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De cara, os modelos oferecem algumas características em comum: design arrojado, motores de dois cilindros paralelos, rodas aro 15 polegadas e freios com sistema ABS. Além, é claro, de combinar o desempenho de uma moto, com a mobilidade de um scooter “citadino”. Quem vence este duelo, Alemanha ou Japão?
Desenho moderno
Imponentes e bem resolvidos esteticamente, BMW e Yamaha entregam o que prometem. Chamam muito atenção por onde passam e são bastante divertidos de pilotar.
O BMW C 600 Sport traz muitas soluções difundidas por suas co-irmãs motocicletas: escapamento curto e suspensão traseira monobraço para deixar a bela roda de liga leve à mostra. Parabrisa com regulagem de altura em três posições – com ajuste manual, mas fácil de operar –, apoio para os pés em aço, farol e lanterna em LED e sistema de transmissão blindado para não entrar poeira. Apesar do assento em dois níveis, a garupa fica, de certa forma, solto – apesar das alças para se segurar –, já que não conta com encosto lombar e é grande a distância entre piloto e carona. O modelo traz ainda o sistema flexcase, conceito inovador que aumenta o espaço de armazenamento sob o assento. Ali, com o scooter estacionado, é possível acomodar dois capacetes fechados sob o banco.
Totalmente redesenhado em 2011, o TMax 530 adota boas soluções mecânicas e estéticas como, por exemplo, balança traseira convencional, monoamortecedor e correia dentada aparente. O conjunto óptico dianteiro e a lanterna traseira, em forma de diamante, tiveram inspiração na superesportiva YZF-R1. No modelo da Yamaha o passageiro vai melhor acomodado. O piloto conta com um eficiente encosto lombar e a garupa fica sentado em uma posição mais ergonômica e próximo ao condutor, comparado ao BMW C 600 Sport. Para regular o parabrisa do TMax, entretanto, é preciso usar uma chave Allen.
Motorização de dois cilindros
Ideal para quem busca agilidade na cidade e bom desempenho na estrada, ambos têm motores de dois cilindros paralelos e refrigeração líquida, porém com diferenças importantes.
O japonês TMax foi equipado com um propulsor de 530 cm³ de capacidade, injeção eletrônica, capaz de gerar 46,2 cv de potência máxima a 6.750 rpm. O compacto motor está fixado dentro do quadro de alumínio forjado e não preso à roda traseira como em outros scooters. Em função desta arquitetura, o torque de 5,3 kgf.m (a 5.250 rpm) chega à roda traseira por meio de uma correia dentada de aramida.
Instalado praticamente junto à roda traseira, o motor de 647 cm³ do alemão BMW C 600 Sport conta com 60 cv de potência máxima a 7.500 rpm e torque máximo de 6,73 kgf.m a 6.000 rpm. O pivô de fixação do motor e o pinhão estão localizados no mesmo eixo. Mais próximos da roda traseira oferecem tensão correta da corrente de transmissão em todas as condições de pilotagem e baixos níveis de vibração. Mesmo assim, o sistema conta com uma polia, que demora um pouco para “empurrar” o BMW.
Na prática, o maxi scooter da Yamaha é mais “esperto”, até porque é 28 quilos mais leve em ordem de marcha que seu concorrente bávaro. Ou seja, ao girar o acelerador, o motociclista sente instantaneamente a resposta do propulsor. Assim, a arrancada do TMax 530 é impressionante.
Já o scooter da BWM fica devendo em torque quando a luz verde do semáforo acende. Só vai ter uma característica mais esportiva, como seu próprio nome sugere, quando o motor está “cheio”. Depois é pura diversão, com excelentes respostas em médios e altos regimes de rotação. É, atualmente, o scooter mais potente vendido no Brasil, já que o Suzuki Burgman 650 tem 55 cavalos de potência máxima declarada (a 7.000 rpm). Apesar disso, o scooter da Yamaha mostrou-se mais “vivo”, tanto nas saídas quanto em altos giros.
Em função do túnel central alto, subir nestes scooters é bastante semelhante ao montar em uma motocicleta. Nos primeiros metros parece que vocês esta pilotando uma “escada”, de tão alto que o piloto fica. Mas quando a brincadeira começa, ou seja, trechos de curvas e de retas, os modelos mostram a que vieram. Os scooters grudam no chão, principalmente em função do centro de gravidade baixo e concentração de massas, além é claro da distância entre eixos. Não é uma moto, porém oferece boa precisão e estabilidade, mesmo acima dos 120 km/h. Apesar da maior esportividade do TMax 530 na arrancada.
Consumo e ciclística
Outro ponto positivo fica para o baixo consumo de combustível destes dois bicilíndricos paralelos e transmissão CVT, considerada beberrona: o TMax teve consumo médio de 19,2 km/l em circuito misto (cidade e estrada). Já o C 600 Sport obteve a marca de 18,24 km/l, nas mesmíssimas condições de uso. Embora a arquitetura do motor seja idêntica, o propulsor do scooter da Yamaha tem menor capacidade cúbica e deveria ser mais econômico na teoria, o que se prova na prática. No entanto, ele também se mostrou mais “musculoso” na entrega de potência, algo que causaria maior consumo de combustível no papel, mas que não se traduz na realidade.
