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Misto de jipinho com minivan, Citroën AirCross passa pelo nosso teste – confira o vídeo

17/12/2010 - 18:51 - Mário Salgado - redação
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Com cara de mau e todos os equipamentos, o AirCross agrada e muito aos olhos

Lançado em julho deste ano, o Citroën AirCross foi um dos carros mais aguardados de todo o ano de 2010. Muitos flagras de internautas e eventos de lançamento nos deixaram com mais vontade de ver do que o carro era capaz o carro que foi apresentado pela montadora como um “crossover premium”, já que mistura um pouco de jipinho e minivan.

Clique ao lado e confira um vídeo exclusivo do nosso teste com o AirCross e muito mais detalhes do carro

Derivado do C3 Picasso, que é vendido na Europa, o AirCross é encorpado e marca presença por onde passa. Uma simples parada no posto de gasolina já basta para ter que matar a curiosidade de muitas pessoas, em sua maioria entre 30 e 40 anos e com um poder aquisitivo de classe média. Outras pessoas que têm muitas duvidas sobre o carro são os proprietários de modelos nesse mesmo segmento como o Ford EcoSport, Fiat Idea Adventure (único que tem o bloqueio de diferencial) e o Volkswagen CrossFox, dois de seus maiores concorrentes. Mas o AirCross está mais para o modelo da Ford do que para o Fox aventureiro.

Testando por aí

O nosso teste compreendeu 600 quilômetros em asfalto e 100 quilômetros fora-de-estrada, onde ele não fez feio. No asfalto, pelas ruas de Campo Grande, o motor de 1,6 litro e 16 válvulas flex não fez feio. Em algumas retomadas os 113 cavalos de potência a 5.800 rpm, quando abastecido com álcool, (nossa opção em grande parte do teste) e 15,8 kgfm a 4.500 rpm o motor pediu um pouco de fôlego em algumas subidas ingrimes e retomadas mais fortes. Mas era o esperado para um carro de quase 1,4 tonelada, com todos os acessórios.

Para deixar o desempenho mais interessante, a Citroën mexeu no escalonamento do câmbio manual de cinco marchas. As relações foram encurtadas em 15% para tornar as respostas ao acelerador mais imediatas.

Na parte da suspensão, o carro deixa um pouco a desejar no asfalto, por incrível que pareça. Apesar de mais macio, dinamicamente o conjunto da suspensão mantém o modelo bem equilibrado em retas e curvas menos fechadas. A carroceria elevada (de 1,69 metro de altura) inevitavelmente torce mais que o desejável em manobras acentuadas. Mas mesmo durante as frenagens o AirCross se manteve firme, sem transmitir insegurança. Por dentro, a ergonomia agradou, auxiliada pelas regulagens de altura e profundidade para o banco e o volante, que tem ótima pega e sugere esportividade com sua base reta.

O que incomodou um pouco foi em ruas esburacadas e com o carro leve. O conjunto de suspensão, simples, com McPherson na frente e eixo de torção atrás, trabalha de forma suave, mas, com o carro leve e somente um passageiro no banco da frente a traseira tende a pular um pouco em curvas esburacadas típicas das ruas antigas de Campo Grande. De acordo com o gerente de vendas da Motor3 France, Eduardo Lima, isso ocorre pelo fato de as 33 libras para os pneus de uso misto, recomendadas pelo fabricante, são um pouco exageradas. “Temos aconselhado os clientes que andam muito sozinhos ou somente com o passageiro no banco da frente e sem carga, que usem 28 libras. Deixando as 33 libras para se o carro estiver com uma carga leve”, conselho de Lima que seguimos e mudou completamente o comportamento e maciez do carro.

O AirCross é imponente por fora e requintado por dentro. Não chega a ser luxuoso, por questões de custo – afinal, trata-se de um compacto com preço inicial razoavelmente acessível, de R$ 55.000, aqui em MS na versão GL. Mas comparado aos três rivais imediatos, o nível superior do acabamento interno surpreende. A missão do AirCross, no entanto, vai muito além do campo visual.

Bons equipamentos de série

Para oferecer algo diferente no segmento, a Citroën buscou reforçar o requinte e o nível de conforto a bordo do AirCross. Além de oferecer uma área envidraçada realmente ampla e incomum, o para-brisas panorâmico, por exemplo, também filtra os ruídos externos para manter a serenidade sonora. Já os bancos dianteiros são largos e têm formato anatômico. E o espaço interno é interessante – amplo verticalmente, mas sem sobras longitudinais. Só no quesito segurança o monovolume aventureiro da Citroën é avesso à modernidade. Apenas a versão mais cara que testamos traz de série airbags frontais e de tórax e ABS com EBD para os freios.
 
A versão topo de linha Exclusive, com todos os equipamentos possíveis e disponíveis nas concessionárias sai por altos R$ 70.000, onde ele vem com bolsas infláveis laterais dianteiras, para a região do tórax. Mas o equipamento é vinculado ao kit opcional “Pack Techno”, junto com itens de conveniência e auxílio em manobras (sensores de chuva, de luminosidade e de obstáculos traseiro). Na versão básica GL, não há sequer como instalar os recursos de segurança. E na configuração intermediária GLX, só os airbags frontais podem ser instalados, ao preço de R$ 1.300 – valor “salgado” para um item capital.
 
