Mobilidade em duas, três ou quatro rodas

A Revolução Francesa tinha como pilares liberdade, igualdade e fraternidade entre as pessoas. Agora, mais de 200 anos depois, uma nova revolução – silenciosa e limpa – quer conquistar uma legião de seguidores em todas as partes do mundo. E com bases calçadas na sustentabilidade, mobilidade e redução da emissão de dióxido de carbono. Como disse o presidente Luis Inácio Lula da Silva na abertura oficial do Michelin Challenge Bibendum, realizado entre 30 de maio e 3 de junho no Rio de Janeiro, “crescer é preservar o meio ambiente”. Para Lula, hoje o País têm condições de se tornar uma nação extraordinária, que está se conscientizando da importância na utilização dos biocombustíveis. “Uma matriz energética renovável e limpa fez impulsionar o avanço tecnológico em várias cadeias produtivas”. Como mostram os quase 90% de automóveis e comerciais leves vendidos no Brasil dotados de sistemas flex.

Em função do tema do evento internacional – Todos Juntos por uma Mobilidade Rodoviária Sustentável –, Lula disse ainda que “nunca na história deste país se investiu tanto na questão da mobilidade urbana, já que 80% da população está nos grandes centros”, enfatizou o presidente em seu discurso bem humorado dizendo que “um evento como este é sinal claro que o mundo está preocupado com o planeta Terra”.  

Durante os quatro dias do Michelin Challenge Bibendum, que aconteceu no Riocentro, muitas atividades foram programadas, entre elas, seminários, debates, mesas redondas e coletivas de imprensa, que reuniram cerca de 500 jornalistas vindos de todas as partes do mundo. O que mais chamou a atenção dos participantes foi a grande quantidade de novas tecnologias e a oportunidades de testar “veículos verdes” entre protótipos e modelos de série, com destaque para o Audi e-tron, o Citroen Hypnos e o novo Uno, com motor flex.

Nós, da INFOMOTO, pilotamos todas as opções de veículos voltados à mobilidade individual. Confira abaixo os principais destaques da 10ª edição do evento mundial.  

Kasinski Prima Electra 2000

O grande trunfo da Kasinski foi ser a única representante do segmento de duas rodas no Michelin Challenge Bibendum. Tremendo vacilo da Honda em não exibir a CG 150 Titan Mix, a primeira moto bicombustível do mundo. Yamaha e Suzuki também poderiam ter apresentado seus protótipos com células de combustível (hidrogênio). Com um mercado global altamente competitivo, perder uma oportunidade como esta pode ser, no mínimo, um erro de estratégia de comunicação.

O Prima Electra da Kasinski conta com motor de potência de 2.000 watts, traz visual requintado e bom nível de acabamento. Na prática, o Prima Electra é fácil de pilotar. É só girar a chave e acelerar. O difícil é a falta que faz o som do motor a combustão. Já a resposta do motor elétrico não é tão rápida, como nas motos injetadas. Outra surpresa positiva são os três módulos de potência que podem ser utilizados: econômica, conforto e esportiva, que podem ser escolhidas no punho esquerdo.

A mudança na seleção do modo de pilotagem é bastante sensível quando se passa da econômica para a esportiva, que levou o scooter a incríveis 45 km/h. Resumindo: uma proposta inovadora e com rendimento dentro do esperado. Para carregar as baterias de chumbo ácido do scooter elétrico basta levantar o banco e plugar a corrente elétrica na fonte. Para ajudar no conforto e funcionalidade, o Prima Electra 2000 conta com um pequeno baú. O preço sugerido é de R$ 5.290. Informações, acesse www.kasinski.com.br  

Peugeot BB1

O principal desafio do protótipo da Peugeot foi conseguir acomodar quatro pessoas em apenas 2,5 metros de comprimento. Para isso, a engenharia da montadora francesa foi buscar soluções em sua divisão de duas rodas. Para dar vida ao supercompacto, a ideia foi unir duas scooter a um chassi. Do carro ficou a carroçaria e do scooter o guidão. Sua estrutura é de fibra de carbono, o motor está instalado nas rodas traseiras e a energia para movimentar o bólido vem das baterias de íon lítio. A autonomia do carrinho é de até 120 km e a velocidade máxima chega a 90 km/h. Informações, acesse www.peugeot.com

