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Na cidade e na estrada com a Honda CG 150 Titan

08/11/2013 - 14:16 - Roberto Brandão Filho / Agência INFOMOTO - FOTOS: Doni Castilho / Agência INFOMOTO
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É sempre difícil avaliar a nova versão de uma motocicleta que se tornou ícone dentro do segmento de duas rodas no Brasil. Ao longo das quase quatro décadas de vida, a Honda CG passou de “moto de playboy” para ser a líder incontestável, não apenas em sua categoria, mas em todo o mercado nacional. 
Neste ano, as vendas das versões de 125 cc e 150 cc da moto somam mais de 45 mil unidades por mês. Ou seja, a Honda comercializa, em todo país, cerca de 1,5 mil CGs por dia. E não é à toa. Todo mundo (ou quase) já pilotou ou vai pilotar uma CG. Normalmente, é o primeiro contato do motociclista no universo das duas rodas pelo fato dela ser a mais utilizada pelas moto-escolas nacionais. Além disso, ela se tornou ferramenta de trabalho dos motofretistas (mais conhecidos como motoboys) e mototaxistas por sua confiabilidade, resistência e, acima de tudo, pela quantidade de concessionárias autorizadas da marca espalhadas pelo território brasileiro.

De roupa nova

A versão 2014 da Honda CG recebeu a maior reestilização da história do modelo, lançado em 1976. O design do conjunto óptico dianteiro ficou mais moderno, num formato poligonal. As carenagens laterais do tanque de combustível são novas, assim como o desenho dos piscas e da lanterna traseira, cuja lente imita LEDs. O conjunto óptico ganhou novos refletores. As lâmpadas de 35W iluminam de forma suficiente, inclusive o farol alto consegue destacar a moto em meio ao trânsito. 

Mudar o design de uma motocicleta que tem quase 75% do mercado brasileiro não é tarefa fácil. Mas, pelo que vimos nas ruas e comentários na internet, os engenheiros da Honda acertaram em cheio. Numa enquete feita por um grande portal de notícias do Brasil, 53,07% dos 3.171 internautas gostaram do visual da nova CG, principalmente por remeter ao desenho das motos maiores da marca, como a recém-lançada CB 500F. Segundo Alfredo Guedes Jr, engenheiro da marca, a Honda quer consolidar a liderança e ultrapassar os 80% das vendas no segmento utilitário. 

Melhorada ao guidão

Os comandos de punho também representam uma evolução no modelo, por trazerem novo design e um acabamento mais sofisticado. Para quem estava acostumado com “a velha” Titan, exigem certa adaptação, inclusive. O comando de buzina fica no lugar da seta, e o piloto acaba se atrapalhando e tocando a buzina sem querer, achando que está ligando o indicador de direção. No punho direito, onde está o botão de partida do motor, não houve mudanças. 

Além disso, a versão Titan ESD traz ainda painel digital completo, contendo medidor de combustível e hodômetro total e parcial. A luz de fundo azul da versão Titan, dá um toque ainda mais moderno para a nova CG. O chassi tipo “diamond” foi redesenhado. Com novos materiais em sua construção, ele ficou 3,8 kg mais leve que o modelo anterior. Quem for detalhista, ao comparar com a versão anterior, perceberá que pontos de soldas e fixação, além da seção do chassi, são totalmente diferentes. Para dar à CG maior agilidade nas mudanças de trajetória, a geometria da coluna de direção receberam pequenas alterações em função do ângulo de cáster. Em meio ao trânsito, é possível perceber que o modelo está mais ágil, por conta das alterações estruturais e dos dois quilos a menos em seu peso total (116 kg a seco).

A posição de pilotagem ficou mais confortável. As pernas se encaixam melhor, enquanto os braços chegam naturalmente ao guidão. Comandos de freio e embreagem também estão mais macios, bem como o assento que recebeu nova camada de espuma.

Na cidade e na estrada

Os nossos primeiros dias com a nova Honda CG 150 Titan ESD foram debaixo de muita chuva. Uma ótima oportunidade para avaliar a aderência dos pneus Pirelli City Dragon, de novo desenho e composto, em pisos escorregadios. No primeiro olhar, os calçados de medidas 80/100 aro 18 na frente e 90/90 aro 18 atrás parecem que não darão conta do recado por serem bem estreitos No entanto, provou-se o contrário. Mesmo quando passamos por poças d’água em velocidades mais altas, os sulcos fizeram seu trabalho, dissiparam a água sem que a moto perdesse estabilidade. 

Outra mudança importante na CG 2014 está ligada aos freios. O sistema dianteiro recebeu um novo duto que permite uma leve expansão, com acionamento menos agressivo. Isso não significa que sua atuação seja menor, mas que a frenagem não assustará pilotos inexperientes. Durante um workshop sobre freios, Alfredo Guedes Jr., engenheiro da marca, afirmou que muitas pessoas não acionam o freio dianteiro com a força necessária por medo de “capotar a moto”. Você pode até rir, mas é uma realidade em algumas regiões do Brasil, nas quais os motociclistas chegam até a tirar o manete do freio dianteiro. Por isso o flexível expande, para dar maior progressividade no acionamento. Na traseira, a Titan é equipada com o ultrapassado, porém eficiente, freio a tambor de 130 mm de diâmetro. O trabalho dos freios é irrepreensível. Param a motocicleta com segurança, mesmo com o piso molhado.

