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Ninja 650 fica mais esportiva, só no visual

29/06/2012 - 10:02 - André Jordão/Agência INFOMOTO - FOTOS: Doni Castilho/Agência INFOMOTO
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Depois de ser apresentada na Europa no fim do ano passado, a nova Ninja 650 acaba de desembarcar no Brasil. Assim como sua irmã naked, a ER-6n, a Ninja 650 “trocou de roupa” e ganhou alterações em seu propulsor bicilíndrico, tudo para continuar no páreo do segmento dominado por motocicletas de quatro cilindros em linha. Para isso, a Kawasaki Ninja 650 perde a letra “R” em sua nomenclatura e terá preço sugerido de R$ 27.990 para a versão standard e R$ 29.990 com sistema de freios ABS, na cor verde e preta.

Ao lado das outras representantes japonesas do mercado – Yamaha XJ6F (R$ 28.990), Suzuki GSX 650 F (R$ 29.990) e Honda CBR 600F (R$ 32.500) –, a Ninja 650 chega renovada, já como modelo 2013, para dar mais uma opção ao motociclista que deseja um veículo atual e que lhe conceda proteção aerodinâmica, o que não acontece nas versões “peladas” (naked) dos modelos citados.

Comportada

“Deixaremos a nomenclatura “R” somente para as motos com vocação racing”, explica Affonso de Martino, gerente comercial da Kawasaki do Brasil. Na verdade, a letra “R” não representava o comportamento da antiga Ninja 650R 2011. Agora, para 2013, a Ninja 650 ganhou novos mapeamentos do propulsor, favorecendo as baixas e médias rotações e se assumiu uma motocicleta comportada. É muito amigável e, embora pareça uma Ninja “de verdade”, não representa o caráter esportivo das motocicletas da marca verde.

Única no segmento com dois cilindros paralelos, a Ninja 650 se destaca pela facilidade de condução. Até os menos experientes podem pilotá-la sem problema. Duplo comando no cabeçote, oito válvulas e refrigeração líquida, com uma taxa de compressão revista (mudou de 11,3 para 10,8:1) e novos dutos de admissão, resultam em uma potência máxima de 72,1 cv aos 8.000 giros, e um torque máximo em 6,5 kgf.m nas 7.000 rpm.

Números que deixam o piloto à vontade na cidade, com torque de sobra. E que não fazem feio na estrada — rodamos mais de 300 quilômetros entre cidade e estradas. A velocidade cresce aos poucos, linearmente, e em nenhum momento assusta. Aliás, a carenagem que cobre a Ninja 650 credencia a moto a rodar em uma velocidade média de 120 km/h sem nenhuma interferência do vento, com a contribuição do parabrisa manualmente ajustável em três níveis.

E quando a marcha engatada está de acordo com a rotação certa, a Ninja 650 entra no modo ECO – economia de combustível. É difícil medir o consumo no modo ECO, já que em qualquer acelerada mais brusca ele some do painel. Mesmo assim, na cidade a Ninja 650 rodou 19,2 km/l, e na estrada, onde é mais fácil manter o modo econômico, o consumo foi de 21,8 km/l.

O quadro também é novo. Mais fino, manteve sua estrutura tubular, mas agora tem dois tubos. O peso total da moto permanece inalterado: 209 kg em ordem de marcha na versão standard e 211 kg para a versão equipada com freios ABS. Peso que não dificulta a mudança rápida de direção e não cansa o piloto.

Ergonomia

Mesmo que se pareça com as motos superesportivas da Casa de Akashi, a Ninja 650 apresenta um comportamento bem mais comportado, como já vimos. Todavia, não é só no desempenho que as diferenças aparecem. O guidão conforto evita a tensão no antebraço do piloto, permitindo rodar por muitos quilômetros na cidade sem aquela dor característica das motocicletas que têm semiguidões.

No entanto, quando se pilota nas estradas, o condutor fica confuso entre permanecer “carenado” e ficar com a coluna ereta. Ao encostar o peito do tanque de combustível, favorecendo a circulação do vento, o piloto não encontrará a posição ideal, por conta da posição elevada do guidão – ao menos no meu caso que tenho 1,90 m.

