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Porém, no fim de 2012 a Suzuki finalmente renovou seu modelo “dual purpose”, após perceber que precisava “dar um tapa” em seu design e fazer algumas atualizações técnicas para conseguir se manter no páreo da categoria, no Brasil e no mundo. Para isso, a Suzuki se atentou aos detalhes e conseguiu, sim, colocar a V-Strom 650 ABS 2013 na briga, principalmente por focar no conforto do piloto e na versatilidade do modelo.
As novidades estéticas começam pelo desenho do novo tanque de combustível, que ficou menor, agora com 20 litros de capacidade, e seguiu as linhas mais afiladas do modelo. As carenagens ao redor do tanque são na cor preta e contemplam entradas de ar na frente e nas laterais. O conjunto óptico dianteiro seguiu o mesmo design da versão anterior, mas, assim como o tanque, ficou menor e mais afilado. O assento também foi redesenhado e o parabrisa dianteiro ganhou regulagem em três posições.
O painel de instrumentos foi reformulado e tem agora um computador de bordo. Um tacômetro analógico fica ao lado de um display de LCD, que traz todas as outras informações. Além do velocímetro, o indicador de marcha engatada e o mostrador de temperatura ambiente são muito bem vindos. Em adição ao medidor de combustível, o painel informa ainda o consumo por km/l, hodômetros totais e parciais, e relógio.
Motor
Embora o novo modelo da V-Strom 650 ainda carregue um motor DOHC, V-Twin de arrefecimento líquido e 645 cm³ como na versão anterior, ele recebeu algumas alterações para 2013. O perfil dos comandos de válvulas sofreu mudanças para entregar mais potência em baixas e médias rotações. Velas de irídio que, segundo a montadora, melhoram a resposta do acelerador e a economia do combustível também foram adotadas. Com isso, o motor DOHC dessa máquina produz 67 cavalos de potência a 8.800 rpm e 6,12 kgf.m de torque a 6.500 rpm. Além de algumas outras melhorias internas.
Chassi
A Suzuki modificou o chassi da nova V-Strom 650 para torná-la mais leve e, assim, mais confortável. Agora, o modelo conta com quadro de dupla longarina e balança traseira em alumínio. Algumas de suas concorrentes ainda utilizam aço em sua construção. O peso total da motocicleta, em ordem de marcha, é de 214 kg. As suspensões não sofreram mudanças técnicas, mas o amortecimento ficou mais firme. Na dianteira, o garfo telescópico com 150 mm de curso conta com ajustes na pré-carga de mola. Na traseira, balança monoamortecida com 160 mm de curso e ajustes na pré-carga de mola e compressão.
O ABS foi a grande mudança no sistema de freios, embora continue com os discos duplos de 310 mm de diâmetro na dianteira e disco simples de 260 mm na traseira contam com pinças da marca Tokico para fazerem o trabalho de frenagem. O piloto terá a garantia de frenagens mais seguras.
Equipamentos
A unidade testada trazia o conjunto de acessórios para longas viagens com equipamentos da marca Givi: para-brisa um pouco maior, protetor de cárter e motor, bolsa de tanque, malas rígidas laterais e top case. Não existe uma versão que saia de fábrica com estes equipamentos, mas todos eles podem ser adquiridos nas revendas Givi, segundo a Suzuki.
O pacote completo, ou seja, com todos estes acessórios sai por R$ 3.971,00. No entanto, o cliente não é obrigado a comprar todos os itens, podendo equipar sua motocicleta da maneira como quiser. A bolsa de tanque, com lugar para colocar GPS e compartimento especial para óculos, é ótima para guardar volumes pequenos e tem um encaixe muito simples e rápido. Seu preço, com o suporte é de R$ 401,00. O para-brisa maior oferece boa proteção do piloto contra o vento e sai por R$ 537,00. As malas rígidas laterais são as mais salgadas e custam R$ 1.268,00 sem o suporte. O suporte, necessário para o encaixe das malas, custa R$ 714,00 (um tanto caro para alguns pedaços de metal).
Com este acessório equipado, esqueça os “corredores”. Ela se torna um carro no trânsito das cidades. Mas, se a levarmos para as rodovias, o cenário é outro. O top case se mostrou muito útil no nosso dia a dia com a motocicleta, e, por incrível que pareça, é o acessório mais em conta: R$ 240,00 pela mala, mais R$ 130,00 pelo suporte.
Impressões de pilotagem
Como resultado das modificações internas no motor, na prática a nova V-Strom 650 se dá bem em todas as ocasiões, seja em serras sinuosas, autoestradas ou no caótico trânsito urbano. Por ter sofrido alterações que exaltam o torque em baixos e médios giros, o condutor não precisa fazer muitas mudanças de marcha, o que significa maior conforto. Mesmo nas marchas mais altas, ela tem força suficiente para fazer ultrapassagens com facilidade. Durante o teste, nossa companheira teve um consumo de combustível satisfatório. Foram 18,03 km/l, lembrando que percorremos trechos na cidade, em rodovias e em estradas de terra.
