistema ABS atua nos freios da moto, impedindo que a(s) roda(s) trave(m). Há pequenos discos (semelhantes ao disco de freio, porém cheios de ranhuras) instalados no cubo das rodas que atuam com os sensores do ABS e realizam a “leitura” da velocidade das rodas durante a frenagem. Quando a roda está prestes a travar, os sensores enviam um sinal para a central do ABS e a mesma envia um sinal para “aliviar” a pressão aplicada no freio. 

No caso da Honda CB 1000R, o sistema ABS não está interligado aos modos de pilotagem, mas em algumas superesportivas e bigtrails sim. A naked da Honda não permite que se desligue o sistema, mas ele garante frenagens seguras até mesmo em pisos de baixa aderência. 

Após rodar com a CB 1000R debaixo de muita chuva fica claro que os controles eletrônicos vieram para ficar, pois garantem uma pilotagem mais segura e prazerosa em qualquer condição. 

Mas vale lembrar que nenhuma tecnologia pode lhe proteger de você mesmo. Principalmente se você, motociclista, ignorar o perigo de um acidente ou as leis da física. Entretanto, os sistemas eletrônicos apareceram nos últimos anos para oferecer mais segurança ao piloto. E permitir que uma viagem com uma moto de 1.000 cc e 141 cv seja divertida até mesmo sob uma chuva torrencial.

Ficha técnica - Honda CB 1000 R 

Motor Quatro cilindros em linha, 998,3 cm³, 16 válvulas, DOHC, arrefecimento líquido
Potência máxima 145 cv a 10.500 rpm
Torque máximo 10,6 kgf.m a 8.250 rpm
Diâmetro x curso 75,0 x 56,5 mm
Alimentação Injeção Eletrônica de combustível 
Taxa de compressão 11,6 : 1
Sistema de partida Elétrica
Capacidade do tanque 16,2 litros 
Câmbio 6 velocidades
Transmissão final Corrente 
Quadro monotrave em aço
Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido Showa SFF-BF, com 120 mm de curso e regulagens 
Suspensão traseira Monoamortecedor Showa BRFC com 131 mm de curso e regulagens na compressão e na pré-carga da mola
Freio dianteiro Discos duplos flutuantes com 310 mm de diâmetro e pinças radiais de 4 pistões com ABS
Freio traseiro Disco simples com 256 mm de diâmetro e pinça de duplo pistão com ABS
Dimensões (C x L x A) 2.120 x 789 x 1.095 mm
Pneu dianteiro 120/70 – ZR17 M/C 
Pneu traseiro 190/55 – ZR17 
Altura do assento 830 mm
Altura mínima do solo 135 mm
Entre-eixos 1.455 mm
Peso em ordem de marcha 212 kg
Cores Preta e vermelha
Preço sugerido R$ 58.690

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