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Model 3 coloca à prova modelo de negócio da Tesla

10/07/2017 - 17:38 - Automotive Business - Foto: Divulgação Tesla
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A Tesla começou a produzir a versão definitiva do Model 3, seu aguardado carro elétrico de alto volume, que promete tirar a marca do nicho premium e levar a tecnologia para grande número de consumidores. Fabricado em Fremont, na Califórnia, com preço inicial de US$ 35 mil, as primeiras 30 unidades do automóvel serão entregues ainda no fim de julho.

A empresa planeja acelerar a produção a partir de então e entregar ainda em 2017 uma série outras unidades encomendadas pelos consumidores no período de pré-venda. A empresa não divulga os números, mas a estimativa é de que centenas de milhares de clientes tenham pago mil dólares para reservar o modelo – muitos deles sem sequer terem visto a versão pré-série do carro. 

Diante da aura de desejo em torno do Model 3, o plano da Tesla é chegar ao fim de 2017 com 20 mil unidades produzidas. No ano que vem está previsto outro salto, com a fabricação de 500 mil carros para, enfim, chegar a 1 milhão de automóveis em 2020. Os volumes podem soar corriqueiros para uma montadora já consolidada, mas são extremamente ambiciosos para a Tesla, que fabricou apenas 76 mil carros em 2016. Trata-se da mais rápida aceleração da produção já feita por uma companhia automotiva. 

O anúncio do começo da fabricação do Model 3 foi feito por Elon Musk, CEO bilionário da companhia e ícone do Vale do Silício. Usar a rede social para informar grandes novidades de suas empresas – além da montadora, ele comanda um negócio de exploração espacial, a Space X - já é modus operandi do executivo. 

Deixar de ser startup para virar montadora de alto volume

As fotos divulgadas por Musk no Twitter são as primeiras imagens da versão de produção do carro que chegam ao público. A boa notícia é que, diferentemente do que é comum na indústria automotiva, a configuração final do automóvel mantém o design do protótipo, sem simplificar as linhas. O executivo da Tesla gosta mesmo de fazer diferente dos concorrentes do segmento. A parte ruim é que, às vésperas de chegar nas mãos dos donos, não foi divulgado qualquer material com detalhamento de preços, equipamentos e versões do Model 3. 

A falta de clareza com lançamentos podia não ser problema para os clientes endinheirados e fãs da marca que compravam os carros da Tesla até então. Agora, no entanto, para deixar de ser uma startup e virar montadora de alto volume focada em carros elétricos, a companhia tem bastante lição de casa para fazer, como apontam especialistas ouvidos por Automotive News. 

Um dos aspectos que merecem mais atenção são possíveis problemas na qualidade dos carros, típicos das primeiras unidades que saem da linha de montagem e que podem se intensificar na empresa, que mantém cronograma mais apressado para o lançamento. Quando o SUV Model X chegou ao mercado, ainda em 2015, a companhia se atrapalhou para manter o padrão de qualidade enquanto corria para entregar as milhares de unidades encomendadas. No caso do Model 3, escorregadas como esta são ainda mais críticas porque o modelo vai, supostamente, atrair novos clientes para a marca, que podem ser menos tolerantes. 

Especialistas indicam ainda que a Tesla enfrenta gargalos no pós-venda. Nos Estados Unidos são apenas 70 centros de serviço. O modelo da marca de venda direta para o cliente também está em cheque: muitos estados do país já proibiram a prática. Também será um desafio manter a boa imagem da marca, que construiu grande volume de fãs, mesmo com a massificação da produção. Por enquanto, ao menos um bom sinal a montadora novata já deu ao mercado: a fabricação do Model 3 começou dentro do tempo determinado, algo inédito para a marca que sempre teve dificuldade para cumprir prazos.

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