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Nova Harley-Davidson Heritage Classic fica em forma para pegar a estrada

01/12/2017 - 08:51 - Arthur Caldeira / Agência INFOMOTO, de Seva (Espanha)* - FOTOS: Divulgação
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A nova Heritage Classic demonstra bem como a Harley-Davidson ousou para reformular sua linha 2018. Além de um visual mais jovem, o modelo ganhou motor maior, quadro mais leve e suspensões aprimoradas. Exceto o nome e a vocação para viajar, tudo mudou na Heritage Classic, que chega ao País por R$ 72.900. 
 
A moto, clássica até no nome, ganhou pintura preta em diversas peças: das rodas, passando pelo motor e até na parte inferior do para-brisa destacável, como nas antigas Harley dos anos 1940. Os fãs mais puristas torcem o nariz para o novo visual, enquanto outros mais jovens devem curtir o estilo de moto customizada. 
 
Desta vez, porém, as mudanças não foram apenas visuais. A Heritage Classic 2018 é uma moto melhor do que a anterior. Mais prazerosa de pilotar e preparada para viajar por diversos motivos. 
 
Leve e forte
 
Entre as novas motos Softail que a Harley-Davidson venderá no Brasil, a Heritage Classic é a que mais encarna a tal “revolução” que o departamento de marketing quer vender em seus slogans. Assim que montei no modelo 2018 já foi possível perceber a diferença. 
 
Com o novo chassi, a Heritage perdeu 17 kg: caiu de 347 kg para 330 kg pronta para rodar com 18,9 litros de gasolina no tanque. Ainda não é uma moto leve, muitos irão dizer, e com razão. Mas o quadro redesenhado alterou a distribuição de peso e contribuiu para que, acredite-me, essa grandalhona H-D parecesse bem mais leve do que é, até na hora de manobrar. 
 
As suspensões também têm papel importante na melhor maneabilidade da Heritage. O garfo telescópico dianteiro agora é Showa com a tecnologia Dual-Bending Valve – a mesma utilizada nas novas Honda CB 650 – com 130 mm de curso. O único amortecedor traseiro, posicionado sob o assento, tem 111 mm de curso. O ajuste é confortável o suficiente para evitar fim de curso em qualquer ondulação e firme o bastante para manter a moto estável. 
 
Logo na primeira curva pelas estradas dos Pirineus, cadeia de montanhas que separa a Espanha da França, a Heritage Classic inclinou bem mais do que o necessário. O peso menor e a nova geometria do quadro deixaram-na ágil. 
 
Ir de uma curva para outra na sinuosa estrada de mão dupla exigiu menos força e transmitiu mais confiança. Pode até parecer exagero, mas não é: um dos jornalistas presentes ao evento mundial de lançamento classificou sua antiga Heritage Classic como uma carroça se comparada ao novo modelo. As pedaleiras também raspam menos no asfalto, pois o ângulo de inclinação aumentou cerca de 3 graus dos dois lados. 
 
Uma Softail touring
 
A Heritage Classic sempre foi a mais Touring das Softail, e no modelo 2018 a vocação para pegar a estrada foi acentuada. Para quem não está acostumado às motos da marca, explico: a Harley-Davidson divide suas motos por família, e as Touring são os modelos maiores e caros, como a Ultra Classic e a Street Glide, com chassi e equipamentos projetados para longas viagens. 
 
A começar pelo novo motor Milwaukee-Eight, lançado no ano passado. Com dois cilindros em “V” a 45°, 1.753 cm³ de capacidade, vibra menos e tem desempenho melhor. O torque aumentou de 11,8 kgf.m para 14,8 kgf.m a 3.000 rpm, o que resulta em melhor aceleração. A potência, como de costume, não é divulgada pela marca.
 
A maior agilidade já bastaria para tornar uma longa viagem com a Heritage Classic 2018 mais confortável do que no modelo anterior. Mas as novas suspensões também ajudam. Agora é possível ajustar a pré-carga da mola traseira por uma borboleta localizada sob o banco. Dessa forma, evita-se que, ao levar garupa e bagagem nos alforjes laterais, o amortecedor traseiro chegue ao “batente”.
 
Por falar em alforjes, eles ficaram maiores e ganharam uma trava com chave. A crítica vai para a ausência do sissy-bar (encosto da garupa), que agora é vendido como acessório.
 
Para compensar, a Harley instalou uma nova entrada USB próxima ao guidão para carregar o smartphone ou o GPS enquanto você está na estrada. O Cruise Control (piloto automático) também contribui para o conforto em viagens. 
 
Farol e luzes auxiliares agora são de LED e iluminam melhor o caminho de quem roda até o anoitecer. A lanterna traseira também usa LEDs. O painel sobre o tanque, entretanto, não oferece a melhor visão: é preciso abaixar a cabeça e tirar os olhos da estrada para conferir o velocímetro analógico ou o nível de combustível, autonomia, consumo e marcha engatada/rpm na tela digital, que cresceu mais ainda é pequena.
 
Prática e confortável
 
Todas as Softail mudaram bastante para 2018, mas a Heritage Classic mudou para melhor. Sem dúvida, a mais confortável e prática entre os quatro modelos que experimentei – também tive a oportunidade de rodar com as novas Street Bob, Fat Bob e Breakout. 
 
A nova Heritage acelera mais e contorna curvas melhor do que o modelo anterior. E, na minha opinião, o novo visual dark é mais atraente do que o desenho clássico, que tinha muitos cromados, pneus faixa branca e franjas de couro no tanque e no assento. 
 
A praticidade fica por conta das malas e do para-brisa de série. Ambos podem ser retirados e oferecem a possibilidade de se ter duas motos em uma. 
 
A Heritage Classic fez regime e academia para entrar em 2018 pronta para pegar a estrada – uma opção melhor e mais em conta do que a pesada touring Road King, que usa o mesmo motor, mas pesa 376 kg. Com preço sugerido a partir de R$ 72.900, custa apenas R$ 1.500 a mais do que o modelo anterior, porém é muito superior. 
 
Só não dá para entender porque a Harley-Davidson não trará para o Brasil a elegante combinação de verde oliva e preto da unidade avaliada. E ninguém soube me explicar a decisão de tirar o sissy-bar da lista de itens de série do modelo, que tem tanta vocação para viajar.
 
Ficha Técnica - Harley-Davidson Heritage Classic 2018
 
Motor Milwaukee-Eight 107, dois cilindros em “V”, oito válvulas
Capacidade cúbica 1.753 cm³
Diâmetro x curso 100 x 111,1 mm
Taxa de compressão 10,0:1
Potência máxima não declarada
Torque máximo 14,8 kgf.m a 3.000 rpm 
Câmbio Seis velocidades 
Transmissão final Correia dentada
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Suspensão dianteira Garfo telescópio Showa com 49 mm de diâmetro e 130 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecedor Showa com 111 mm de curso e ajuste na pré-carga da mola
Freio dianteiro Disco simples de 300 mm com pinça de quatro pistões e sistema ABS
Freio traseiro Disco simples de 292 mm com pinça de dois pistões e sistema ABS
Pneus 130/90-16 (Diant.) e 150/80-16 (Tras.) 
Comprimento 2.415 mm
Largura 930 mm
Altura do assento 680 mm
Distância do solo 120 mm
Distância entre-eixos 1.630 mm
Peso em ordem de marcha 330 kg 
Peso a seco 316 kg
Tanque de combustível 18,9 litros
Cores Vivid Black; Twisted Cherry; Industrial Gray Denim/Black Denim (2 tons)
Preço a partir de R$ 72.900
 
*O jornalista viajou a convite da Harley-Davidson
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