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A isenção da contribuição, que incide na venda de motocicletas das indústrias para as concessionárias, entrou em vigor ontem, 1º de abril, e já fez com que as principais fábricas reduzissem os preços. No mesmo dia, Honda e Yamaha divulgaram novas tabelas de preços com o “desconto” de 3% em seus modelos de até 150cc. Hoje, 2 de abril, foi a vez da Suzuki anunciar diminuição nos preços.
Como representante das principais fábricas, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) divulgou um comunicado afirmando que acredita que a redução de preços deve estimular as vendas, porém não arrisca previsões.
“O crédito para o consumidor de motos continua difícil. A intenção de compra existe, porém a aprovação da ficha cadastral está mais complicada. Além disso, o número de parcelas caiu. Antes era possível financiar uma moto nova em até 60 meses. Agora o máximo é em 48 vezes e com uma entrada que chega a até 30% do valor da moto. Isso dificulta a aquisição”, declarou em entrevista por telefone o diretor executivo da Associação, Moacyr Alberto Paes.
“Todas essas medidas devem reduzir o impacto da crise sobre o setor”, disse Paes referindo-se também às medidas de incentivo fiscal tomadas pelo governo do Estado do Amazonas, como redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), além de isenção do ICMS de 25% sobre a energia elétrica. Em 23 de março, a Suframa, órgão responsável pela Zona Franca de Manaus já havia isentado às fábricas da Taxa de Serviços Administrativos (TSA), incidente sobre a aquisição de componentes, partes, peças, insumos e materiais de embalagem, oriundos do mercado nacional e do exterior, pelas indústrias do setor. O incentivo estadual faz parte de um acordo para a manutenção de empregos na Zona Franca de Manaus, onde estão instaladas Honda, Yamaha e outras fábricas de motocicletas.
Crédito é o principal problema
Apesar da isenção do imposto federal, o mercado de motocicletas acredita que ainda faltam medidas que facilitem o acesso ao crédito. “Repassamos para o consumidor a redução da Cofins, mas ainda falta uma maior flexibilidade nos financiamentos para reaquecer o mercado”, declarou o diretor de Relações Institucionais da Honda, Paulo Takeuchi, fazendo coro com a Abraciclo, associação também presidida por ele.
Durante o anúncio das medidas tomadas pelo governo federal, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge também reconheceu que, apesar da redução da Cofins, os problemas do setor de motocicletas – como crédito e aprovação cadastral para financiamentos – continua e deve ser solucionado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
“O governo afirmou que está trabalhando para diminuir o spread bancário e anunciou recentemente medidas que garantirão maior captação de verbas pelos bancos menores”, revelou Paes, diretor da Abraciclo. “Esperamos que essas medidas aumentem, de fato, as vendas”, completou.
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