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Hyundai quer vender 3 mil Creta por mês

06/12/2016 - 07:13 - Automotive Business - Fotos: Mário Salgado
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Na segunda quinzena de janeiro próximo o já congestionado mercado brasileiro de SUVs pequenos ganha mais um concorrente de peso: o Hyundai Creta, o terceiro integrante da família de carros fabricada em Piracicaba (SP) – onde a empresa coreana já faz os HB20 hatch e sedã – e o sexto SUV Hyundai vendido no País. Em uma gama bastante elástica de preços sugeridos que vão de R$ 73 mil a R$ 100,6 mil, o Creta chega às 200 concessionárias Hyundai Motors Brasil (rede exclusiva para os modelos nacionais da marca) em cinco versões, com dois tipos de motorização bicombustível (1.6 de 130 cv ou 2.0 de 166 cv) e duas transmissões (manual ou automática de seis marchas). O alvo principal parece ser o Honda HR-V, atual líder do segmento, mas “a intenção é vender cerca de 3 mil unidades por mês”, afirma Rodolfo Stopa, gerente de produto da HMB. Pelos ritmo atual do mercado, isso colocaria o Creta entre os três SUVs mais vendidos do País. 

Para alcançar esse objetivo, a Hyundai calibrou preços e pacotes de equipamentos para tornar o Creta ligeiramente mais atrativo do que Honda HR-V e o Jeep Renegade (este o atual vice-líder do segmento). De acordo com cálculo apresentados por Stopa, a versão topo de linha do Creta, a Prestige 2.0, que sai por R$ 99.490 (ou R$ 100,6 mil com pintura metálica ou perolizada que acrescenta R$ 1,1 mil ao preço), seria R$ 6,1 mil mais barata do que o HR-V EXL com os mesmo nível de equipamentos, que entre outros inclui start-stop (sistema que desliga o motor automaticamente nas paradas do trânsito para economizar combustível). Na mesma comparação com o Renegade Limited, a vantagem seria de R$ 1 mil. Outra vantagem é a garantia de cinco anos, contra três dos concorrentes. 

A expectativa da Hyundai é que, de início, a maior demanda recaia sobre as versões mais caras do Creta, com 40% das vendas para as três versões 1.6 e os outros 60% para as duas 2.0. “Com o tempo a tendência é de estabilidade, com as duas motorizações dividindo as preferências em meio ameio”, explica Stopa. Ele também espera que de 85% a 90% das compras sejam das opções com câmbio automático – o Creta 2.0 sequer tem opção de transmissão manual. É uma tendência no segmento de veículos acima de R$ 70 mil, em que o cliente tem recursos para pagar pelo conforto da troca automática de marchas. 

Segmento concorrido

O segmento de SUVs é o que mais tem crescido no País nos últimos anos, avançou 12% entre 2012 e 2015, de 264 mil para 305 mil unidades, com expectativa de 295 mil para 2016, perto de 15% do mercado total, contra 7,3% em 2012. E o subsegmento de SUVs pequenos (B) cresceu nada menos que 70% no mesmo período, com a expansão da oferta de apenas dois concorrentes nacionais (Ford EcoSport e Renault Duster) para cinco agora (incluindo Honda HR-V, Jeep Renegade e Nissan Kicks). “Esse pedaço mais que dobrou em apenas quatro anos”, destaca Stopa. “Mas existem modelos que perderam 50% das vendas nesse período. Não se pode dormir porque a concorrência alcança. O mercado mudou muito, ficou mais competitivo e sofisticado”, avalia. A HMB confia que está entrando nesse concorrido segmento com um produto competitivo, da mesma forma que conseguiu em três anos dobrar sua participação no Brasil de 4,4% em 2013 para 8,4% este ano, considerando somente a porção de mercado conquistada apenas pelos dois produtos nacionais em linha, o hatch HB20 e o sedã HB20S. Só com estes dois, a Hyundai é uma das poucas montadoras que conseguiu crescer em 2016, com avanço nas vendas de 2,3% de janeiro a novembro. “Nem os mais otimistas imaginavam um resultado tão bom. Com a entrada em um segmento em expansão esperamos evoluir um pouco mais”, pondera Stopa.

