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Inflação de Campo Grande cai e fecha julho em 0,39%

09/08/2016 - 08:52 - Redação
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Em julho, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) foi de 0,39%, representando uma leve baixa em relação ao mês anterior, que apresentou inflação de 0,42%. Menor índice de 2016, o indicador também ficou abaixo em comparação com o mesmo período de 2015, quando registrou 0,51%, segundo o Núcleo de Pesquisas Econômicas (Nepes) da Uniderp. 

Os principais responsáveis pela inflação de julho foram os grupos: Alimentação, que teve aumento médio de 0,73% na maioria dos seus produtos, e contribuição para a inflação de 0,15%; Habitação, que sofreu elevação de 0,34% e contribuição para a inflação de 0,11%; e Educação, que registrou acréscimo de 1,05% e contribuição de 0,11% para a inflação. Os grupos Despesas Pessoais e Vestuário também apresentaram alta, sendo o primeiro de 0,54% e impacto de 0,05%, e o segundo com elevação 0,50% e colaboração de 0,04% para a inflação geral. "Saúde permaneceu estável (0%) e o grupo Transportes foi o único com deflação, -0,46%, o que contribuiu para frear a inflação no mês passado", explica o coordenador do Nepes da Uniderp, Celso Correia de Souza.

Acumulado 

A inflação acumulada nos últimos doze meses, em Campo Grande, caiu para 9,34%, mas ainda está acima do teto de 6,5% e do centro de 4,5% das metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O pesquisador da Uniderp relembra que "o índice manteve tendência de queda de fevereiro a abril, cresceu em maio e voltou a cair em julho, um comportamento que pode ajudar o governo, que prevê uma inflação acumulada para o ano de 2016 em torno de 7%". Neste período, as maiores inflações acumuladas ocorreram com os grupos: Alimentação (15,68%), Educação (13,33%) e Despesas Pessoais (9,36%). 

Já no acumulado dos sete primeiros meses do ano, a inflação de Campo Grande atingiu 5,25%. Os maiores índices, por grupo, foram: Educação, com 11,35%; Despesas Pessoais, com 7,63%; Alimentação, com 7,03%; e Saúde, com 6,65%. 

Maiores e menores contribuições em julho

Os dez "vilões" da inflação,em julho, foram: 

Alcatra, com inflação de 5,34% e contribuição de 0,07%;
Arroz, com inflação de 5,35% e contribuição de 0,06%;
Leite pasteurizado, inflação de 3,33% e participação de 0,04%;
Acém, com variação de 4,54% e colaboração de 0,04%;
Papelaria, com acréscimo de 4,59% e contribuição de 0,03%;
Aluguel de apartamento, com aumento de 0,57% e participação de 0,03%;
Mão de obra, com variação de 2,51% e colaboração de 0,03%;
Aluguel de casa, com acréscimo de 0,57% e contribuição de 0,03%;
Pão francês, com reajuste de 2,81% e participação de 0,02%;
Calça comprida feminina, com elevação de 1,48% e colaboração de 0,02%.
Já os 10 itens que ajudaram a reter a inflação no período, com contribuições negativas, foram: 

Batata, com deflação de -31,55% e contribuição de -0,12%,
Etanol, com redução de -4,92% e colaboração de -0,10%;
Óleo de soja, com diminuição de -5,44% e participação de -0,03%;
Maça, com decréscimo de -9,00% e contribuição de -0,02%;
Tomate, com baixa de -6,72% e colaboração de -0,01%;
Pneu, com diminuição de -1,10% e participação de -0,01%;
Vassoura, com redução de -6,35% e contribuição de -0,01%;
Pescado fresco, com decréscimo de -1,29% e colaboração de -0,01%;
Frango congelado, com queda -0,94% e participação de -0,01%;
Laranja pera, com baixa -2,42% e contribuição de -0,01%.