As mudanças no desenho do tanque de combustível permitem o encaixe perfeito das pernas. O banco recebeu alterações em seu desenho e espuma, com isso ficou mais confortável e sua altura de 835 mm de distância ao solo é democrática, tornando o apoio dos pés ao chão mais fácil para qualquer biótipo de piloto. O conforto aumentou e, consequentemente, a capacidade da motocicleta para viagens mais longas. A posição de pilotagem é ereta e natural, com uma boa relação entra altura do guidão e pedaleiras. Durante o teste, com mais de 400 km, rodamos 150 km com passageira e, segundo ela, há um bom espaço e o suporte para o garupa faz sua função com perfeição. Além disso, com a adição do top case da Givi, a viagem ficou ainda mais confortável, já que tornou possível o apoio das costas.
O parabrisa mais alto da Givi, equipado na unidade testada por nós, tem regulagem de altura em três níveis e oferece uma ótima proteção contra o vento. Porém, para fazê-lo o condutor precisa do kit de ferramentas da motocicleta, que fica embaixo do banco. Ponto negativo para a Suzuki nesse quesito, pois dificulta a vida do piloto e torna o ajuste complicado.
O freio dianteiro é um tanto quanto “borrachudo” e começa a trabalhar só depois de utilizada certa força sobre o manete. Porém, quando acionado com força, o ABS entra em ação de forma perfeita, sem hesitações.
Apesar de ser equipada com roda dianteira aro 19’’ e traseira de 17’’, a atuação da V-Strom 650 na terra é um pouco limitada. Incursões simples por terrenos acidentados são possíveis, mas não espere um ótimo desempenho. Para pessoas com mais de 1,80 m (o meu caso), a posição de pilotagem em pé, recomendada para o off-road, não é das mais agradáveis. Percebemos, então, que, apesar de não “judiar” do condutor na terra, a V-Strom 650 é mesmo mais voltada para o asfalto.
Quase nada foi mudado nas suspensões, mas a combinação de um centro de gravidade um pouco mais alto, um amortecimento mais firme e a perda de 6 kg no peso total da motocicleta (214 kg em ordem de marcha), tornaram essa “Suzy” mais ágil e divertida, principalmente nas curvas e nas mudanças rápidas de direção. A frente da moto continua um pouco mais pesada que o resto do conjunto, mas melhorou bastante em relação ao modelo anterior.
Conclusão
Ao fim de nosso teste, as pequenas modificações técnicas feitas na V-Strom 650 2013 nos surpreenderam. O redesenhado modelo é sim uma evolução do anterior, ficou melhor, mais leve, mais confortável e mais divertido.
Com esta versão, a Suzuki entrou novamente na briga das aventureiras de média cilindrada, categoria que não para de crescer. No Brasil, ela enfrenta modelos como a Kawasaki Versys 650 (com ABS por R$ 32.990), a Yamaha XT 660Z Ténéré (sem ABS por R$ 29.920), a Honda XL 700V Transalp (R$ 31.990 com ABS) e BMW G 650 GS (R$ 29.800 com ABS). A nova V-Strom 650 ABS é uma motocicleta valente e versátil, com disposição para enfrentar longas viagens e pequenos trajetos em terrenos acidentados.
Disponível nas cores azul e branca, ela pode ser encontrada nas concessionárias da marca por um preço sugerido de R$ 34.900,00 – sem os acessórios instalados na unidade testada.
Ficha Técnica Suzuki V-Strom 650 ABS 2013
Motor 4 tempos, DOHC, arrefecimento líquidor, 8 válvulas, bicilíndrico em V
Capacidade cúbica 645 cm³
Potência máxima (declarada) 67 cv a 8.800 rpm
Torque máximo (declarado) 6,12 kgf.m a 6.400 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final corrente
Alimentação injeção eletrônica
Partida elétrica
Quadro Dupla viga
Suspensão dianteira Garfos telescópicos com 150 mm de curso
Suspensão traseira Balança monoamortecida com 160 mm
Freio dianteiro Duplo Disco de 310 mm de diâmetro
Freio traseiro Disco simples de 260 mm de diâmetro
Pneus 110/80 R19 (diant.) / 150/70-17 (tras.)
Comprimento 2.290 mm
Largura 835 mm
Altura 1.405 mm
Distância entre-eixos 1.560 mm
Distância do solo 175 mm
Altura do assento 835 mm
Peso em ordem de marcha 214 kg
Peso a seco não divulgado
Tanque de combustível 20 litros
Cores Azul e Branca
Preço sugerido R$ 34.900,00
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