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Para entender melhor o que muda na nova V-Strom 1000 Tomohira Ichimaru, engenheiro do departamento de Planejamento de Produto da Suzuki Japão, comentou o processo de desenvolvimento da moto, cuja primeira preocupação levada em conta foi a pilotagem. “Nós focamos em construir uma moto com o desempenho de um modelo de grande capacidade cúbica, mas no qual o piloto pudesse aproveitar uma pilotagem confortável e com grande maneabilidade”, comenta.
Ichimaru conta ainda que para desenvolver uma moto perfeita, é preciso conhecer quem pilota. Para isso, a equipe de desenvolvimento da Suzuki foi para a estrada e conversou com motociclistas e concessionários enquanto viajava pelo Velho Mundo. “Conduzimos um estudo na Europa e descobrimos que quem pilota esse tipo de moto é experiente, habilidoso e tem pleno conhecimento do assunto.
Também foi uma ótima oportunidade para o time do departamento de desenvolvimento de novos produtos entender as condições de uso nas estradas pelo ponto de vista do piloto”, comenta o planner.
O estudo ainda serviu para a equipe de Tomohira Ichimaru tomar nota de alguns pontos fracos das bigtrails da concorrência: porte abrutalhado e o peso. “Nós aprendemos que os consumidores usam suas motos para desde deslocamentos no dia a dia até viagens de um mês. Percebemos que o tamanho e o peso podem comprometer o desempenho das bigtrails aventureiras em passeios pela cidade e caminhos sinuosos”, revelou.
A solução, portanto, foi centrar esforços na redução de peso. “Trabalhamos para ‘cortar peso’ de todo lugar onde era possível”, comenta. Segundo ele, o trabalho deu fruto e aumentou a maneabilidade da moto, bem como a deixou mais fácil de ser levantada do apoio lateral e melhorou o desempenho nas curvas, ficando mais ágil nas mudanças de direção. O engenheiro explica que outro desafio era fazer o piloto colocar o pé no chão, para parar a moto ou realizar manobras em baixas velocidades. “Conseguimos isso dando atenção especial à altura do assento, à sua forma e também graças ao design esguio do motor”, diz Ichimaru.
Origem nos anos 80
Por enquanto, tudo o que sabemos sobre a nova versão da V-Strom em termos de motor é que ela está equipada com um propulsor de dois cilindros em “V” com capacidade cúbica próxima às 1.000cc. “No momento, eu não posso revelar todos os detalhes das mudanças e melhorias, mas o propulsor é feito com base no da V-Strom original, mas com peças redesenhadas e refinadas para melhorar o desempenho em regimes baixos e médios”, afirma Tomohira Ichimaru. Segundo o engenheiro da Suzuki, a nova bigtrail de um litro ainda conta com freios ABS de série e será o primeiro modelo de produção da Suzuki com controle de tração.
No design, a marca japonesa investiu em linhas alusivas às bigtrails produzidas pela Casa de Hamamatsu no final da década de 1980. Desta forma, o farol único em forma de losango aposenta o conjunto óptico duplo das últimas versões da V-Strom de 1000cc e o parabrisa, que antes era mais curvado e dava traços esportivos à moto, volta a estar reto e mais alto para dissipar rajadas de vento.
Outra novidade é que a V-Strom 1000 passa a contar novamente com o paralama superior elevado, o “bico de pato”, que, por sinal receberá pequenas entradas de ar para auxiliar na aerodinâmica e arrefecimento da moto. A peça, aliás, se tornou marca registrada das bigtrails aventureiras e foi incorporada por diversas marcas no decorrer dos anos. A carenagem lateral, por sua vez, complementa o tanque com linhas robustas que diferem de outras encarnações do modelo.
Em casa de ferreiro, o espeto é de ferro
A escolha de Tomohira Ichimaru para chefiar o departamento de Planejamento de Produto no desenvolvimento da V-Strom pode ser um dos fatores responsáveis pelo sucesso da moto que chega no ano que vem. Funcionário da Suzuki desde 1997, Ichimaru foi nomeado responsável pelo desenvolvimento da V-Strom 650 e aproveitou essa experiência na concepção da nova V-Strom 1000.
Além disso, ele também é motociclista e, inclusive é proprietário de uma V-Strom 650A 2012 e já teve outra ano 2008. “Durante o desenvolvimento do projeto, fiquei tão satisfeito e confiante no progresso que nós fizemos, que eu comprei uma”, finaliza.
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