Segundo o executivo, o Creta brasileiro recebeu modificações de design e acabamento em relação ao modelo vendido na Índia, “para coloca-lo em linha com as exigências de modernidade e sofisticação que o cliente espera de um Hyundai no Brasil”. Por isso, na dianteira o modelo recebeu mais acabamentos cromados na grade, para-choques com mais vincos para tornar o visual mais agressivo (algo bastante apreciado pelos brasileiros) e faróis de neblina com desenho retangular. A versão mais cara Prestige vem com bancos e painel com apliques de couro marrom. 

Visual robusto e pacote completo

O Creta tem visual tradicional de um SUV, com design pensado para transmitir robustez – o que na prática é garantido pelo uso de aços de alta resistência em 33% das estruturas da carroceria. A posição de dirigir mais alta, por sua vez, traz sensação de maior segurança ao motorista. Desde a versão mais básica o carro vem bastante bem equipado com sistema de som, ar-condicionado, direção assistida elétrica e acionamento elétrico de travas, vidros e retrovisores externos. Mais ainda, todas as opções, tanto manuais quanto automáticas, vêm de série com start-stop e monitoramento de pressão dos pneus. E todas as versões automáticas têm controle de velocidade de cruzeiro (piloto automático ou cruise control). 

O pacote eletrônico de auxílio ao motorista também é bom, mas só está disponível a partir da segunda versão de acabamento, a Pulse com câmbio manual. Daí para cima, todos os Creta vêm equipados com controle de estabilidade ESP, controle de tração (TCS), gerenciamento de estabilidade (VSM), sinalização de frenagem de emergência (ESS), assistente de partida em rampa (HAC) e sensor de estacionamento traseiro. Só o topo de linha Prestige é equipado de série com seis airbags (além dos frontais, também laterais e cortina), os demais vêm com os dois frontais obrigatórios por lei. 

O Creta Prestige, o mais caro da linha, agrega de série no preço a central multimídia BlueNav, com tela tátil de 7 polegadas, streaming de áudio, MP3 player, câmera de ré, reprodutor de fotos e vídeos com conexões USB, auxiliar e Bluetooth, além de navegação por GPS e reprodução de aplicativos do smartphone com Apple Car Play ou Android Auto. Ele também é equipado com farol projetor direcional, que ilumina as laterais nas curvas, e luz diurna de LED. Um luxo a mais da versão é a ventilação de ar-condicionado no banco do motorista. 

Ambas as motorizações, segundo a Hyundai, foram desenvolvidas especificamente para o mercado brasileiro. Os dois motores têm bloco e cabeçote de alumínio, duplo comando variável de válvulas e receberam nota A nas medições de consumo do PBEV/Inmetro. O motor 1.6 – o mesmo que equipa os HB20, mas recalibrado para gerar 130 cavalos com etanol e 123 cv com gasolina – apresenta bom desempenho em todas as condições, com acelerações e retomadas rápidas. Já o propulsor 2.0 de 166 cv chega a sobrar. 

Interessante notar que o consumo de ambos é bastante próximo. O Creta 1.6 automático faz 10,1 km/l na cidade com gasolina e 11,3 km/l na estrada. Com etanol o desempenho é de 7,1 e 8,2 km/l, respectivamente. Já o 2.0 automático faz 10 e 11,4 km/l (cidade e estrada) com gasolina e 6,9 e 8,2 km/l com etanol. 

Com 4,27 metros de comprimento, 1,78 m de largura e entre-eixos de 2,59 m, tanto para motorista e passageiro como para quem vai atrás o Creta é bastante confortável, com amplo espaço para as pernas de até cinco pessoas. O espaçoso porta-malas acomoda 431 litros de bagagem, ou 1.425 litros se os bancos traseiros forem rebatidos. 

Preços

Confira os preços das cinco versões do Hyundai Creta: 

• Attitude 1.6 MT6: R$ 72.990
• Pulse 1.6 MT6: R$ 78.290
• Pulse 1.6 AT6: R$ 85.240
• Pulse 2.0 AT6: R$ 92.490
• Prestige 2.0 AT6: R$ 99.490
* Pintura metálica ou perolizada acrescenta R$ 1.100 aos preços

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