Com relação à ciclística, os modelos apresentam características completamente distintas. No caso da BMW, o C 600 Sport está equipado com uma balança de alumínio monobraço com amortecedor instalado de forma horizontal. O amortecedor é um dos responsáveis por conferir maior rigidez e estabilidade ao conjunto. Na dianteira, garfo invertido de 40 mm de diâmetro. Ou seja, de forma primorosa tem a mesma capacidade de absorver impactos se comparando com outras motos, isso sem levar em conta o tamanho da roda menor – a C 600 Sport usa roda de 15 polegadas.
No TMax 530 a balança traseira, também em alumínio, é monoamortecida e não carrega toda a transmissão final e o motor. Na prática, isso significa que ao passar em ondulações ou enfrentar paralelepípedos, o conjunto de suspensão traseiro não move todo esse peso. Mais leve, fica livre para manter a roda sempre no chão. Além das rodas de liga-leve de 15 polegadas, garfo telescópico com 120 mm de curso na dianteira completa a ciclística do modelo Yamaha.
Os freios merecem destaque. Nos dois modelos o ABS está presente o que, de cara, aumenta a confiança e também a eficiência do sistema. Tanto o BMW, como o Yamaha, apresentam discos de diâmetro generosos (veja ficha técnica). Em ambas, o sistema oferece frenagens dignas de uma boa motocicleta.
Detalhes traduzidos em R$ 9.500
O que explica a diferença de preço entre o BMW C 600 Sport e o Yamaha TMax (que até daria para comprar um Honda PCX de 150cc, cotado a R$ 8.290,00)? Suspensão invertida, balança monobraço com amortecedor horizontal e espaço para guardar dois capacetes fechados, o scooter alemão traz outros “mimos”: manoplas aquecidas, controle de pressão dos pneus (RDC) e farol e lanterna de LED. Além de freio de estacionamento acionado automaticamente via cavalete lateral.
Mas a beleza estética não pode estar acima da funcionalidade, praticidade e desempenho. O maxi scooter da BMW é bonito? É sim! Traz o status de uma marca Premium e carrega as o DNA das motos fabricadas em Munique? Com certeza! Porém, para o motociclista que quer mais desempenho, um motor mais apimentado e um ar mais descolado visualmente, o maxi scooter japonês, feito para o mercado europeu atenderá todas as expectativas e por um preço menor. Resumindo: vitória apertada para o Yamaha TMax 530.
Ficha técnica BMW C 600 Sport
Motor Dois cilindros paralelos, quatro tempos, DOHC, quatro válvulas e refrigeração líquida
Capacidade cúbica 647 cm³
Potência máxima (declarada) 60 cv a 7.500 rpm
Torque máximo (declarado) 6,73 kgf.m a 6.000 rpm
Câmbio CVT
Transmissão final correia dentada
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Quadro tubular em aço
Suspensão dianteira Garfo telescópico invertida com 40 mm de diâmetro, com 115 mm de curso
Suspensão traseira Monobraço oscilante com 115 mm de curso
Freio dianteiro Disco duplo de 270 mm de diâmetro, com pinça flutuante e ABS
Freio traseiro Disco simples de 270 mm de diâmetro, com pinça flutuante e ABS
Pneus 120/70-15 (diant.)/ 160/60-15 (tras.)
Comprimento 2.155 mm
Largura 877 mm
Altura 1.378 mm
Distância entre-eixos N/D
Distância do solo N/D
Altura do assento 800 mm
Peso 249 kg (em ordem de marcha)
Tanque de combustível 16,0 litros
Cores Branca e Azul
Preço sugerido R$ 52.000,00
Ficha técnica Yamaha TMax 530
Motor Dois cilindros paralelos, quatro tempos, DOHC, quatro válvulas e refrigeração líquida
Capacidade cúbica 530 cm³
Potência máxima (declarada) 46,5 cv a 6.750 rpm
Torque máximo (declarado) 5,3 kgf.m a 5.250 rpm
Câmbio CVT
Transmissão final correia dentada
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Quadro de alumínio tubular
Suspensão dianteira Garfo telescópico convencional com 120 mm de curso
Suspensão traseira Balança monoamortecida com 116 mm de curso
Freio dianteiro Disco duplo de 267 mm de diâmetro (ABS)
Freio traseiro Disco simples de 282 mm de diâmetro (ABS)
Pneus 120/70-15 (diant.)/ 160/60-15 (tras.)
Comprimento 2.200 mm
Largura 775 mm
Altura 1.420 – 1.475 mm (parabrisa ajustável)
Distância entre-eixos 1.580 mm
Distância do solo 125 mm
Altura do assento 800 mm
Peso em ordem de marcha 221 kg
Peso a seco N/D
Tanque de combustível 15,0 litros
Cores Branca e Cinza
Preço sugerido R$ 42.500,00
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