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“Os três primeiros meses do ano serão os mais críticos, já que atravessaremos um período de incertezas”, prevê Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo. Segundo o executivo, o mercado de duas rodas irá superar a turbulência internacional. “Temos grande potencial, principalmente no que se refere à questão da mobilidade nos grandes centros, além da economia de tempo e dinheiro que a moto proporciona.”
Segundo dados fornecidos pela Abraciclo foram fabricados até novembro exatos 2.004.815 veículos de duas rodas, volume 21,6% superior aos 1.649.123 que saíram das linhas de montagem durante o mesmo período do ano passado. Os números apontam aumento de 6,2% na produção entre os meses de outubro e novembro de 2008.
Foram negociadas no mercado interno, ou seja, vendas diretas para as concessionárias, 108.681 motocicletas, 10,5% a menos do que em outubro. Já as vendas diretas ao consumidor vêm caindo desde setembro.
Mercado interno
Depois desse período crítico de três meses, as montadoras estão programando vários lançamentos, todos de acordo com a nova norma de emissão de poluentes (terceira fase do Promot). Como o Brasil só começa a “funcionar” mesmo depois do Carnaval, o problema da escassez de crédito também estará sendo resolvido. “Contamos ainda com os esforços dos fabricantes com as ações de vendas e de marketing mais arrojadas e criativas. Além do incentivo ao consórcio, modalidade que já está numa crescente”, avalia Takeuchi.
Apesar da redução do IOF de 3,38% para 0,38%, os maiores problemas estão relacionadas ao valor da entrada (20%) e a aprovação do cadastro do consumidor. “A demanda continua aquecida, porém em função da restrição de crédito o consumidor esbarra na dificuldade para adquirir uma nova moto”, explica o presidente da Abraciclo.
Segundo previsões da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) serão emplacadas até o final do ano cerca de 1.950.000 motos. Detalhe: hoje, a frota nacional circulante é formada por mais de 12,6 milhões de motos.
Investimentos e novas fábricas
Durante o biênio 2007/2008, o setor de duas rodas recebeu investimentos superiores a R$ 1,2 bilhão. Hoje o segmento tem 19 fábricas – em produção ou com projetos aprovados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca em Manaus). Assim, com novas marcas, investimentos devem ser feitos no setor, porém em um ritmo mais lento.
O faturamento do setor de duas rodas no Pólo Industrial é de R$ 9,9 bilhões. Só perde para o de eletroeletrônicos, um dos mais tradicionais da antiga Zona Franca de Manaus. Para a produção das motocicletas, o pólo de duas rodas gera mais de 20 mil empregos diretos.
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