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Entre as trails e as nakeds, o motociclista pode optar pelo estilo, design e configuração mecânica que mais lhe agrada: um cilindro, dois cilindros em “V” ou dois cilindros paralelos ou até quatro cilindros em linha. No primeiro quadrimestre do ano, 3.880 unidades dessa faixa de cilindrada foram comercializadas no País. Se o mercado de duas rodas continuar em ascensão, esta categoria de médias cilindradas deve encerrar o ano com quase 12 mil unidades vendidas, contra 8.122 de 2007, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Ou seja, um crescimento de 43% em três anos. Parece pouco se compararmos com o volume de motos de 150 cc vendidas mensalmente, que tem 88% de todo o mercado nacional. Mas o mercado acima de 400cc já representa 2% do total de motos comercializadas no Brasil, segundo pesquisa da Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motocicletas. Vale ressaltar que este é o segmento que mais vem crescendo em todo mundo.
Mercado em ebulição
Líder absoluta deste segmento de 600cc, a Honda vendeu em 2009 exatas 6.136 unidades da CB 600F Hornet. Já nos primeiros quatro meses deste ano foram comercializadas 2.014 unidades da moto que está equipada com motor quatro cilindros de 102 cv. Segundo Alfredo Guedes Jr, engenheiro e supervisor de Relações Públicas da Honda, o grande trunfo da Hornet foi o de resgatar a tradição da marca nos modelos de quatro cilindros em linha, que chegou ao Brasil nos anos 70 e se imortalizou com a CBX 750 Four, nas décadas de 80/90.
“Antes do lançamento da CB 600F Hornet, a Honda fez uma ampla pesquisa de mercado. Os dados mostraram que teríamos um bom resultado de vendas. A moto tem outras características marcantes além do motor; um belo design e grande esportividade”, conta Guedes Jr, dizendo que a marca abriu as pontas deste segmento para o público e que ampliou sua base década após década. “Houve ainda uma expansão natural e um amadurecimento do mercado brasileiro”, completa.
Considerado uma evolução natural de sua linha de 250 cc, a Yamaha oferece três modelos entre 600 e 700 cm³ de capacidade cúbica: XT 660R e XJ6, nas versões naked e semi-carenada. A XT 660R é líder absoluta de seu segmento trail. Nos últimos três anos vendeu em média 2400 unidades/ano. Sua principal característica é a versatilidade para rodar em qualquer tipo de piso.
A recém lançada XJ6 é uma moto mais comportada, de construção ciclística tradicional que tem agradado muito o motociclista que quer uma moto bonita, confortável, fácil de pilotar e com um motor mais manso e preço mais acessível. A XJ6 tem 77 cv de potência máxima e custa R$ 27.500, enquanto sua antecessora FZ6, tinha 98 cv e custava cerca de R$ 32.000.
Para Ricardo Suzuki, gerente de marketing da Kawasaki do Brasil, a estratégia da marca nipônica é investir em modelos de média e alta cilindradas. “A Honda criou um mercado, mas hoje há vários outros produtos que se encaixam nesta categoria e faixa de cilindrada. Da Kawasaki temos a ER-6n e a Versys, moto de uso misto que chega às concessionárias em junho para brigar diretamente com a Suzuki V-Strom 650”, conta o gerente da “Kawa”, dizendo que o grande diferencial dos modelos é seu motor de dois cilindros paralelos.
Segundo o responsável pelo marketing da Kawasaki, a estabilidade econômica e o aumento da renda do brasileiro têm impulsionado as vendas de modelos de maior valor agregado. “O motociclista está mais exigente e, consequentemente, busca produtos de uma categoria superior”, explica Ricardo Suzuki. Só por curiosidade, a Kawasaki já produz três modelos em Manaus (AM): Ninja 250, a ER-6n e a Z 750. No total, são 700 unidades/mês.
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