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Apesar da ansiedade em pilotar a best-seller do Brasil – em 2007 foram vendidas 413.308 unidades da Honda CG 150, contra 269.131 exemplares do carro mais vendido, o VW Gol –, as mudanças estéticas foram tantas que, antes de montar na moto e acordar o motor “injetado”, gastei alguns minutos para analisar o novo design.
Segundo os engenheiros da Honda, a carenagem do farol foi um pedido dos consumidores, que queriam um desenho que lembrasse a CB 600F Hornet. Analisando a carenagem, a Hornet ficou só mesmo na inspiração. A nova Titan 150 lembra mesmo suas “primas” indianas fabricadas pela Hero Honda e deve dividir opiniões. É a máxima “gosto não se discute”, porém a resposta final quem dará é o consumidor nos números de vendas.
Embutido na nova (e polêmica) carenagem estão as setas e também o painel, bastante similar ao anterior com dois mostradores circulares: um com velocímetro e hodômetro e outro com indicador do nível de combustível e luzes de advertência. Outra mudança foi no desenho e na capacidade do tanque de combustível, agora com melhor encaixe para as pernas do piloto e capacidade para 16,1 litros (contra 14 litros da anterior).
As tampas laterais agora são pintadas em prata fosco, independentemente da cor da moto – a nova Titan está disponível nas cores azul metálico, vermelha, preta e prata metálica. A traseira também é prata fosca com detalhe em preto. Bastante afilada traz as setas integradas à lanterna.
Hora de acelerar
Com mais de 5 milhões de unidades vendidas desde seu lançamento em 1976, a Honda CG é um projeto mais que consagrado – praticamente unanimidade quando o assunto é robustez e funcionalidade. Líder de mercado no Brasil, o departamento de desenvolvimento da Honda não poupou esforços para fazer uma moto ainda melhor.
Hora de subir e conferir, na prática, todas as mudanças feitas. De cara a injeção eletrônica torna mais fácil ligar o motor e aposenta de vez o afogador. Nem é preciso esperar o motor esquentar – basta girar o punho e sair acelerando sem engasgos. Mesmo com motor frio, a moto não “morre” de jeito nenhum.
A Honda ainda promete uma economia de combustível de cerca de 8 %. Mas, mesmo que o consumo não seja assim tão melhor, as vantagens do sistema de injeção de combustível desenvolvido pela Keihin, especialmente para o modelo, são muitas. A primeira delas é que o motociclista tem a certeza de pilotar um veículo que polui menos – com índice de emissão menores que muitos automóveis -, além dos benefícios já citados.
A adoção da injeção demandou também uma mudança no tempo de abertura das válvulas e outras pequenas mudanças no motor para acomodar os sensores de oxigênio e temperatura do óleo. Mas não resultou em grandes mudanças nos números de desempenho. A potência manteve-se em 14,2 cv, porém agora a 8.500 rpm. O torque caiu levemente: passou de 1,35 kgf.m para 1,32 kgf.m a 7.000 rpm.
Os números máximos do novo motor chegam em rotações mais elevadas – o que, na teoria, sugere uma perda de desempenho em baixos regimes. Porém, na prática, isso não acontece porque a CG Titan ganhou também um catalisador no escapamento, que abafa os gases da combustão gerando uma contra-pressão no motor e garantindo melhor torque nas baixas rotações. A potência e o torque em giros mais altos obrigaram também o reescalonamento das quarta e quinta marchas.
Ciclística mais ágil
Depois de conferir o desempenho da nova CG Titan 150, era hora de testar as novidades no conjunto ciclístico. O quadro do tipo diamante estampado em aço ficou 600 g mais leve, além de ter os pontos de rigidez reforçados. O novo conjunto óptico também ficou mais leve e as bengalas da suspensão dianteira estão mais próximas do piloto, resultando em mais agilidade nas mudanças de direção.
No teste feito no Centro Educacional de Trânsito Honda, em Indaiatuba (SP), havia o modelo anterior para comparação. Bastava subir na nova moto para perceber que a posição de pilotagem ficou mais confortável, de fato. Resultado do novo tanque e também do banco mais amplo.
Em geral, todas as versões da Honda Titan 150 ficaram mais leves. A versão “KS” (com partida a pedal e freio a tambor na frente) passou de 118 kg a seco para 115,9 kg, enquanto a “ES” (com partida elétrica) pesa agora 116,9 kg. Já a “ESD”, top de linha com freio a disco e partida elétrica passou de 121 kg (a seco) para 119,4 kg.
O freio a disco da Honda CG 150 Titan ESD ainda ganhou uma nova pinça de freio com dois pistões, mais eficaz e progressiva.
Preço
Uma das principais preocupações da Honda na nova versão da moto mais vendida do Brasil foi não alterar muito seu preço. Mas com tantas novidades foi inevitável o aumento. O preço público sugerido (sem frete e seguro incluídos) de todas as versões sofreu reajuste. A versão mais simples, a “KS”, passou dos R$ 5.744 para R$ 6.040. Já a versão ES saltou de R$ 6.322 para R$ 6.590. No caso da versão mais completa, a ESD, o preço foi de R$ 6.679 para R$ 6.990. Reajuste médio de cerca de 5% - justificado pelas novas tecnologias empregadas na motocicleta.
Mas para atender quem quer uma moto ainda mais em conta, a Honda tem na sua linha a CG 125 Fan, que também mudou para 2009. Ainda não recebeu a injeção eletrônica, mas um novo motor com comando de válvulas no cabeçote (OHC) em vez do comando por varetas (OHV) da Fan anterior. Além de um grande catalisador para atender à legislação. Outra novidade da Fan é a versão com partida elétrica, além da nova roupagem – herdada da agora aposentada Titan 2008.
Ficha técnica Honda CG 150 Titan 2009
Motor Um cilindro, 2 válvulas por cilindro, OHC e refrigeração a ar
Capacidade cúbica 149,2 cm³
Potência máxima 14,2 cv a 8.500 rpm
Torque máximo 1,32 kgf.m a 7.000 rpm
Câmbio cinco marchas
Transmissão final corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida A pedal (versão KS) e elétrica (ES e ESD)
Quadro Tipo diamante estampado em aço
Suspensão dianteira Garfo telescópico com 130 mm de curso
Suspensão traseira Balança traseira com dois amortecedores com 101 mm de curso
Freio dianteiro Tambor com 130 mm de diâmetro (versões KS e ES) e disco simples de 240 mm de diâmetro (versão ESD)
Freio traseiro Tambor com 130 mm de diâmetro
Pneus Pirelli City Demon 80/100-18 (diant.)/ 90/90-18 (tras.)
Comprimento 1.988 mm
Largura 730 mm
Altura 7.098 mm
Distância entre-eixos 1.315 mm
Distância do solo 165 mm
Altura do assento 792 mm
Peso (a seco) 115,9 kg (versão KS); 116 kg (versão ES) e 119,4 kg (versão ESD)
Tanque de combustível 16,1 litros
Cores Azul metálico, preto, prata metálico e vermelho
Preço sugerido R$ 6.040,00 (KS); R$ 6.590 (ES); R$ 6.990 (ESD)
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