Um ponto negativo. Na chuva, o condutor pode enfrentar dificuldades para manter os pés sobre a pedaleira, se não estiver utilizando uma bota apropriada. A borracha que envolve a peça é um tanto escorregadia e exige cuidado do piloto. No quesito autonomia, fizemos a primeira medição ainda dentro da cidade e o consumo ficou na casa dos 35 km/litro, o que projeta uma autonomia superior a 550 quilômetros quando abastecida com gasolina.

Como sabemos que muitos utilizam a motocicleta para se locomover entre cidades no interior do Brasil, pegamos a estrada e submetemos a CG à uma viagem de exatos 953 km até São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Desses, cerca de 700 km foram embaixo de chuva e, novamente, os pneus drenaram água com facilidade. Mesmo em velocidades mais altas, no limite do permitido nas rodovias do país – entre 100 e 120 km/h – o nível de vibração da nova CG é muito baixo, tornando jornadas longas mais confortáveis. Sim, essa 150cc é confortável. Mesmo depois de centenas de quilômetros rodados, o assento de espuma macia e a posição de pilotagem não causam dores no corpo do condutor, algo essencial para quem quer (ou precisa) passar horas em cima da motocicleta. 

Nas rodovias, a CG Titan 150 2014 chegou aos 120 km/h facilmente. O motor monocilíndrico de 149,2 cm³ não recebeu mudanças e manteve a potência máxima de 14,2 cv a 8.500 rpm com gasolina e 14,3 cv a 8.500 rpm com etanol. As retomadas de velocidade não são empolgantes, como sua antecessora, mas permitem rodar com segurança entre os carros e caminhões desde que o câmbio de cinco marchas seja usado de forma correta.

As suspensões receberam 5 mm a mais de curso (ficando 135 mm na dianteira e 106 mm na traseira), o que a faz superar os buracos com maior segurança e conforto. Além disso, o piloto se sente mais confiante nas curvas rápidas, já que as suspensões bem calibradas absorvem as imperfeições com eficiência e oferecem estabilidade.

Durante a viagem, utilizamos como combustível somente o etanol e fizemos quatro medições no total. A média de consumo ficou na casa dos 26,28 km/l em velocidade cruzeiro, acompanhando o limite da rodovia dos Bandeirantes e SP-310 (120 e 110 km/h). Vale lembrar que este consumo elevado pode ter sido causado pelas fortes chuvas e vento contrário. Em certas ocasiões, era necessário reduzir a marcha para manter a velocidade. 

Conclusão

Se pegarmos como referência somente as reações que percebemos nas pessoas, a nova CG 150 Titan ESD 2014 já é sucesso e continuará sendo líder absoluta. A maior reestilização da história do modelo parece ter agradado aos consumidores brasileiros. Mas, não foi somente o visual que mudou. Depois desse duro teste a motocicleta se mostrou confortável e ainda mais ágil para “costurar” o trânsito caótico das grandes metrópoles ou encarar longas viagens. A versão 150 Titan ESD, como a avaliada, está disponível nas concessionárias da marca por um preço público sugerido de R$ 7.320 nas cores preto, vermelho metálico e branco.

Ficha técnica HONDA CG 150 TITAN ESD

Motor    Arrefecimento a ar, OHC, monocilíndrico
Capacidade cúbica    149,2 cm³
Potência máxima (declarada)    14,2 cv a 8.500 rpm (gasolina) e 14,3 cv a 8.500 rpm (etanol)
Torque máximo (declarado)    1,32 kgf.m a 6.500 rpm (gasolina) e 1,45 kgf.m a 6.500 rpm (etanol)
Câmbio    Cinco marchas
Transmissão final    corrente
Alimentação    Injeção eletrônica
Partida    Elétrica
Quadro    Diamond Frame
Suspensão dianteira    Garfos Telescópico de 135 mm de curso
Suspensão traseira     Duplo amortecedor com 106 mm de curso
Freio dianteiro    Disco simples de 240 mm de diâmetro
Freio traseiro     A tambor com 130 mm de diâmetro
Pneus 80/100-18 (diant.)/ 90/90-17 (tras.) Pirelli City Dragon
Comprimento    1.196 mm
Largura    739 mm
Altura     1.086 mm
Distância entre-eixos    1.315 mm
Distância do solo    164 mm
Altura do assento    792 mm
Peso em ordem de marcha    não disponível    
Peso a seco 116 kg
Tanque de combustível    16,1 litros
Cores    Branca, Preta e Vermelha Metálica
Preço sugerido    R$ 7.320,00

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