Segmentos

Em julho, o grupo Habitação teve alta de 0,34% em relação ao mês anterior, motivada, principalmente, pelo aumento de produtos de uso doméstico, como: cera para assoalho (7,70%), máquina de lavar roupa (6,87%) e esponja de aço (5,34. Quedas de preços ocorreram com detergente (-2,12%), carvão (-1,86%), água sanitária (-1,27%), entre outros. 

O grupo Alimentação também voltou a subir e fechou o mês com 0,73%. As maiores altas de preços que ocorreram com: melancia (26,20%), abacaxi (12,96%) e doces em calda (10,87%). Fortes quedas de preços foram registradas: batata (-31,55%), limão (-14,44%), maçã (-9%), entre outros. 

A explicação para as oscilações de preços de itens desse grupo é dada pela influência de fatores climáticos acompanhada da sazonalidade de produção, segundo Celso Correia. "Isso acontece, principalmente, com verduras, frutas e legumes. Alguns desses produtos aumentam de preços ao término das safras, outros diminuemquando entram na época de colheita. Quando o clima é desfavorável há aumentos de preços, ocorrendo quedas quando o clima se torna favorável. Para justificar essa afirmação basta observar queeste grupo teve deflação em junho, mas, em julho, houve forte alta", esclarece. 

Para os próximos meses, o coordenador do Nepes da Uniderp acredita que haverá melhoria do clima, o que favorece a produção de hortifrutícolas. "O arroz, o feijão e o leite são os produtos que mais preocupam neste momento, pois, com aumento de preços, impactando o bolso do consumidor e alimentando a inflação", contextualiza. 

Dos 15 cortes de carnes bovina pesquisados pelo Nepes da Uniderp, sete deles sofreram aumentos de preços. São eles: filé mignon (6,29%), alcatra (5,34%), acém (4,54%), paleta (4,08%), patinho (2,78%), costela (1,14%) e contra-filé (0,58%). O  músculo permaneceu com valor estável e as quedas ocorreram com: ponta de peito (-5,43%), cupim (-4,48%), vísceras de boi (-2,83%), picanha (-2,65%), lagarto (-2,11%), fígado (-1,17%) e coxão mole (-0,12%).

No quesito aves, o frango congelado teve alta de 4,33% e os miúdos de frango redução de -0,94%. Todos os cortes de carne suína tiveram aumentos de preços: bisteca com 8,63%; pernil com 5,11%; e costeleta suína com 4,67%. Na visão do professor Celso: "a alta da carne suína sinaliza uma migração de consumidores da carne bovina para a carne suína, que é mais barata".       

O grupo Transportes registrou queda de -0,46% e ajudou a segurar a inflação de julho. Os produtos/serviços desse grupo com maior majoração foram: passagens de ônibus interestadual (3,75%), ônibus intermunicipal (2,56%) e mão de obra de manutenção de automóvel (2,51%).  Quedas de preços ocorreram com etanol (-4,92%), pneu (-1,10%) e automóvel novo (-0,01%).Já o grupo Educação apresentou alta de 1,05%, devido aumento de produtos de papelaria.

O grupo Despesas Pessoais também sofrei alta, mas em proporção bem menor que junho, e fechou o mês passado em 0,54%. Alguns produtos e serviços deste grupo que tiveram aumentos de preços foram: produtos para limpeza de pele (2,35%), absorvente higiênico (1,58%) e creme dental (1,38%). Quedas de preços ocorreram com sabonete (-0,83%), papel higiênico (-0,44%) e xampu (-0,23%). 

Com relação ao grupo Saúde, o resultado foi estável e o índice foi de 0,0%.Já o grupo Vestuário fechou com alta de 0,50%. Os maiores aumentos ocorreram com: sandália/chinelo feminino (4,90%), tênis (1,55%), calça comprida feminina (1,48%) e camiseta masculina (0,42%). Não foi registrada nenhuma queda de preço em produtos desse grupo. 

IPC/CG 

O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o IPC/CG.

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