Outro detalhe são as pedaleiras. Levemente recuadas, as pedaleiras deixam o piloto em posição de ataque, ideal para o trânsito urbano, mas cansativo em longas viagens. Pilotos mais altos sentirão a necessidade de parar a cada 150 quilômetros, quando o joelho começa a ficar dolorido.

Ciclística

O conjunto de suspensões da Ninja 650 também segue a proposta da motocicleta. Com acerto macio, tanto o garfo telescópico dianteiro, quanto mola traseira monoamortecida, funcionam muito bem na cidade, mas prejudicam um pouco a entrada nas curvas mais radicais. Ambas foram recalibradas e agora estão maiores em 2 mm na traseira e 5 mm na dianteira.

O sistema antitravamento dos freios também é novo. Além de menor, o módulo de controle do ABS é mais moderno. As especificações permanecem inalteradas: dois discos de 300 mm em forma de pétala com pinça de dois pistões, na dianteira; e um disco de 220 mm e pinça de pistão simples, na traseira. Freios que, mesmo na unidade testada “zero” quilômetro, funcionaram bem.

As rodas continuam de 17 polegadas feitas em liga leve na dianteira e na traseira. Os pneus que equipam o modelo agora são Dunlop, nas medidas 120/70-ZR17, na frente, e 160/60-ZR17, atrás.

Visual renovado

Se no motor e chassi as alterações foram modestas, o visual da nova Ninja 650 se renovou por completo, tudo para seguir a identidade visual da superesportiva ZX-10R. No lugar dos faróis arredondados, a Kawasaki usou linhas retas na carenagem frontal, deixando a moto mais agressiva. A lanterna traseira também mudou. Manteve os LEDs, porém seu desenho segue a tendência mais atual. O paralama dianteiro foi alterado e os piscas, que permaneceram fixados à carenagem, foram redesenhados.

Já o parabrisa ganhou novas formas e o útil sistema de regulagem de altura que já existia na Ninja 1000 – pode-se ajustar manualmente a altura em três níveis, de acordo com a altura do piloto. Uma bem-vinda melhoria nessa Ninja 650 com vocação para o turismo. Outra mudança para reforçar o conforto do piloto e garupa foi feita no assento: além de ganhar um desenho novo, a quantidade de espuma foi aumentada.

O painel é completamente novo também. A Kawasaki adotou um conta-giros de leitura analógica que domina a parte superior e uma tela de cristal líquido abaixo, que traz velocímetro digital, marcador de combustível, hodômetros e relógio. Além de informações de um computador de bordo, como consumo instantâneo, médio e autonomia. Item que não existia no modelo anterior, mas que ajudam muito o piloto em viagens.

Ineditismo

A Kawasaki aposta no ineditismo com a Ninja 650. Sendo única opção com motor de dois cilindros em linha, essa Ninja comportada é uma boa opção para quem precisa de proteção aerodinâmica extra, mas que não deseja comprar uma moto com quatro cilindros – seja pela economia de combustível, ou pela discrição que o som do bicilíndrico oferece.

Ideal para iniciantes ou para quem quer uma moto para uso diário, sem abrir mão do visual radical, a Ninja 650 “morde” no visual e “assopra” no desempenho, para continuar figurando no concorrido segmento das sport-touring de média cilindrada.
 
FICHA TÉCNICA Kawasaki Ninja 650 2013

 Motor: Dois cilindros em linha, 649 cm³, com refrigeração líquida.
 Potência: 72,1 cv a 8.000 rpm
 Torque: 6.5 kgf.m a 7.000 rpm
 Câmbio: Seis marchas.
 Alimentação: Injeção eletrônica.
 Tanque: 16 litros.
 Suspensão: Garfo telescópico, com 125 mm de curso (dianteira). Monoamortecedor com ajuste de pré-carga, com 130 mm de curso (traseira).
 Freios: Disco duplo de 300 mm com duplo pistão e ABS (dianteiro). Disco simples de 220 mm com pistão único e ABS (traseiro).
 Chassis: Estrutura tubular
 Dimensões: 2.100 mm x 770 mm x 1.180 (C x L x A). 805 mm (altura do assento), 130 mm (altura mínima do solo), 1.410 (entre-eixos).
 Peso: 211 kg (em ordem de marcha).
 Preço: R$ 27.990 (S/ABS) R$ 29.990 (C/ABS)

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