O estepe pendurado na tampa do porta-malas tem sistema antifurto em todos os AirCross. E na versão “top”, são adicionados ar digital, mesinhas do tipo aviação e porta-revistas atrás dos bancos dianteiros, revestimento em couro para bancos e volante, pedaleiras e cromados nos retrovisores externos e maçanetas. Mas o destaque é o sistema de navegação My Way, que custa R$ 2.400 e traz uma tela colorida de sete polegadas no lugar da bússola e inclinômetros no console.

O nível de aconchego a bordo do AirCross é um dos aspectos mais marcantes do aventureiro. O nível de ruídos internos é bem baixo. O para-brisas panorâmico, que oferece uma visibilidade surpreendentemente ampla, parece mesmo abafar os ruídos externos e aerodinâmicos junto com os revestimentos do cofre do motor. Quase não se escuta o bloco 1.6 roncar.
 
Os bancos de formato anatômico têm espumas de ótima densidade (nem muito mole, nem excessivamente rígida) e um desenho belo. O tecido e o couro parecem bem tratados. As peças do painel e das portas são de plástico rígido em maioria, mas exibem texturas muito agradáveis aos olhos e ao toque. Os encaixes são precisos e há detalhes em alumínio de verdade e não pintados em prata como na maioria dos concorrentes – só que esses são de série apenas na versão Exclusive avaliada. O console central tem ainda acabamento em “black piano”.
 
Em termos de habitabilidade, o AirCross também é bem-servido. O porta-malas comporta bons 403 litros e há diversos porta-objetos. Os comandos, no geral, ficam todos acessíveis de forma intuitiva. Diferente do C3, por exemplo, no monovolume compacto os botões de abertura dos vidros elétricos ficam nas portas e não entre os bancos dianteiros. E no caso da versão Exclusive, o condutor pode ainda escolher o navegador por GPS My Way, com a tela de LCD colorida de generosas sete polegadas. Os comandos são simples de operar e o sistema é integrado ao som, facilitando a navegação.
 
Para a versão intermediária GLX, a Citroën se preocupou em criar um sistema de som também de alta qualidade, em parceria com a Pioneer. E completou o lançamento com três anos de garantia total e uma promoção válida até o fim de dezembro que “premia” os clientes com as três primeiras revisões grátis (10 mil, 20 mil e 30 mil km) – mas repare nas letrinhas, pois a revisão cobre apenas determinadas peças e serviços.

Fora-de-estrada, mas sem abusos

Para ver como é a “pegada” aventureira do AirCross, fomos com ele para um trecho de 100 quilômetros de estrada de chão, com muito cascalho e alguns pontos de lama. Por incrível que pareça, ao volante ele se comportou mais para uma picape compacta que para uma minivan.

Em grandes retas esburacas e curvas de cascalho, ele se comportou bem em vários quesitos. Como ele tem uma altura avantajada da cabine é possível ver de longe alguns obstáculos. E, mesmo “dentro” das curvas, os freios com ABS e EBD na dianteira dão muita segurança e confiança.

Mas não adianta tentar levá-lo para a lama de verdade, que você vai passar feio. Além de abusar muito do conjunto mecânico, ele não sai um trecho leve de atoleiro. Nessa hora, vemos que ele tem a cara de aventureiro, no entanto sem grandes abusos.

Bom de venda

A excelente aceitação do AirCross  pelo consumidor brasileiro, com 1.519 emplacamentos, foi um fator determinante para a ampliação das vendas da Citroën, e muita comemoração, em novembro. A marca registrou no total 8.482 unidades, um crescimento de 10,72% em relação a outubro de 2010 e de 58,31% em relação a novembro de 2009. Este resultado favorável em novembro também trouxe um aumento na participação de mercado da marca, ampliada para 2,73% (Vendas de Automóveis e Comerciais Leves no Brasil).

No acumulado do ano, a Citroën emplacou 74.068 unidades, um crescimento de 17,16% sobre as 63.221 unidades comercializadas no mesmo período e o dobro da média do mercado brasileiro no período, de 8,46%.

“Estamos comemorando nosso primeiro mês completo de vendas do AirCross, um produto que tem demonstrado ótima aceitação por parte de nossos clientes e grande potencial comercial”, afirma Ivan Ségal, presidente da Citroën do Brasil.

Além dos crescentes volumes do Citroën AirCross, o compacto premium C3 também teve destaque nas vendas, com 3.504 emplacamentos no mês. Chama a atenção o contínuo crescimento de vendas do modelo, que no acumulado do ano já registra 35.755 unidades licenciadas, um volume 15,70% superior ao do mesmo período de 2009 (30.905 unidades).

Ficha Técnica AirCross Exclusive 1.6 16V Flex
 
Motor Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, comando duplo (DOHC), injeção eletrônica, gasolina e álcool
Cilindrada (Cm³) 1.587
Potência (Cv) 110 (G) e 113 (A) a 5.800 rpm
Torque (Kgfm) 14,5 (G) a 4.000 rpm e 15,8 (A) a 4.500 rpm
Câmbio Manual de cinco marchas
Comprimento (m) 4,28
Largura (m) 1,72
Altura (m) 1,69
Entre-Eixo (m) 2,54
Porta-Mala (l) 403
Suspensão Independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora na dianteira; por eixo rígido, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra de torção na traseira
Freios Discos ventilados na frente, com ABS e EBD, e tambores atrás
Tanque (l) 55
Taxa de Compressão 11,1:0
Velocidade Final (km/h) Não divulgado
Aceleração 0 a 100 Km/h (s) Não divulgado
Consumo*: urbano 5,0 km/l (álcool)
                                   7,0 km/l (gasolina)

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