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Desde dezembro, o BC exigiu que os bancos colocassem mais capital próprio em determinadas linhas de financiamento. Com isso, conseguiu ampliar a taxa de juros dos empréstimos e reduzir o número de prestações -que, no caso de veículos, chegava a até 72 meses.
Diante desse cenário, as novas concessões de empréstimos a pessoa física caíram 5% em janeiro, e uma das modalidades mais afetadas foi a de automóveis. "O aperto do crédito pode explicar a queda das vendas de veículos. O setor depende muito de financiamento, e os prazos se encurtaram e o custo subiu", disse Reinaldo Pereira, economista do IBGE.
O fraco resultado de veículos provocou um descompasso entre o índice tradicional do varejo do IBGE e o chamado indicador do comércio varejista ampliado -que inclui automóveis e material de construção, setores atuantes também no atacado.
O varejo ampliado registrou queda de 0,2% em janeiro na comparação livre de influências sazonais com dezembro -veículos têm o maior peso no índice (32%).
Já as vendas do "varejo puro" subiram 1,2%, na esteira do bom desempenho de super e hipermercados (1,2%) e móveis e eletrodomésticos (2,7%). Esses ramos respondem à renda e ao emprego em alta e aos preços mais baixos de importados. Ante janeiro de 2010, o comércio registrou expansão de 8,3%.
Para Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC, a principal vantagem das medidas macroprudenciais é "seu efeito quase imediato para segurar o crédito", ao passo que a alta dos juros tem uma defasagem de até seis meses para começar a esfriar a economia.
As vendas de veículos devem continuar a se desacelerar, mas não na mesma intensidade de janeiro, diz ele.
Alexandre Andrade, da Tendências, crê que as taxas de juros vão se manter em ascensão e conter o ritmo de crescimento das vendas do comércio -sustentadas ainda por emprego e massa salarial em alta.
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