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O futuro das motos é elétrico

14/06/2013 - 09:39 - Arthur Caldeira/ Agência INFOMOTO
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Em uma das suas últimas entrevistas como CEO da Ducati, Gabriele Del Torchio, confessou-me, por telefone, em abril deste ano, que “no momento, não vemos nenhum outro sistema de propulsão alternativa que possa entregar, no mesmo pacote, a emoção, a potência e o som único produzidos pelo motor de comando desmodrômico”. Del Torchio não estava totalmente errado. O som dos motores elétricos realmente não supera a sinfonia de metais do propulsor de dois cilindros em “L” da Ducati ou de um motor de quatro cilindros assoviando em altos giros. Mas engana-se o executivo italiano ao afirmar que não se pode conseguir a emoção e a potência em uma moto elétrica.

Talvez ele ainda não conhecesse a superesportiva elétrica de Michael Rutter que venceu a categoria TT Zero, disputada na famosa Ilha de Man, no Reino Unido. Rutter completou uma volta de 60,73 km no circuito de rua a uma velocidade média de 109,675 mph, ou seja, mais de 175 km/h! Desempenho impressionante mesmo se comparado ao do motor de combustão interna da Honda CBR 1000RR de John McGuinness que alcançou o recorde de 131,671 mph (211,904 km/h) no mesmo trajeto. Provando que, pelo menos no quesito potência e emoção, as superesportivas elétricas estão chegando bem perto dos modelos tradicionais.

Com o recente lançamento da superbike elétrica Mission R esse bom desempenho de motos superesportivas elétricas deixou de ficar restrito às competições. A norte-americana Mission Motorcycles, um braço da Mission Motors, especialista em motores elétricos de corrente alternada, divulgou a venda ao público do modelo “R”, mais barata que a “RS” de competição, e que mesmo assim pode produzir 160 cavalos de potência máxima e chegar a 100 km/h em três segundos. Tudo isso no silêncio, afinal os motores elétricos não fazem barulho, mas transmitem bastante emoção e potência.

Com preço sugerido inicial de US$ 29.900, a Mission R pode ser equipada com motor de 12, 15 ou 17 KWh, que vai influenciar na autonomia do modelo, mas não no desempenho. A velocidade máxima declarada para a Mission R é de 240 km/h. Dotada de suspensões Öhlins, pinças de freio monobloco Brembo e rodas forjadas Marchesini, a nova superbike elétrica não deve nada em suas especificações para outras superesportivas topo de linha, como a Ducati Panigale R ou a MV Agusta F4.

E por falar em esportivas italianas, não podemos esquecer a Energica, projetada pela CRP, companhia que já produz superesportivas elétricas de competição. O modelo, que ainda está em fase de teste, fez sua estreia no Salão de Milão 2012. Trata-se de mais uma prova de que os motores elétricos não equipam somente carrinhos em campos de golfe ou scooters em condomínios fechados. A Energica conta com propulsor de 100 kW que, segundo a fabricante, é capaz de levá-la a 220 Km/h. Para completar, a moto ainda está equipada com freios Brembo e conjunto de suspensão Öhlins. Ainda não há um preço definido, mas o fabricante já está aceitando reservas e promete entregar o modelo pronto no próximo ano. A Energica tem até um sugestivo slogan: “Supera a sua imaginação”.

Gasolina x Eletricidade

Certamente a disputa pela preferência do motociclista comum pelas motos com motor à combustão ou pelas superesportivas elétricas não deve acontecer agora. Ainda são poucas as opções disponíveis de motos elétricas de alto desempenho e os consumidores ainda vêem as motos elétricas como protótipos de um futuro longínquo. Porém, nas pistas e competições, essa batalha já está ocorrendo.
No final de semana de 8 e 9 de junho começaram os treinos para a famosa prova de subida de montanha, Pike´s Peak, que acontece no Colorado (Estados Unidos) em 30 de junho. Nos primeiros treinos, a superesportiva elétrica da americana Lightining superou os tempos obtidos pelas motos movidas a gasolina. Dotada de um motor elétrico que é recarregado por energia solar, a Lightining é pilotada pelo atual detentor do recorde em Pike´s Peak, Carlin Dunn. O CEO e fundador da Lightining Motorcycles, Richard Hatfield, comemorou: “Esta é a primeira vez na história que uma moto elétrica derrotou as motos a gasolina disputando na mesma pista”. A primeira sim, mas provavelmente não será a última.

Hatfield ainda completa: “Essa tecnologia irá orientar o futuro das competições de motovelocidade. Nós sempre soubemos o que tínhamos em termos de desempenho de nossas motos elétricas, mas leva tempo até que o mundo compreenda e aceite uma enorme mudança como essa. Levou 50 anos para que as pessoas aceitassem que um carro era um meio de transporte melhor do que um cavalo. Agora temos o melhor piloto da prova, no topo, colocando seu selo de aprovação na nossa moto, deixando a combustão interna para trás e se tornando elétrico”.

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