Trikke

O veículo foi uma das grandes atrações do Michelin Challenge Bibendum. Desembarcou no Brasil diretamente para o evento da mobilidade. Rodar com o Trikke elétrico é pura diversão. Muitos executivos, de terno e gravata, se transformaram em crianças sobre o modelo. Leve e fácil de pilotar, a sensação que o produto transmitia era a de circular sobre patins inline, flexionando as pernas e inclinando o corpo para fazer as curvas, porém com o auxílio de guidão e também de um motor elétrico, instalado na roda dianteira. Segundo o fabricante, a autonomia é de 32 km e a velocidade máxima pode chegar a 40 km/h. Com sua estrutura construída em alumínio, há duas opções de baterias para o pequeno triciclo: 36 ou 40 V, já a potência varia entre 250 a 350 watts, respectivamente. O preço sugerido é de R$ 5 mil. Informações, acesse www.trikke.com.br

Segway

O modelo é conhecido dos brasileiros desde 2006. Hoje é visto com bastante freqüência circulando por shopping center e também em grandes áreas livres (parques e na orla carioca, por exemplo) ou até atuando de veículo para facilitar a vida de policiais militares e seguranças. Para pilotar o Segway é preciso estar completamente relaxado e inclinar o corpo para frente. No começo você parece uma gangorra. Vai para frente e para trás. Depois de alguns minutos o veículo se apresenta como um velho amigo. O Segway utilizado no test-drive estava com sua velocidade limitada a apenas 8 km/h, porém a velocidade máxima pode chegar a 20 km/h.  O preço sugerido é de R$ 28 mil. Informações, acesse www.segwaybrasil.com.br

Electra Bike

Agora entendemos o porque do sucesso das bikes elétricas na China. Barata, econômica e ecologicamente correta. Fusão entre uma bicicleta comum e o motor elétrico, a Electra Bike é bastante divertiva e ideal para deslocamentos curtos e médios. Voltado para as classes “C” e “D”, o modelo pode rodar 40 km a uma velocidade média de 25 km/h. Segundo o importador, para carregar o motor deste veículo de transporte individual basta ligar na tomada (110/2220 V). A recarga dura cerca de 6 horas. Outro diferencial é que o motor elétrico pode ser instalado tanto na roda dianteira, quanto na traseira. O preço sugerido varia entre R$ 1.300 (kit, que pode ser instalado em qualquer bicicleta) e R$ 1.800 (na versão completa, já com a bicicleta). Informações, acesse www.bicicletaeletrica.net.br
 
Evetech EVT 350 Way

O modelo lembra os antigos ciclomotores Garelli ou Caloi Mobilettes. Ou seja, é um veículo elétrico com cara de motinho. A bicicleta elétrica traz suspensão dianteira, selim bastante confortável e pneus mais largos. Segundo a empresa, o modelo pode percorrer até 70 km, isso com o auxílio dos pedais. Para carregar suas energias basta apenas ligar a EVT 350 Way na tomada. A operação dura entre 4 e 6 horas. A bicicleta elétrica, montada no Rio Grande do Norte, vem com farol, pisca e sistema de freios regenerativos. Hoje a linha Lazer da Evetech é composta por sete modelos. Os valores variam entre R$ 2.200 e R$ 5 mil. Informações, acesse www.evetech.com.br   

Speedy

Outro produto que chega para oferecer maior agilidade em termos de deslocamento individual é o Speedy. Primeiro veículo individual elétrico 100% projetado e fabricado no Brasil, segundo o fabricante, o modelo não é um primor em termos de design, mas conta com regulagem na altura no guidão, marcha a ré, freio regenerativo e buzina. Como acessório opcional, reboque para carga com capacidade de ate 150 kg. Apoiados sobre quatro rodas, o veículo pode ser um bom companheiro em deslocamentos curtos por fábricas e shoppings, mas não aparece como alternativa para longos trajetos. A velocidade máxima e de 20 km/h e autonomia é de até 40 km. O Speedy tem dois motores, que juntos oferecem potência de 500 watts. Preço sugerido é de R$ 5.600. Informações, acesse www.ecovolt.com.br.