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No primeiro bimestre do ano, os licenciamentos somaram apenas 202.435 (20,04% menos que o mesmo período de 2014). Já o mercado de seminovas teve 408.650 transferências entre janeiro e fevereiro. No mesmo período de 2014, o cenário foi um pouco melhor em números absolutos: 253.177 (emplacamentos de motos novas) e 435.436 unidades revendidas. Apesar de as marcas preverem um ano difícil com volumes de venda igual ou um pouco abaixo de 2014, o mercado de usadas segue em bom ritmo, com crescimento de quase 10% de 2013 para o ano passado.
Na análise de Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, há dois fatores que aceleraram as vendas de motos usadas. A primeira é a negociação individualizada, principalmente em mercados menores. “Em função de uma relação interpessoal próxima há certa flexibilização da negociação do financiamento, com a entrada parcelada, por exemplo”, explica o presidente da Fenabrave. A outra questão, segundo o executivo, é usar parte dos recursos da carta de crédito dos consórcios para adquirir uma seminova. “Ao resgatar o crédito do consórcio, o consumidor usa uma parte do dinheiro para reduzir dívidas e outra para comprar uma usada, porém se distanciará de um modelo novo”, observa Alarico Assumpção Jr.
Motopeças em alta
Quem está satisfeito com a geração destes negócios são os fabricantes de motopeças, já que na troca de mãos, a moto usada sempre requer um cuidado especial. O novo proprietário quer deixar a moto em perfeitas condições de uso e, por isso, é preciso investir em revisões e, consequentemente, troca de peças de desgaste natural.
Segundo Orlando Leone, presidente da Anfamoto – associação dos fabricantes de motopeças –, o mercado de motos usadas realmente está aquecido. “Com a dificuldade na obtenção de crédito para compra de motos “zero”, o mercado de motopeças também se aquece. Os proprietários têm que manter suas motos em dia e, consequentemente, investir na manutenção do bem, como os itens de segurança. A motocicleta usada é também uma alternativa na hora de economizar para alcançar o objetivo de uma nova”, avalia Leone.
Hoje, o Brasil tem uma frota circulante de 23 milhões de motos. Levando em conta esse número, realmente acaba havendo certa tranquilidade no cenário do mercado de reposição de motopeças. “Apesar de todas as dificuldades que hoje são inerentes a todos os empresários, o setor tem se demonstrado firme. Ainda com a incerteza politico/econômica que ronda o País prevemos um crescimento conservador na ordem de 10%”, contabiliza Orlando Leone, da Anfamoto, dizendo que, baseado em dados fornecidos pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), “o segmento de reparação de motocicletas está entre os mais promissores para 2015”.
Porém, em função da flutuação do dólar, o representante do setor de motopeças, diz que a moeda norte-americana impacta diretamente na vida dos brasileiros. “A desvalorização do real frente a o dólar traz muitos impactos à economia. A escalada do dólar favorece a venda dos nossos produtos lá fora, mas prejudica o comércio de produtos importados em território nacional. É possível que a alta do dólar amenize um pouco os efeitos desfavoráveis da economia esse ano”, conclui o presidente da Anfamoto.
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