Mercado esfria após agosto histórico

Os dados das vendas de veículos em setembro, anunciados pela Anfavea, associação que reúne os fabricantes de veículos, na quinta-feira, 4, confirmam o tombo já anunciado pela Fenabrave, entidade que representa os concessionários, na segunda-feira, 1º. Segundo dados do Renavam foram comercializados 288,1 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no último mês, 31,4% veículos a menos do que em agosto. A média diária das vendas em setembro ficou em 14 mil unidades comercializadas por dia útil, contra 17 mil em agosto.

Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, lembra que agosto foi o melhor mês da história do setor, quando os emplacamentos superaram as 400 mil unidades, e diz que já era esperada a desaceleração, após o ápice das compras, então motivadas pela expectativa de fim do desconto do IPI. Outro fator que fez diferença para o resultado é a quantidade de dias úteis: agosto teve 23, contra 19 em setembro.

Se comparado o acumulado do ano de 2012 com o mesmo período de 2011, porém, houve acréscimo de 4% nas vendas de veículos, para 2,78 milhões de unidades. O segmento de automóveis e comerciais leves teve expansão de 5,5%, para 2,66 milhões. Enquanto caminhões teve retração de 22%, para 101,3 mil, e ônibus de 13,4%, para 21,8 mil.

Levando em conta o comparativo entre setembro deste ano com o de 2011, o segmento de automóveis e comerciais leves teve queda de 5,4%, para 277,6 mil; caminhões de 42,9%, para 8,5 mil e ônibus de 40%, para 1,8 mil unidades.

Impacto dos importados

A participação dos importados no mercado nacional, por sua vez, caiu em setembro para 18,9%, contra 25,4% registrado no mesmo mês de 2011, como prova de que os esforços do governo para brecar as importações têm surtido efeito. A média de participação dos importados no licenciamento de 2011 foi de 23,6%. A de 2012 está na casa de 21,4%.

Projeção

A Anfavea mantém o seu discurso otimista e espera crescimento de 4% a 5% das vendas até o fim de 2012. “Estamos mais próximos dos 5%, com previsão de 3,81 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus comercializados”, conclui Belini.